terça-feira, 1 de abril de 2025

PROVOCA | RICARDO CARDIM | 01/04/2025 - Biológo e Paisagista –"Paisagismo Sustentável"

Fonte: Provoca, TV Cultura, SP
"O Provoca desta terça-feira (1º) recebe o paisagista e botânico Ricardo Cardim. No bate-papo, ele discute a criação de uma graduação em paisagismo no Brasil, explica a importância das plantas nativas, sugere a criação de um museu da Mata Atlântica e muito mais.
Entre as provocações de Marcelo Tas, Cardim afirma que o paisagismo é uma das profissões que mais exigem responsabilidade atualmente: "no Brasil, de cada dez brasileiros, nove moram em cidades. Quem decide pelo verde que vai nas cidades? É, na maioria, o paisagista, seja na área pública ou privada." O botânico também detalha os motivos para utilizar plantas nativas no paisagismo e a importância dessa relação entre as espécies e a fauna. Em outro momento da entrevista, ele defende a criação de um museu da Mata Atlântica, destacando a riqueza de sua biodiversidade, além de discutir a predominância de árvores não nativas no Brasil e seu impacto sobre a vegetação original do país."

Sampa: Folha de São Paulo teve participação ativa na ditadura militar

 
Por Luiz Cláudio Ferreira — Agência Brasil

"Uma caminhonete amarela de entrega do jornal Folha de S. Paulo com um suposto defeito mecânico estava parada havia uma semana em frente ao prédio do estudante de geologia e militante Adriano Diogo, de 23 anos, na Mooca, zona leste de São Paulo.

Naquele 17 de março de 1973, militares saíram do carro de distribuição do periódico e subiram ao apartamento do rapaz. “Eles quase me mataram”, recorda o agora ex-deputado estadual, em entrevista à Agência Brasil.

Diogo foi encapuzado, agredido, torturado e levado para o Complexo do Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), na Vila Mariana, onde funcionava a Operação Bandeirante (Oban), um espaço de tortura e assassinatos durante a ditadura militar no Brasil.

A utilização do veículo de um dos principais jornais do país para uma ação de opressão não foi caso raro durante o período ditatorial e ilustra uma das faces da colaboração direta da Folha de S. Paulo, revela pesquisa realizada por seis professores (de diferentes instituições) que se transformou no livro A serviço da repressão.

Pesquisadores do livro “A serviço da repressão” que mostra a colaboração da Folha de S. Paulo para a ditadura militar. (Foto: Unifesp/Arquivo)

A obra será lançada nesta quinta (27), às 18h, na livraria Expressão Popular, em São Paulo. Uma das autoras do trabalho, a professora de jornalismo Flora Daemon explica que o estudo durou dois anos e serviu de base para que o Ministério Público Federal abrisse um inquérito contra o grupo Folha.

A investigação, segundo o MPF, corre em segredo de justiça e, por isso, não comenta o andamento dos trabalhos. A professora foi uma das responsáveis pelas mais de 40 entrevistas para a pesquisa.

Investigação

Os recursos para o levantamento das provas surgiram depois que a Volkswagen, que também colaborou com a repressão, assinou um termo de ajustamento de conduta (no valor de R$ 4,5 milhões).

De acordo com a pesquisadora, o Ministério Público Federal definiu que uma parte desses recursos deveria ser destinada para investigações de outras empresas com indícios de terem aderido aos atos da ditadura (a partir do relatório final da Comissão Nacional da Verdade). O MPF escolheu a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) para a gestão desse processo.

A equipe incumbida de investigar os atos da Folha, uma das 10 instituições investigadas, inclui, além da professora Flora, os docentes Lucas Pedretti, Ana Paula Ribeiro, Amanda Romanelli, André Bonsanto e Joëlle Rouchou.

“A gente buscou provas, indícios e materialidades para qualificar esse material para apresentar ao Ministério Público”, explica Flora Daemon, que é professora da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e da pós-graduação da Universidade Federal Fluminense.

Pela memória

Entidades ligadas ao jornalismo apoiaram a realização da investigação ao entender que a pesquisa dos professores é fundamental para a preservação da memória.

“Acho importante avaliar e reavaliar o papel da imprensa, tanto a atuação dos proprietários como dos profissionais. Nosso papel está na defesa dos jornalistas”, afirmou a presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Samira Castro.

