quarta-feira, 12 de outubro de 2022

Boa notícia na Ciência: "Experimento altera genes do HIV no organismo humano para impedir sua multiplicação"

A edição genética é um raro científico que pode trazer a cura para diversas doenças, inclusive o HIV

Por Vitor Paiva, hypeness


"Um experimento clínico inédito com edição de genes realizado pela empresa de biotecnologia Excision BioTherapeutics poderá revolucionar por completo o tratamento contra o vírus do HIV. Utilizando uma tecnologia intitulada Crispr (sigla que se traduz como Repetições Palindrômicas Curtas Agrupadas Regularmente Interespaçadas), a inovação busca impedir a replicação do vírus causador da Aids através de sua alteração genética intencional.

O experimento está sendo testado pela empresa, sediada em San Francisco, na Califórnia, em um homem soropositivo que recebeu o tratamento intravenoso em julho deste ano. A infusão única promete levar através da corrente sanguínea as ferramentas de edição genética para as células infectadas, e alterar o vírus.

© Vitor Paiva Vírus HIV atacando células do sistema imunológico visto em um microscópio 


Nas próximas semanas, o paciente deixará de tomar os medicamentos antirretrovirais que mantém o HIV indetectável, e aguardará 12 semanas para medir a reação do vírus à edição, e determinar se a doença será removida. “O que estamos tentando fazer é devolver a célula a um estado quase normal”, afirmou Daniel Dornbusch, CEO da Excision BioTherapeutics.


Em tratamentos anteriores com o Crispr, a edição de genes foi utilizada nas próprias células das pessoas: a inovação do uso da tecnologia no experimento contra o HIV está no fato de a ferramenta ser utilizada para editar diretamente o vírus. Como o HIV só consegue se reproduzir intacto, a tecnologia edita duas regiões do genoma do vírus que bloqueariam sua replicação.

Desafios e próximos passos

Uma das grandes preocupações era identificar uma região do vírus que fosse editada sem causar nenhuma ruptura em partes do genoma do próprio paciente, o que poderia causar outros problemas como câncer. Além disso, foi preciso alterar uma parte do vírus que tende a se manter igual apesar das muitas mutações do HIV, em processo que também evitará efeitos colaterais graves por “cortes” em partes indesejadas do genoma.

-Paciente está há 17 meses sem HIV em estudo inédito e histórico

De acordo com matéria publicada na revista Wired, os próximos passos do experimento incluirão mais nove participantes para determinar a melhor eficácia de três dosagens diferentes, e medir a carga viral e as células do sistema imunológico de cada paciente antes e depois da terapia. A ideia é compreender se o tratamento realmente reduz a carga viral a menos de 200 cópias de HIV por milímetro de sangue, nível considerado indetectável."

Fonte:  hypeness           

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