terça-feira, 25 de junho de 2019

"Supremo nega liberdade a Lula e adia decisão sobre Moro"




Por AFP.com


O Supremo Tribunal Federal rejeitou nesta terça-feira os recursos para a libertação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e adiou a decisão sobre o pedido de suspeição contra o ex-juiz e atual ministro Sérgio Moro.

Por três votos a dois, os juízes da segunda turma do STF decidiram adiar para o próximo semestre o debate sobre a conduta de Moro e rejeitaram uma proposta para conceder até então a liberdade provisória a Lula.

Por 4 votos a 1, a segunda turma do Supremo já havia rejeitado o recurso contra a decisão adotada por um juiz de um tribunal superior envolvendo o ex-presidente.

Lula, 73 anos, que cumpre desde abril de 2018 em Curitiba uma pena de 8 anos e 10 meses de prisão, se declara inocente e afirma que Moro fez parte de uma conspiração para impedir o retorno da esquerda ao poder.

Os advogados do ex-presidente alegam suspeição diante da decisão de Moro de aceitar o cargo de ministro da Justiça no governo de Jair Bolsonaro, que derrotou Fernando Haddad, o substituto de Lula, na eleição presidencial de 2018.

Os argumentos da defesa ganharam força após a publicação pelo portal The Intercept Brasil de supostas mensagens entre Moro e os procuradores da Lava Jato para barrar a candidatura de Lula.

Segundo Cristiano Zanin Martins, um dos advogados do ex-presidente, já foram apresentadas inúmeras provas de que Lula não teve um julgamento justo, imparcial e independente.

Zanin afirma que o ex-presidente não cometeu qualquer crime e tem o direito de ser julgado por um juiz "imparcial", o que não é o caso de Moro.

Em 2017, Moro condenou Lula por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do triplex no Guarujá, que o ex-presidente recebeu da construtora OAS em troca de vantagens na Petrobras.

A condenação foi confirmada pelo TRF4 e, posteriormente, pelo Supremo Tribunal de Justiça (STJ).
Mas a defesa de Lula alega que Moro não atuou com imparcialidade, e agora apoia sua posição nas revelações do site The Intercept.

Moro, que não reconhece a autenticidade das mensagens do The Intercept, nega ter orientado os procuradores durante a operação Lava Jato.”

Fonte: AFP.com              

Bolsonaro revoga o decreto das armas

O presidente da República, Jair Bolsonaro assina o decreto que dispõe sobre a aquisição, o cadastro, o registro, a posse, o porte e a comercialização de armas - 07/05/2019 (Marcos Corrêa/PR)

"O Senado havia suspendido os efeitos do texto na última terça-feira, 18, e documento seguiria para análise da Câmara dos Deputados"

Por Giovanna Romano

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) revogou nesta terça-feira, 25, o decreto que facilita o porte e posse de armas no país. Há uma semana, o plenário do Senado havia suspendido os efeitos do texto por 47 votos a 28. Após a votação, o decreto seguiria para a análise da Câmara dos Deputados em regime de urgência. Entretanto, foi publicada uma edição extra do Diário Oficial da União que oficializou o recuo do governo.

O decreto promovia flexibilização para o acesso a armas. Entre elas, concedia o porte a 20 categorias profissionais e ampliava de 50 para 5 mil a quantidade de munições que poderiam ser compradas anualmente. A medida também ampliava a possibilidade de importação de armas e permitia que menores de 18 anos de idade, inclusive crianças, praticassem tiro desportivo desde que autorizado pelos pais ou responsáveis legais.
O Supremo Tribunal Federal (STF) também questionava o decreto. O ministro Dias Toffoli, presidente da corte, tinha marcado para o dia 26 de junho o julgamento de cinco ações contra as alterações promovidas pelo governo. As ações foram movidas pelo PSB, PSOL e pela Rede Sustentabilidade.

Antes da votação no Senado, o presidente pediu o apoio de seus seguidores nas redes sociais para que cobrassem os senadores do seu estado a rejeitarem projetos que anulassem os decretos que flexibilizam a posse e o porte de armas de fogo. “Caso aprovado, perdem os CACs [caçadores, atiradores esportivos e colecionadores de armas], que dificilmente terão direito de comprar legalmente suas armas”, escreveu.”
Fonte: veja.com

A Anistia Internacional pediu que decreto de armas de Bolsonaro fosse revogado em 21 de maio de 2019. Segundo o órgão, a medida vai contra as garantias do direito à vida, podendo aumentar significativamente os índices de homicídios no país.

