Com informações da Agência Fapesp
Mandioca
contra o aquecimento global
“Se
continuar no ritmo que os cientistas calculam, o aumento da
temperatura global nas próximas décadas poderá dificultar o
crescimento do trigo em muitas regiões de clima temperado onde o
cereal é cultivado hoje.
Dessa
forma, a matéria-prima de um dos alimentos mais consumidos no mundo
- o pão - poderá tornar-se mais cara e escassa.
Antecipando-se
ao problema, uma equipe da Universidade de Copenhague (Dinamarca)
está procurando culturas agrícolas com potencial de substituir ao
menos parcialmente a farinha de trigo na composição do pão,
sobretudo nas regiões mais pobres do planeta, na América Latina e
na África, por exemplo.
Eles
descobriram que a mandioca é uma alternativa potencial, desde que
seja melhorada para - na forma de fécula - apresentar propriedades
de cozimento mais parecidas com as da farinha de trigo.
"O
maior teor de amido, menor proporção de proteína, inclusive de
glúten, e a maior absorção de água pela fécula de mandioca
provavelmente são os fatores responsáveis para que ela apresente
propriedades de cozimento mais pobres," explica o pesquisador
Leif Horsfeld Skibsted.
Pão
de farinha de mandioca
A
equipe dinamarquesa avaliou inicialmente a proporção em que a
fécula de mandioca poderia substituir a farinha de trigo na
composição de um pão, sem afetar suas propriedades sensoriais,
como textura, aroma, sabor e cor, em comparação com um pão feito
apenas com farinha de trigo.
Os
resultados indicaram que, dependendo do tipo, a fécula de mandioca
pode substituir entre 20% e 30% da farinha de trigo na composição
do pão sem alterar significativamente suas características
sensoriais e sem comprometer o crescimento da massa na comparação
com o pão de trigo.
"Acima
do limite de 30%, a aparência, a textura e o sabor do pão feito a
partir de uma mistura de farinha de trigo e de fécula de mandioca
começam a apresentar diferenças em relação a um pão de trigo,"
disse Skibsted.
Enzimas
para melhorar o pão
A
equipe agora está pesquisando enzimas que possam ser adicionadas à
farinha de mandioca para reduzir as desvantagens em relação à
farinha de trigo.
Eles
já constataram que enzimas chamadas alfa-amilases melhoram
claramente a estrutura do pão, avaliada por análise sensorial e por
métodos físicos. Por sua vez, as enzimas lipases aumentaram o
volume do pão em razão do gás carbônico ter sido mais bem retido
na massa. Já as enzimas lacases tornaram o pão mais macio.
"Essa
observação abre a perspectiva de empregar de forma mais racional as
enzimas para melhorar a qualidade do pão, especialmente quando se
utiliza combinação de fontes de amido, como é o caso de misturas
de farinha de trigo e fécula de mandioca", avaliou.”
Fonte:
Diário da saúde
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