terça-feira, 12 de março de 2024

"Cid fala de novo à PF sobre trama golpista em seu 4º depoimento ligado a delação"

Tenente-coronel Mauro Cid e o ex-presidente Bolsonaro

Por  JULIA CHAIB E CÉZAR FEITOZA, Folha de S. Paulo

"O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), presta novo depoimento à Polícia Federal nesta segunda-feira (11) em meio à expectativa de esclarecer pontos da investigação sobre uma trama para impedir a posse do presidente Lula (PT).

Ele chegou à PF para depor pouco antes das 15h e, no começo da noite, continuava sendo ouvido.

Investigadores esperavam que Cid tratasse de elementos encontrados ao longo da apuração que o militar deixou de fora da delação premiada que firmou em setembro do ano passado.

Integrantes da PF dizem que o tenente-coronel não citou em oitivas anteriores uma reunião ministerial promovida por Bolsonaro em julho de 2022, na qual o ex-presidente insuflou seus ministros a questionar o resultado das eleições.

A Polícia Federal também buscava mais informações sobre uma tratativa entre Cid e o major das Forças Especiais do Exército Rafael Martins de Oliveira sobre o pagamento de R$ 100 mil que, na visão da PF, seria usado para custear despesas de manifestantes em Brasília.

O pedido pelos recursos foi encontrado no celular de Mauro Cid por delegados que conduzem a investigação. A conversa ocorreu em 14 de novembro de 2022, portanto depois das eleições.

Nos primeiros depoimentos sobre os planos golpistas, porém, o militar não citou o repasse do dinheiro.

Para a PF, o diálogo mostra que militares da ativa e integrantes do antigo governo "estavam dando suporte material e financeiro para que as manifestações antidemocráticas permanecessem mobilizadas, visando garantir uma falsa sensação de apoio popular à tentativa de golpe".

Cid alegou a pessoas próximas que não citou a reunião ministerial nos depoimentos anteriores porque não via relevância no encontro. Na visão do militar, segundo interlocutores, o encontro não tratava sobre golpe.

O tenente-coronel alega que era uma reunião com todos os ministros, gravada, e que ocorreu em julho, três meses antes das eleições.

Cid também avisou a aliados que responderia a todos os questionamentos dos investigadores para não perder os benefícios da delação, apesar de ter demonstrado insatisfação com o que classifica como "narrativas" criadas pela PF."

Fonte: Folha de S. Paulo  

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