2018 matou Marielle


Fonte: Conversa Afiada com Paulo Henrique Amorim

"Governo autoriza 42 novos agrotóxicos e chega a 239 registros no ano"

Pulverização aérea de agrotóxico em plantação. Foto: Pixabay.












Por Fernanda Wenzel

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou no Diário Oficial da União desta segunda-feira (24) o registro de 42 novos agrotóxicos. Com isso, eles passam a ter a comercialização permitida no Brasil. Desde o início do ano, já são 239 novas autorizações, o equivalente a 1,3 registros por dia.

Dos 42 produtos registrados nesta segunda-feira, 14 são extremamente tóxicos à saúde humana, 4 altamente tóxicos, 16 medianamente tóxicos e 8 pouco tóxicos. Em relação aos riscos ao meio ambiente, um deles é altamente perigoso ao meio ambiente, 22 são muito perigosos ao meio ambiente, 17 são perigosos ao meio ambiente e 2 são pouco perigosos ao meio ambiente.
Chama a atenção que, dos 42 novos registros, 17 têm como base princípios ativos cujo uso é proibido em todos os países da União Europeia. São eles os herbicidas Tebutiurom, Hexazinona, Atrazina e Ametrina, além dos inseticidas Tiodicarbe e Novalurom. A lista inclui ainda dois novos produtos à base de Glifosato, produto associado a casos de câncer nos Estados Unidos, e o dois novos produtos à base de 2,4-D, um herbicida muito usado nas lavouras de soja e que vem causando prejuízos aos vitivinicultores do Rio Grande do Sul.

Com a exceção de um deles, todos os outros agrotóxicos da lista são genéricos de produtos já vendidos no Brasil. Ou seja, ingredientes antigos que passam a ser vendidos sob novas marcas comerciais. A exceção fica por conta do herbicida Florpirauxifen-benzil, inédito no Brasil. Segundo nota do Mapa, "o produto formulado à base deste novo herbicida, que no futuro poderá ser utilizado para o controle de plantas daninhas na cultura do arroz, ainda está em fase final de análise nos órgãos federais envolvidos, com previsão de finalização para as próximas semanas". Ainda segundo a nota, este ingrediente ativo ganhou o prêmio de química verde em 2018, e será uma alternativa de menor toxicidade do que os herbicidas disponíveis hoje no mercado. O Florpirauxifen-benzil foi classificado pela Anvisa como medianamente tóxico para a saúde humana e classificado pelo Ibama como perigoso ao meio ambiente. Seu registro ainda está em análise na União Europeia."
Fonte: ((o)) Eco

segunda-feira, 24 de junho de 2019

Agora a noite: “STF mantém julgamento de HC de Lula nesta terça, diz Cármen Lúcia”

Ministra do STF, Carmem Lucia





Por Redação da Veja.com

A ministra do STF Cármen Lúcia, por meio de nota divulgada na noite desta segunda-feira, 24, afirmou que o julgamento do habeas corpus (HC) da defesa do ex-presidente Lula está mantido na pauta da Segunda Turma para esta terça-feira.

Segundo a ministra, “em todas as sessões, é dada preferência e a prioridade aos habeas corpus determinada pelo Ministro Relator ou pelo Ministro Vistor”. Ela disse ainda que “todo processo com paciente preso tem prioridade legal e regimental, especialmente quando já iniciado o julgamento, como nos casos de vista, independente da ordem divulgada.”

O ministro Edson Fachin é o relator do HC 164.493, que pede suspeição do ex-juiz e atual ministro da Justiça Sergio Moro no caso do tríplex.

Após a repercussão da notícia de que o julgamento do HC de Lula seria adiado, a ministra Cármen Lúcia divulgou a nota na qual explica que não tinha competência para excluir o item da pauta. Além disso, ainda de acordo com a magistrada, a divulgação da pauta não determina a ordem do chamamento dos processos durante a sessão.

O HC já foi rejeitado por Cármen Lúcia e Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF. Faltam votar os ministros Ricardo Lewandowski, Celso de Mello e Gilmar Mendes.