Diretor da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Moacyr Oliveira Filho afirma que é importante estabelecer a verdade para que as novas gerações fiquem sabendo de tudo que aconteceu e que isso não se repita. “Houve uma participação direta da Folha, não só no apoio político à ditadura, através dos seus jornais, mas também no empréstimo de carros”.

A presidenta da Federação Nacional dos Jornalistas, Samira de Castro, destaca a importância de reavaliar o papel da imprensa no período. (Foto: Fernando Frazão/Arquivo Agência Brasil)

Entrevistas

O grupo de pesquisadores sabia que, além dos documentos, o valor dos testemunhos seria central para a coleta de provas. “A gente entrevistou 44 pessoas diretamente ligadas à Folha de S. Paulo ou à repressão. E todas elas apontavam para o fato de que o jornal colaborou com a ditadura”, afirmou.

Entre as entrevistas, há testemunhos de pessoas que foram presas em emboscadas a partir da utilização de carros do grupo, como o que ocorreu com Adriano Diogo. “Temos pessoas que testemunharam essas cenas, além de agentes do próprio DOI-Codi (Destacamento de Operações de Informações — Centro de Operações de Defesa Interna) que explicaram como era feito o empréstimo desses carros da Folha à repressão”.

Os carros serviram de disfarce para ações dos militares em vigilância, campanas, sequestros, assassinatos e desaparecimentos forçados de militantes, apontam os pesquisadores no livro. “Cruzamos as informações de indivíduos de origens diferentes para assim poder sustentar algo contundente”, diz Flora Daemon.

A pesquisadora contextualiza que os jornais do Grupo Folha atuaram de maneiras distintas ao longo do período ditatorial. “Conhecíamos também o papel que o jornal Folha da Tarde, um dos órgãos do grupo, com manchetes grotescas e violentas. A Folha da Tarde ficou muito associada ao papel mais sujo, editorial, por parte do grupo”.

Adriano Diogo, entrevistado para o livro, relembrou à Agência Brasil, por exemplo, que a redação da Folha da Tarde funcionava como uma delegacia de polícia, tal era a mistura de papéis entre o jornalismo e a repressão. Editorialmente, a Folha de S. Paulo também chamava de terroristas as pessoas que defendiam a democracia.

“Carros no estacionamento”

Folha

O jornalista Ivan Seixas foi preso e torturado em 1971, com apenas 16 anos de idade. (Foto: Arquivo pessoal)

Outra testemunha desse envolvimento é o jornalista Ivan Seixas, preso e torturado em 1971, com apenas 16 anos de idade, junto com o pai, o operário Joaquim (que foi assassinado nas instalações do DOI-Codi, em São Paulo). “Quando nós fomos capturados, eu vi carros dos jornais [do grupo Folha] dentro do estacionamento do DOI-Codi”, disse em entrevista à Agência Brasil.

Em uma saída temporária da prisão, o então adolescente viu na capa do jornal Folha da Tarde que o pai dele tinha morrido. Mas Joaquim ainda estava vivo, o que demonstrava que o órgão estava a serviço das desinformações da ditadura.

Revólver na mesa

Outra conclusão da pesquisa é que diversos policiais trabalhavam dentro do Grupo Folha. “Atuavam até como jornalistas, trabalhando inclusive com armas em cima da mesa. Conseguimos mapear a presença de dois delegados do alto escalão do DOPS contratados com vínculo direto ao gabinete dos dirigentes do grupo, Otávio Frias Oliveira e Carlos Caldeira Filho”, reforça Flora Daemon.

Esses delegados eram os irmãos Robert e Edward Quass. Eles estavam dentro do Grupo Folha com toda a estrutura operacional dos carros e também monitorando e vigiando jornalistas. “Havia mais de uma dezena de policiais que trabalhavam no Grupo Folha de maneira colaborativa com a repressão”.

Isso foi testemunhado pelos jornalistas da empresa que trabalhavam na época e foram perseguidos. A então repórter Rose Nogueira, por exemplo, que atuava na Folha da Tarde, foi presa quando estava de licença maternidade. Mesmo assim, na ficha funcional, constava que ela havia abandonado o emprego.

Chave na ignição

O livro traz relatos testemunhas que afirmam que os motoristas da Folha recebiam a orientação, dentro da empresa, a deixar o carro em um determinado ponto da cidade, disponibilizar a chave na ignição, se afastar do carro e retornar em um horário a combinar.

