Por J.J. Abdala - E articulista de O Guardião da Montanha - Jornal on-line
“Tenho total convicção de que o mundo é maravilhoso, de que a grandeza e a perfeição reinam plenamente no mundo inteiro, e cabe a cada um de nós fazer deste mundo um mundo ainda melhor, haja o que houver, tempestades passam e após ela o sol surge a nos iluminar radiando seu brilho fundamental a existência humana.
Estamos suscetíveis, nestes momentos nos sentindo fragilizados, pois fomos brutalmente acertados e retirados de nossas zonas de conforto, aquela solidez que por vezes acreditávamos ter, esvaiu-se de nossas mãos qual torneira aberta, nos dando a sensação de estarmos órfãos.
A cada notícia vinda da TV ou de qualquer meio de comunicação nos atormenta a alma, nos deixa em pânico, nos questiona os valores morais da vida humana, da vida em comunidade, nos indaga qual rumo tomar diante disso que é tão novo, e que ao mesmo tempo é tão real, pois a morte é a única certeza da qual temos nessa aventura tão prazerosa da qual a chamamos de vida.
A aqueles que têm fé, se apegam a um ser supremo, vivenciamos isso, a fé nos impulsiona os sentimentos, por mais cruéis que sejam eles. Não podemos perder a esperança de um mundo melhor, livre e cheio de paz.
Com essa reviravolta no meio do caminho, tenho a leve impressão de que chegamos à temida Terceira Guerra Mundial, ou não, mas descobri também que não será o país que tem mais armas ou que se julga ser o mais poderoso, é o que pode vencer esta guerra, pois não será tiros ou balas de canhão, armamento nuclear que poderão barrar o inimigo invisível, esse vírus que vem ceifando vidas mundo afora.
A nação ou país que pode frear o inimigo é aquele do qual soube investir em ciência, tecnologia, saúde, infraestrutura hospitalar, que respeita seus cientistas, seus profissionais da saúde, os maiores soldados nesta guerra. Porque estamos diante de um inimigo que não morrera com um tiro ele é invisível porém não invencível.
Todas as armas da ciência e da saúde se fazem necessárias neste momento de pandemia, e é claro a sua colaboração também neste momento é grande valia cada um de nós fazendo a nossa parte, no momento em que o mundo inteiro, anseia pela cura e o fim desta guerra.
A inversão de todos os valores está aí, diante de nossos olhos, só não vê quem não quer, não existe país ou nação mais poderoso neste momento, o que existe é a busca infinita e incessante dos que querem o bem maior.
Tudo fechado, comércio, ruas desertas, agora de nada adianta uma roupa bonita da qual ninguém vai ver, uma carro novo na garagem do qual de lá não sairá o que conta nesta batalha é a vida é o sobreviver, viagens faremos depois, economia vamos trabalhar e reerguer novamente, mas as vidas até aqui perdidas, isso infelizmente não podemos trazer de volta.
Então qual é o maior tesouro neste momento? É a vida, qual é o nosso refúgio ou abrigo? Nossas casas, nosso lar.
Que ironia do destino, nem mesmo a famosa Muralha da China, foi capaz de barrar este vírus, quando se ouviu boatos sobre ele, inclinávamos os ombros e dizíamos a está longe lá do outro lado do mundo, pois ele chegou, chegou sem permissão, veio entrando sem bater, não viu classes, cor nem raças, depois viemos com a desculpa de grupo de risco, de idosos, mentira ele é tão astuto que pega a quem cruze pelo seu caminho.
Tudo mudou em questões de semanas, quando vimos o homem e a nação mais poderosa do mundo se curvar diante de sua incapacidade ou pequinês humana, é assustador, parece que o mundo parou. Foi à ameaça de um o vírus invisível colocar em risco a nossa sobrevivência, para ser instaurada a Terceira Guerra Mundial, o pânico gerado no mundo, as dúvidas normais sobre tudo que é novo, mas que já existia, nos fez rever conceitos, nos fez rever de quanto vale a vida, de quanto é bom viver, de quanto custa a nossa liberdade o direto e ir e vir, de quanto éramos tolos, fúteis, alienados, de quanto dávamos valor a coisas tão bobas, e deixávamos escapar por entre os dedos a vida, os pequenos detalhes, os abraços que agora não podem mais ser dados, os apertos de mãos, os beijos, no máximo um aceno, pela sacada, pelas janelas. Tudo mudou os heróis que alguns idolatram como, por exemplo, jogadores de futebol, nem partidas de futebol são permitidas mais, agora os heróis são os profissionais da saúde, aqueles que estão na linha de frente, que deixam seus lares, suas famílias para cumprir uma missão mais do que sublime, salvar vidas, aquele professor ou professora do seu filho, que agora leva o título de educador, mas que fique claro educação se traz de casa. Todos esses agora são muitos, os operadores de segurança, os operadores da saúde, os cientistas. Enquanto alguns políticos classe mais suja que existe, DEUS me perdoe, estão lá, rasgando dinheiro, se aproveitando da ausência de licitações para enfim fazer o que sabem de melhor, ROUBAR.
Nesta guerra não existe rico nem pobre, existe seres humanos em busca da sobrevivência só isso, que agora faz da sua casa, sua trincheira de guerra. Espero que quando tudo passar, possamos viver em um mundo muito melhor, mais alegre, mais humano, mais decente, mais saudável, com menos arrogâncias, com mais amor, com mais cuidado aos que ao nosso lado estão e com bem menos ambição, pois vimos que o dinheiro não é tudo, que ele é bom a como é, mas do que adianta ter ele neste momento se você nem mesmo pode ir ao banco, do que adianta milhões na sua conta se nem da sua casa você pode sair, você nem sabe se amanhã estará vivo, qual é a sua garantia? Agora o momento é de rever seus conceitos para pós-pandemia juntos construirmos um mundo novo, sólido, porque o mundo é belo, e a vida é preciosa, após todo esse caos passar, você, vocês verão que precisaram passar por tudo isso, pela clausura, pelo isolamento, pela incubação, para ressurgir para renascer como um ser humano melhor."
J.J. Abdala, escreve aos domingos. Reside no Paraguay. É graduado em Direito, ex-diplomata e Licenciado em comércio internacional e Ciências Políticas na Universidade Católica Nuestra Señora de La Asuncion.
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