Leia a nota completa da ministra Cármen Lúcia:
Escolhida para a Presidência da Segunda Turma com exercício somente a partir de 25/06/2019, esclareço que:
1) não incluí nem excluí processos para a sessão de amanhã, sequer tendo assumido, ainda, o exercício da Presidência, nos termos regimentais;
  1. em todas as sessões, é dada preferência e a prioridade aos habeas corpus determinada pelo Ministro Relator ou pelo Ministro Vistor;
  1. a divulgação da pauta não orienta o chamamento de processos na sessão, seguindo a prioridade dos casos, a presença de advogados ou outro critério legal;
    4)todo processo com paciente preso tem prioridade legal e regimental, especialmente quando já iniciado o julgamento, como nos casos de vista, independente da ordem divulgada.”
Fonte: Veja.com   

"Glenn Greenwald estará na câmara dos deputados nesta terça, 25"

Jornalista da Intercept Brasil, Glenn Greenwald




Coluna: Radar da Veja
A presença do jornalista Glenn Greenwald na Câmara também será cercada de forte esquema de segurança e regras rígidas para entrada no plenário onde o jornalista do The Intercept será o centro de uma audiência pública.
A exemplo dos cuidados adotados com Sérgio Moro no Senado, na sessão da Câmara entrarão apenas funcionários designados e com crachá especial.
Nem mesmo o comando da Comissão de Direitos Humanos, onde Glenn irá falar, sabe onde ele estará hospedado. Nem voo e horário de chegada.
O Departamento de Polícia Legislativa cuida da estratégia.
(…)
As inscrições começam às 14:30h e se encerram assim q o primeiro parlamentar começar a falar.”
Fonte: Diário Centro do Mundo        

Adiado o pedido de habeas corpus no caso do ex-presidente Lula








STF adia pedido da defesa de Lula.


"Julgamento do pedido de liberdade do ex-presidente estava na pauta desta terça (25), mas foi adiado. Defesa alega que o ministro Sérgio Moro agiu com parcialidade ao julgar o petista."

Por Luiz Felipe Barbiéri
"Também nesta segunda, a defesa de Lula pediu ao 
Supremo que dê prioridade à análise do habeas 
corpus. Os advogados alegaram que Lula é idoso e 
já está preso há 443 dias.
"O habeas corpus e as causas criminais 
com réu preso têm prioridade no julgamento 
com relação a outros processos", afirmam 
os advogados. "Ademais [...], dar-se-á 
prioridade na tramitação dos processos e 
procedimentos em que figure como parte 
pessoa idosa", diz outro trecho da peça 
judicial.

"O habeas corpus e as causas criminais com 
réu preso têm prioridade no julgamento com 
relação a outros processos", afirmam os 
advogados. "Ademais [...], dar-se-á prioridade 
na tramitação dos processos e procedimentos 
em que figure como parte pessoa idosa", diz 
outro trecho da peça judicial.
O pedido de liberdade foi apresentado pela defesa em 2018. O caso começou a ser julgado no ano passado, e dois ministros da Segunda Turma já votaram contra conceder liberdade a Lula: Luiz Edson Fachin e Cármen Lúcia.

Terceiro a votar na ocasião, o ministro Gilmar Mendes pediu vista, ou seja, mais tempo para analisar o caso. Gilmar liberou o caso para julgamento no último dia 10. Além do ministro, deverão votar Ricardo Lewandowski e Celso de Mello.

O pedido da defesa de Lula é endereçado a Cármen Lúcia. Caberá a ela a decisão de incluir novamente o habeas corpus de Lula na pauta do colegiado."

Fonte: G1

“Ministro do STF suspende MP de Bolsonaro que transferiu demarcação de terras indígenas para Agricultura”

Ministro Luis Roberto Barroso 


Com a decisão, tarefa volta para a Funai

Por Carolina Brígido
"BRASÍLIA – O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu liminar para suspender a validade da medida provisória do presidenteJair Bolsonaro que transferiu para o Ministério da Agriculturademarcação de terras indígenas . Agora, essa tarefa voltará para a Fundação Nacional do Índio ( Funai ), órgão vinculado ao Ministério da Justiça. Barroso pediu para o caso ser pautado com urgência no plenário da Corte, que decidirá se mantém ou não a liminar.

