Fonte: Assembleia Legislativa de Minas Gerais
"MÃES DA DITADURA. Documentário com Clélia Lara Barcellos, mãe da militante política Dora, presa em 1969 e exilada em 1971 no Chile. Clélia faz um emocionante relato sobre a vida, os ideias e os valores da filha, que morreu na Alemanha, em 1976, aos 31 anos. Relembre trechos dos anos 60 e 70 da história brasileira: ditadura, luta armada, engajamento de estudantes na guerrilha, tortura instituída, busca dos pais pelos filhos. O documentário inclui trechos de depoimento da própria Dora, gravado no Chile após a deportação, e de outros presos políticos.
PERFIL - Mineira de Antônio Dias, Dora era estudante de medicina na UFMG, marcada pelo tratamento dos doentes em instituições como o Hospital Galba Veloso, e militante do Grupo Vanguarda Armada Revolucionária Palmares, a VAR-Palmares, nos anos de chumbo da ditadura militar. Seu envolvimento com a militância política começou na época da faculdade e desde então seu pai temia as repressões que ela poderia sofrer. A resposta de Dora era também um questionamento e apelo por mudança: ''Pai, enquanto o senhor respira morrem cinco, seis crianças de fome''.
Em 1969, Dora fugiu para o Rio de Janeiro, passando a viver na clandestinidade. Em novembro do mesmo ano, com 24 anos, Dora foi presa com o marido e outro militante. Com eles, foram apreendidos planos contra o então presidente Médici. Os três foram levados pela polícia. E torturados. O amigo militante preso com Dora morreu na mesma noite. Ela e o marido sobreviveram. Em janeiro de 71, Dora foi exilada para o Chile com outros 69 presos políticos, libertados em troca do embaixador suíço, que havia sido sequestrado no Brasil pela guerrilha."
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