A equipe de pesquisa elaborou, em parceria com a plataforma do ICL, uma série documental de quatro episódios (de aproximadamente 35 minutos cada um), com toda a história. Segundo a equipe de pesquisa, os relatos não deixam margem de dúvidas sobre o que ocorreu.

Uma das entrevistas que Flora considera especialmente representativa foi com um ex-agente do DOI-Codi de São Paulo: Marival Chaves. Ele ajudou as comissões da verdade a elucidar detalhes sobre a operação dos empréstimos dos carros à repressão. “Essa entrevista foi um divisor de águas”.

Antes do golpe

O grupo de pesquisadores conseguiu provar que a Folha apoiava a ditadura até mesmo antes do golpe de 1964, com um documento de colaboração financeira em nome de Otávio Frias de Oliveira, dirigente do jornal, ao Instituto de Pesquisa e Estudos Sociais (Ipês), grupo responsável pela organização e planejamento do golpe.

Outra evidência, conforme explica o pesquisador Andŕé Bonsanto, da Universidade Estadual de Maringá (UEM), é que, no dia 31 de março de 1964, a edição do jornal chega à casa das pessoas “comemorando o golpe”, antes mesmo que estivesse oficializado.

Há um suplemento chamado “64 – Brasil Continua” com mais de 30 páginas. “Foi um caderno especial de celebração ao golpe. Faz a gente questionar, obviamente, que, naquela época, seria impossível lançar um caderno especial exatamente no dia. Significa que eles já estavam elaborando com alguns meses de antecedência”, afirma o professor.

Outro lado

O atual secretário de redação da Folha, Vinicius Mota, encaminhou à Agência Brasil uma apuração do veículo, publicada em 2023, sobre a colaboração com a ditadura. Nesse texto, o jornal admite que errou ao apoiar o golpe contra João Goulart, mas reproduz posicionamento do então diretor Otavio Frias Filho (1957-2018), de que a cessão de veículos ocorreu de forma episódica e sem conhecimento ou autorização da direção.

O veículo admitiu um episódio, ocorrido antes do golpe de 1964, em que o repórter Antônio Aggio Jr. utilizou um carro do Grupo Folha para camuflar a entrada de conspiradores em um quartel e também o telex da sede e da sucursal do Rio para passar uma mensagem cifrada. “A direção do jornal não foi informada na ocasião”, garantiu a publicação. Essa situação teria contrariado Frias, segundo a Folha.

A respeito do episódio de perseguição à jornalista Rose Nogueira, a Folha entende que o episódio lança dúvida sobre eventual participação na repressão.

“Não é possível afirmar que, nesse caso, o Grupo Folha tivesse agido de acordo com os interesses da repressão. Não existem indícios suficientes de que isso tenha de fato ocorrido. O que há, apenas, é uma suspeita levantada pela vítima, com base em coincidência de datas. Por outro lado, não existe explicação para a versão que consta de sua ficha profissional. Todo o grupo da ALN [Ação Libertadora Nacional] que trabalhava na FT acabou preso”.

A respeito da presença de militares na redação do grupo, a empresa reforçou o posicionamento de Frias que alegou haver dificuldades financeiras no grupo, o que teria impedido uma reação contra o governo. “Nessas condições, não haveria como resistir a pressões. Enfrentar o governo seria bravata. Eu nunca fui homem de bravatas”, afirmou Frias em entrevista."

Fonte: ICL notícias  

"JÁ DIZIA JOÃO SALDANHA: CHUMBO GROSSO NOS MILICOS!"

Por Dr. Lucas Rafael Chianello, Advogado  

"André Iki Siqueira narra na biografia João Saldanha, Uma Vida em Jogo, que tão logo consumado o golpe militar, João Saldanha, membro do Comitê Central, teria dito para a cúpula do PCB (Partido Comunista Brasileiro) não voltar pra casa.

Todos foram presos, menos ele, que não foi pra casa.

Na primeira partida de futebol no Maracanã após o golpe, João Saldanha, demitido da Rádio Nacional, passa de cabine em cabine para procurar emprego, consegue algo na Rádio Tupi, emenda, no início da transmissão, "Chumbo grosso nos milicos!", corre para o estacionamento do Maracanã e foge a bordo do seu Fusca.