Em janeiro, uma medida provisória anterior já previa, entre outros pontos, que a demarcação de terras indígenas ficaria com a Agricultura, e que a Funai seria ligada ao Mulher, Família e Direitos Humanos. Mas, ao analisar a medida, o Congresso devolveu essa função à Funai, e fez com que o órgão também voltasse para o Ministério da Justiça.

Essa medida foi vetada pelo Congresso Nacional. Mesmo assim, o presidente editou uma nova medida com o mesmo conteúdo. A decisão foi tomada em ações apresentadas à Corte pela Rede, pelo PT e pelo PDT. Para os partidos, Bolsonaro foi autoritário ao insistir na transferência e desrespeitar os parlamentares.
Os partidos argumentaram que a legislação proíbe que uma MP seja reeditada na mesma sessão legislativa, ou seja, no mesmo ano. A nova medida provisória tem pontos diferentes - não leva a Funai, por exemplo, para o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos -, mas tem outros que são idênticos, como o que diz respeito à demarcação de terras indígenas.
Barroso concordou com os partidos. “No caso em exame, a MP 870/2019 vigorou na atual sessão legislativa. A transferência da competência para a demarcação das terras indígenas foi igualmente rejeitada na atual sessão legislativa. Por conseguinte, o debate, quanto ao ponto, não pode ser reaberto por nova medida provisória”, apontou o ministro.
A se admitir tal situação, não se chegaria jamais a uma decisão definitiva e haveria clara situação de violação ao princípio da separação dos poderes. A palavra final sobre o conteúdo da lei de conversão compete ao Congresso Nacional, que atua, no caso, em sua função típica e precípua de legislador”, concluiu Barroso.

Ainda segundo os partidos, a transferência da demarcação para o Ministério da Agricultura levaria a um conflito de interesses na pasta, uma vez que submeteria os interesses dos índios aos interesses agrícolas. O ministro não abordou esse aspecto para tomar a decisão.
Bolsonaro: 'Quem demarca terra indígena sou eu, não é ministro'

"Na quarta-feira, presidente editou medida provisória que transfere atuação da Funai para Ministério da Agricultura”

Por Gustavo Schmitt
SÃO PAULO - Em meio à polêmica causada pela transferência das demarcações de terras indíginaspara o Ministério da Agricultura, o presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira que é ele quem manda no assunto. A declaração foi dada após a participação do presidente na Marcha para Jesus, evento evangélico realizado na capital paulista.

Quem demarca terra indígena sou eu, não é ministro. Quem manda sou eu nessa questão, entre tantas outras. Eu sou um presidente que assumo ônus e bônus — disse Bolsonaro.

Na quarta-feira, Bolsonaro editou uma medida provisória que tira a competência pela demarcação de terras indígenas da Funai, ligada ao Ministério da Justiça, e a transfere para o Ministério da Agricultura.
A medida foi criticada nesta quinta-feira pelo Ministério Público Federal (MPF), que afirmou ter recebido a notícia com "perplexidade". Segundo o  subprocurador Antonio Carlos Alpino Bigonha, a medida é inconstitucional porque o assunto já havia sido tratado em medida provisória derrubada pelo Congresso.
Além da questão da demarcação de terras indígenas, a medida provisória de quarta-feira faz outras alterações na estrutura do governo, como a transferência do conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) para a alçada da Casa Civil e a transferência da Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil para a Secretaria-Geral da Presidência.”
Fonte: O Globo 

domingo, 23 de junho de 2019

Para os advogados, juristas e/ou defensores públicos do Brasil


Fonte: TVT

“Senadores reagem a julgamento do STF sobre homofobia e querem anular decisão”


 "Senador Marcos Rogério (DEM-RO) protocolou um projeto de decreto legislativo para derrubar os efeitos da decisão do STF"

Por Daniel Weterman

BRASÍLIA - Após o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir enquadrar a homofobia e a transfobia como racismo, senadores se movimentam para tentar anular o julgamento. Parlamentares reagiram ao julgamento do STF, que avaliou omissão do Congresso por não ter aprovado até hoje uma lei sobre o tema.


Aliado do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), o senador Marcos Rogério (DEM-RO) protocolou um projeto de decreto legislativo para derrubar os efeitos da decisão do STF. O argumento do parlamentar não é contra o mérito do julgamento, mas contra o papel de o Supremo "legislar" enquanto o Parlamento discute o tema.

© reprodução Pixabay



"O que se coloca, portanto, não é um posicionamento em relação ao mérito da decisão adotada pela Suprema Corte, mas, sim, o de resguardar o papel constitucional do Parlamento como o principal foro da democracia, no qual as opiniões de todos os setores da sociedade podem se fazer ouvir, seja diretamente, seja por meio de seus representantes eleitos", diz o senador na justificativa do projeto.

A proposta foi encaminhada para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa. Para que um decreto seja anulado pelo Congresso, um projeto como esse precisa passar pelo Senado e pela Câmara.

Av Paulista, no domingo, 23, na parada LGBT


Na semana passada, após o julgamento do STF, o presidente do Senado emitiu uma nota para defender o papel do Congresso em se posicionar sobre o assunto. Alcolumbre escreveu que a Constituição Federal assegura aos deputados e senadores a atribuição de legislar. "O Parlamento respeita a decisão do Poder Judiciário na sua independência e autoridade para dirimir conflitos constitucionais, mas não pode aceitar a interpretação de que é omisso, uma vez que se guia pela devido respeito à democracia e à pluralidade de opiniões, representadas nos diferentes parlamentares eleitos pelo povo", afirmou o presidente do Senado.

Um projeto que enquadra a discriminação por orientação sexual ou de identidade de gênero ao crime de racismo está pendente de votação na CCJ do Senado e, depois do colegiado, deverá seguir diretamente para a Câmara dos Deputados. O Senado chegou a encaminhar um parecer ao STF para informar a aprovação da proposta na CCJ. Outra votação, no entanto, deve ser feita no colegiado por emendas terem sido apresentadas.”

Fonte: MSN / Estadão

"Democracia em vertigem" , o documentário

















POR PAULO HENRIQUE AMORIM
"O historialista dos múltiplos chapéus é ardiloso: ele publica o mesmo texto, no mesmo dia, em dois jornais que ficam a 400 km de distância, um do outro, na era da internet!
O Globo e a Folha são as vitimas do ardil, como foram do predecessor do Gaspari, o Paulo Francis, que mentia descaradamente e foi, por isso, expulso da Folha.
O Gaspari já teve o seu momento “intercept”!
Foi quando se soube que o Geisel combinava com o Figueiredo quem deveria morrer!
O Geisel, que o Gaspari esculpiu em mármore de Napolis como o “Sacerdote” da dupla com o “Feiticeiro”, que deu o Golpe de 1964 para salvar o Brasil do petebo-comunismo, porque o Jango só gostava de pernas: de coristas e de cavalos.
O Sacerdote e o Feiticeiro são os beneméritos de fluvial obra sobre o que Gaspari chama de “ditadura”.
Mesmo depois que se soube que Geisel mandava matar, Gaspari não confessou: não admitiu que de sacerdote Geisel não tinha nada.
Reagiu mais ou menos como Moro: não reconheceu o crime e, se fosse verdade, não tinha nada demais.
O historialista produz nesse domingo 23/VI um ataque virulento, frontal ao magnífico filme “Democracia em vertigem”, de Petra Costa.
Magnífico é pouco!
É filme que informa, emociona e descreve com cenas originais e fortíssimas os passos que a extrema-direita (de que Gaspari foi e é um dos sacerdotes) deu para derrubar a Dilma e prender  o Lula.
Ela entrevistou Dilma e Lula em circunstâncias decisivas: quando Dilma foi derrotada na Câmara pela quadrilha do Eduardo Cunha (que o Janot deixou solto até perder a serventia); e no Sindicato dos Metalúrgicos, pouco antes de Lula se entregar (e cometer um dos mais graves erros de sua trajetória política…).
(É provável que o advogado da capitulação de Lula tenha sido o mesmo que defendeu Dilma e não ganhou nenhuma causa – o zé da Justiça).
A narrativa de Petra Costa se enriquece com a de sua família, ela mesma dividida entre duas partes: a que serviu à Andrade Gutierrez e à direita, e os pais que recorreram à luta armada e, milagrosamente, sobreviveram a sacerdotes e feiticeiros!
Democracia em vertigem” é imperdível!
O que já se perdeu são os exemplares encalhados da obra gaspárica que, na editora Intrínseca, devem servir para alimentar ratos."
PHA                 

sábado, 22 de junho de 2019

ex-deputado Jean Willians vai processar "Ratinho"