Histórias como essa, assim como "Nem eu escalo ministério e nem o ditador escala time", "Fiquei pelado no aeroporto. Esse povo gosta de striptease" e "Médici foi o maior assassino da história do Brasil, matou todos os meus amigos", fazem do botafoguense e comunista João Saldanha um ícone da resistência à ditadura.

Portanto, MUITO orgulho em ver que as páginas institucionais do Botafogo nas redes sociais recordam a condenação ao golpe militar de 1964.

Até porque, além da resistência de João Saldanha e outras(os) botafoguenses, o Botafogo resistiu enquanto instituição à ditadura quando, numa certa ocasião, estudantes se esconderam em General Severiano para não serem presos e a polícia invadiu a sede do clube.

Além das conquistas nos gramados, são fatos como esses que me fazem ser botafoguense.

Dito isso, chumbo grosso nos milicos!

Ditadura nunca mais!

Por óbvio, sem anistia!

Ah!

E se a patota começou na madrugada de 31 de março para 1º de abril, então o golpe foi no dia da mentira, mesmo."


Lucas Rafael Chianello é advogado, em Poços de Caldas, MG  

Fonte: Instagram/@camarada chianello

História do Brasil: sobre os 61 anos do Golpe de 1964 que se deu no dia 1º de abril, conhecido como "Dia da Mentira"

Um tanque de guerra próximo ao Congresso Nacional, durante o Golpe de 1964. Foto: Google

Por Lindener Pareto, Professor e Historiador. Mestre e Doutor pela USP.

"Na última semana, os brasileiros vimos atônitos — e ao vivo — o STF (Supremo Tribunal Federal) tornar réu Bolsonaro e seus asseclas por tentativa de Golpe de Estado. Num país conhecido como o “país do golpe”, é um alento para a democracia brasileira, e para o mundo, que facínoras de tal calibre sejam julgados pelos crimes que cometeram. 

Ao fim e ao cabo, Jair Bolsonaro, réu, é um alento para as vítimas da ditadura, da milícia, da COVID e da tortura. Que os mortos recuperem sua paz e dignidade. Que os vivos o coloquem na cadeia e que ela seja o seu definitivo ostracismo.

Contudo, num passado autoritário que não cessa de passar, é preciso que a História, como narrativa e crítica científica, tenha cada vez mais espaço no debate público, na mídia, nas instituições, nas escolas, ruas e universidades. Não nos iludamos, o projeto autoritário que marca a História do Brasil não se reduz a apenas um homem e sua familícia. As “narrativas paralelas” de distorção, falsificação e violência estão por aí, sempre à espreita.

Considerando os 61 anos do Golpe de 1964, leiam a reflexão da ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE HISTÓRIA – SEÇÃO SÃO PAULO (ANPUH-SP)

Nos 61 anos do golpe de 1964, a História está sob ataque!

Todos os governos e Estados autoritários buscaram e buscam apagar, falsificar e manipular o passado de acordo com seus interesses. Foi assim com a ditadura militar implantada com a derrubada do governo de João Goulart em 1964. 

O ensino de História e sua disciplina específica nos currículos escolares foram atacados não apenas com censura de livros e perseguição aos historiadores, mas com a criação dos famigerados “Estudos Sociais” e “Educação Moral e Cívica”, que passaram a substituir nos currículos escolares o espaço dedicado ao estudo específico da nossa história. 

Nas universidades do Estado de São Paulo e de todo o país implantaram-se serviços de informação para denunciar, perseguir, prender e assassinar professores e estudantes. Inúmeros historiadores, como a professora Emília Viotti da Costa, tiveram que abandonar o país. 

Livros de História foram banidos, bibliotecas confiscadas, aulas censuradas. O objetivo não era apenas apagar um passado, mas banir principalmente a possibilidade de que toda uma geração de jovens se tornasse cidadãos críticos e capazes de analisar e debater nossa sociedade, desigual, brutalmente violenta e pensar outro futuro. 

Esse projeto para combater o conhecimento histórico e a capacidade crítica da juventude e da sociedade brasileira foi derrotado no contexto das lutas pela redemocratização desde o final da década de 1970. 