Desabafo de um brasileiro

Nova denúncia do Intercept Brasil acompanhe

#VazaJato Diálogos inéditos: concordamos com Deltan

"Desde que o Intercept começou a publicar a série de reportagensdemonstrando conduta irregular da força-tarefa da Lava Jato e do então juiz – agora ministro – Sergio Moro, os defensores da operação vêm adotando uma postura de criminalização do jornalismo, tendo o próprio ministro se referido ao Intercept como "site aliado a hackers criminosos". Essa tentativa de nos colar a criminosos foi denunciada por diversos grupos de defesa da liberdade de imprensa – como o Comitê para a Proteção dos JornalistasRepórteres sem Fronteiras e a Abraji –, que emitiram comunicados condenando a estratégia de Moro e das autoridades brasileiras de usar intimidação e ameaças para impedir a realização de nosso trabalho jornalístico.

Hoje, nós decidimos publicar na nossa newsletter alguns trechos inéditos do arquivo da #VazaJato para mostrar como, antes de serem alvos de vazamentos, os procuradores da força-tarefa enfatizavam – em chats privados com seus colegas – que jornalistas têm o direito de publicar materiais obtidos por vias ilegais, e que a publicação desses materiais fortalece a democracia.

Deltan Dallagnol, nominalmente o coordenador da força-tarefa, era com frequência o maior entusiasta dessas garantias. O apreço de Deltan pela liberdade de imprensa se deve, possivelmente, ao fato de que a Lava Jato se valeu, por anos, de vazamentos de trechos de delações premiadas e outros materiais confidenciais contidos nos autos das investigações como ferramenta de pressão contra políticos e empresários alvos da força-tarefa.

Vejam essa conversa revelada agora pelo TIB: em novembro de 2015, num chat chamado PF-MPF Lava Jato 2, enquanto discutiam medidas para coibir vazamentos de informações da força-tarefa (“alguns vazamentos tem sido muito prejudiciais”), Deltan alertou seus colegas que utilizar o poder processual para investigar jornalistas que tenham publicado material vazado não seria apenas difícil mas "praticamente impossível", porque "jornalista que vaza não comete crime".

Deltan estava certo. A decisão judicial da 2ª Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região diz claramente: “o jornalista que divulga trechos de investigação policial que corre em sigilo não comete nenhum crime.” A decisão diz ainda que "Não se trata, por certo, de pretender punir a pena e a boca que, no exercício de nobre profissão, revelam, mas a mão de quem, detentor de dever de preservação do sigilo de informações, a usa para reduzir a nada a autoridade da decisão judicial e as garantias constitucionais." Ou seja: cometem crime os funcionários públicos que vazam informações que deveriam eles mesmos proteger – policiais, procuradores, juízes... – e não os jornalistas que as publicam.

Há cerca de um ano, em maio de 2018, Deltan e seu time redigiram e publicaram um manifesto em defesa das virtudes da liberdade de expressão – elaborado para proteger um dos procuradores. Ele estava sendo ameaçado de punição por ter publicado um artigo com duras críticas à Justiça Eleitoral. Os procuradores criaram um grupo de chat no Telegram – até agora inédito – chamado Liberdade de expressão CF. Durante a redação do manifesto, Deltan ressaltou um ponto crucial para eles à época, e que é central ao trabalho jornalístico que nós estamos realizando sobre as condutas da força-tarefa e de Moro:

17:15:22 Deltan: “Autoridades Públicas estão sujeitas a críticas e tem uma esfera de privacidade menor do que o cidadão que não é pessoa pública.”

O argumento de Deltan é precisamente correto – ainda que para o procurador ele deixe de valer quando a autoridade pública em questão é ele próprio. Curiosamente, o ministro do STF Luiz Fux discorda do Deltan de hoje.

Fux já se pronunciou sobre isso no próprio Supremo: “Esta Corte entendeu que o cidadão que decide ingressar no serviço público adere ao regime jurídico próprio da Administração Púbica, que prevê a publicidade de todas as informações de interesse da coletividade, dentre elas o valor pago a título de remuneração aos seus servidores. Desse modo, não há falar em violação ao direito líquido e certo do servidor de ter asseguradas a intimidade e a privacidade. In Fux We Trust.

Cidadãos privados têm direito à privacidade absoluta. Mas aquelas pessoas que detém o poder  – como juizes, procuradores e ministros –  “estão sujeitas a críticas e tem uma esfera de privacidade menor.” Esse é um princípio no qual acreditamos enfaticamente e que vem norteando nossa reportagem desde que começamos a trabalhar nesse arquivo.

Deltan ofereceu argumento similar em 2016, quando defendeu a decisão de Moro de tornar públicas gravações telefônicas do ex-presidente Lula. Em defesa do então juiz, Deltan argumentou corretamente que o direito à privacidade das autoridades não se sobrepõe ao interesse do público de saber o que aqueles que detém o poder fazem e dizem em situações privadas – isso que ele estava defendendo um juiz que divulgou um grampo ilegal, algo muito mais sério do que a atitude de whistleblowers.

Outros membros da força-tarefa, antes da publicação das reportagens pelo Intercept, compartilhavam do entusiasmo de Deltan pelo vazamento de documentos governamentais secretos que expõem o comportamento das autoridades. Os procuradores expressaram também sua admiração pelos whistleblowers, como Daniel Ellsberg e Edward Snowden, que tornam públicos documentos secretos comprovando irregularidades ou corrupção por parte das autoridades.
Em Janeiro de 2017, os procuradores lamentaram o fato do Brasil ter perdido posições no ranking de percepção da corrupção publicado pela Transparência Internacional, e expressaram admiração pela Dinamarca, que lidera o ranking. Após publicar um link para o ranking num chat no Telegram chamado "BD", a procuradora Monique Chequer (que não pertence à Lava Jato em Curitiba) explicou que o sucesso dos esforços de combate a corrupção na Dinamarca se devem porque o país – ao contrário do Brasil – valoriza e protege as fontes que expõe corrupção (os whistle-blowers).
  • 08:21:39  Aqui
  • 08:33:49 Livia Tinoco Infelizmente, estamos muito, muito longe do modelo da Dinamarca
  • 08:43:25 Monique “Many companies also make use of so- called “whistle-blower” systems that have become very popular in Denmark”.
  • 08:44:07  Enquanto aqui no Brasil há “complexa” discussão se o delator é imoral ou não.
O artigo elogiado pelos procuradores explica os motivos do sistema político dinamarquês ser tão pouco corrupto. Há nele o seguinte discurso, proferido por um embaixador dinamarquês:

"Na Dinamarca nós temos uma cultura política muito inclusiva, e tanto nossas instituições públicas quanto privadas são altamente transparentes, o que faz com que seja fácil, por exemplo, responsabilizar políticos e empresas por irregularidades cometidas.

A mídia tem um papel fundamental no sistema de integridade na Dinamarca, e é muitas vezes chamada de 'o quarto poder do estado', que tem o papel de fiscalizar os outros três, garantindo que eles se comportem da forma correta… Muitas empresas também empregam os chamados "sistemas de whistle-blower", cada vez mais populares na Dinamarca. Isso significa que, se uma pessoa tem conhecimento de algum tipo de corrupção ou desvios éticos que acredita que devem ser tornados públicos, essa pessoa pode denunciar isso – inclusive de forma anônima."

Nós concordamos em absoluto com os princípios defendidos, em ambientes privados no Telegram, por Deltan e seus colegas: jornalistas não cometem crimes ao apurar e publicar reportagens baseadas em informações obtidas ilegalmente, mas sim contribuem para o fortalecimento das instituições e da cultura democrática; aqueles que detêm poder público sacrificam sua privacidade em nome da transparência; e a ação dos whistleblowers (o vazamento ilegal de informações demonstrando corrupção por parte de autoridades) é de importância vital para o bom funcionamento das instituições. São esses os princípios que norteiam o trabalho do Intercept e nossas reportagens sobre esse arquivo (leia nosso editorial e entenda).

Não importa o que Deltan, Moro e seus colegas digam sobre isso hoje. Eles estão apenas virando a mesa para defender seus próprios interesses. Isso não anula ou diminui a validade dos princípios fundamentais nos quais acreditamos – os mesmo que eles, hoje, querem destruir."
Fonte: intercept Brasil