A luta obstinada, entre outros, da Associação de História, da ANPUH, que conseguiu desde sua fundação em 1961 congregar milhares de profissionais da História, professores universitários e do ensino fundamental e médio, foi decisiva. A ANPUH participou dos debates para retomar a disciplina de História nos currículos escolares, elaborou propostas e iniciativas vitoriosas pela consolidação da pós-graduação da área e pela profissionalização dos historiadores. 

Infelizmente, a Lei de anistia de 1979 manteve até agora impunidade dos torturadores e militares, como dos assassinos do deputado Rubens Paiva e tantos outros. E a própria constituição de 1988 preservou instituições autoritárias criadas na ditadura como as polícias militarizadas. Isso permitiu que torturadores assassinos fossem exaltados em anos recentes publicamente em pleno congresso nacional sem qualquer punição. Esses mesmos setores seguem agora ameaçando e atacando as conquistas democráticas do país, como se verificou na tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023. Impunidade não garante a democracia. 

Não por outro motivo se multiplicam novamente e com mais virulência ações e ameaças autoritárias aos profissionais da História. Professores de História estão sendo assediados e ameaçados, censurados e monitorados. Publicações da área de História e ciências humanas, em geral, produtos de estudos e pesquisas qualificadas, baseadas em fontes documentais e debate científico e historiográfico, reduzidas a narrativas e “pontos de vista”. Introdução de cultos religiosos e ações contra a laicidade na educação – um dos pilares da democracia – se multiplicam em escolas públicas e privadas. 

Há mesmo iniciativas por uma “História Paralela” que falsamente se pretende alternativa, mas essencialmente autoritária e falsificadora. 

O mais grave, no entanto, é a ação do governo do Estado de São Paulo ao reduzir a carga horária das aulas de História do currículo paulista, excluir milhares de professores de História dos seus empregos substituídos por monitores, impondo a exclusão do conhecimento histórico à juventude, banindo na prática publicações da área de História baseados no debate historiográfico crítico e construído coletivamente, para assim poderem fazer ressuscitar generalidades curriculares visando dissolver os espaços de reflexão e construção coletiva do conhecimento histórico. 

Faz parte dessas iniciativas a criação das escolas cívico-militares, na mesma orientação que leva a políticas de negacionismos e esquecimentos do que ocorreu durante a ditadura. 

A destruição ou esvaziamento das políticas de defesa dos espaços de memória sobre os crimes da ditadura militar são coerentes com essa mesma perspectiva para deseducar a democracia apagando a História. Não podemos e não iremos silenciar sobre o passado. 

Uma sociedade que não é capaz de defender sua memória histórica comum e refletir sobre seu passado de forma crítica, construídos coletivamente como conhecimento histórico, que não valoriza através dos seus historiadores as pesquisas e a docência nas salas de aula, colocará em risco permanente a sua democracia. Não esqueceremos!" 

"Não iremos virar páginas feitas de sangue dos que defenderam a democracia. Queremos mais História para que tragédias como a ditadura militar iniciada em 1964 não se repitam." 

Diretoria e Conselho estadual da ANPUH-SP, 31 de março de 2025

Diretoria da ANPUH-SP – Gestão 2024-2026. 

Everaldo Andrade (USP)

Sylvia Bassetto (USP)
 
Katya Braghini (PUC-SP)
 
Lindener Pareto (ICL)
 
David Ribeiro (USP) 

Raquel Gomes (UNICAMP) 

Janes Jorge (UNIFESP)

Lindener Pareto

Professor e Historiador. Mestre e Doutor pela USP. Curador Acadêmico no Instituto Conhecimento Liberta (ICL). Apresentador do “Provocação Histórica", programa semanal de divulgação de História, Cultura e Arte nos canais do ICL.


Fonte: ICL - Notícias 

Ditadura no Brasil: Vala de Perus, no Cemitério Dom Bosco, na Zona Oeste de São Paulo

Descoberta das ossadas ocorreu em 1990, durante a gestão da prefeita Luiza Erundina.
Por Nabil Bonduki, vereador de São Paulo

Hoje, 1 de abril, marca os 61 anos da implantação do regime militar no Brasil. Entre os muitos locais que carregam as marcas desse período sombrio, um dos mais impactantes é a Vala de Perus, no Cemitério Dom Bosco, na Zona Oeste de São Paulo. 
Fonte: Instagram/@nabil bonduki

Nesse local, pelo menos 1.049 corpos foram enterrados de forma clandestina em um descampado nos fundos da administração. A descoberta das ossadas ocorreu em 1990, durante a gestão da prefeita Luiza Erundina. Os restos mortais eram não só de presos políticos durante a ditadura militar, mas também de vítimas do Esquadrão da Morte – grupo de policiais ligados ao crime organizado que perseguia e executava pessoas de facções rivais e às vezes também opositores do regime –, além de pessoas em situação de rua e vítimas da epidemia de meningite que o governo militar tentou esconder da população.

O cemitério foi construído entre 1969 e 1971, durante a gestão de Paulo Maluf, então prefeito da cidade e apoiador do regime. A existência da vala clandestina só viria à tona em 1990, graças ao trabalho investigativo do jornalista Caco Barcellos. 

A repercussão levou à abertura de uma CPI na Câmara Municipal, que motivou novas apurações e ações da Prefeitura. Entre os destaques desse processo, está Dalmo Dallari, então secretário de Negócios Jurídicos, que teve papel fundamental no início da identificação das vítimas.

Das mais de mil ossadas encontradas, apenas cinco foram identificadas. Durante a gestão Haddad, um convênio entre a Prefeitura e o Centro de Antropologia e Arqueologia Forense (CAAF) da Unifesp, com participação da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos, retomou os trabalhos de acondicionamento e identificação dos restos mortais. A tecnologia empregada visava a identificação e a criação de um banco de DNA para reconhecer indigentes. Esse procedimento deveria ter sido ampliado para todos os sepultamentos na cidade, mas nunca foi exigido pelo poder público.

A Vala de Perus é um símbolo dos crimes cometidos durante a ditadura militar e um lembrete de que não podemos permitir a anistia daqueles que, em 2023, atentaram contra a nossa democracia. DITADURA NUNCA MAIS! #semanistia #democracia #ditaduranuncamais"

 Nabil Bonduki é vereador da capital paulista, é arquiteto e urbanista, prof. da Fau,    USP  

segunda-feira, 31 de março de 2025

RODA VIVA | ANDRÉ CORRÊA DO LAGO | 31/03/2025. Destaque: o embaixador é o presidente da COP30

Fonte: Roda Viva, TV Cultura, SP

"O Roda Viva entrevista o embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30.
A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, COP30, será realizada, em novembro, na cidade de Belém, capital do Pará. O embaixador destacou que a Conferência ocorrerá em um contexto particularmente complexo, já que dois dos principais atores mundiais das negociações climáticas, os Estados Unidos e a União Europeia, reavaliam suas prioridades e se distanciam do combate às emissões de gases que causam o aquecimento global. Nesta edição, participam da bancada de entrevistadores: Giovana Girardi, chefe da cobertura socioambiental da Agência Pública; João Gabriel, repórter da Folha de S.Paulo; Malu Delgado, jornalista na plataforma Sumaúma; Rafael Garcia, repórter do jornal O Globo; e Rosana Jatobá, jornalista especialista em sustentabilidade e agenda ESG. Com apresentação de Vera Magalhães, as ilustrações em tempo real são de Luciano Veronezi."

Brasil economia: rapidinhas apenas para informar

Economia verde

A energia elétrica, ela que foi o terror de todos os brasileiros, em função de ter ficado tão cara. E aqui no Brasil temos a energia renovável que pode ser a solar ou eólica, quer dizer, a nossa energia elétrica não tem motivos para ser tão cara. E no mês de abril será bandeira verde. 

ICMS - (É o imposto cobrado pelos estados) sobre compras internacionais sobe de 17% para 20% em 10 estados nesta terça


"Até agora, patamar de 17% era usado em todo o país; alta foi definida em dezembro. Imposto de importação também incide sobre as compras do exterior."

Por  Alexandro MartelloThiago Resende, g1 e TV Globo — Brasília

  • "Começa a valer nesta terça-feira (1º) a alta do ICMS sobre compras internacionais recebidas em dez estados do país. A alíquota será de 20%.

  • Até esta segunda (31), o imposto era de 17% em todos os 26 estados e no Distrito Federal.

  • Além da alíquota de ICMS estadual, as encomendas internacionais de até US$ 50 também são taxadas com mais 20% de imposto de importação, cobrança que entrou em vigor em agosto de 2023."


Veja os dez estados em que o ICMS subirá de 17% para 20%: