Por
AFP.com
“O
Supremo Tribunal Federal rejeitou nesta terça-feira os recursos para
a libertação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e adiou a
decisão sobre o pedido de suspeição contra o ex-juiz e atual
ministro Sérgio Moro.
Por
três votos a dois, os juízes da segunda turma do STF decidiram
adiar para o próximo semestre o debate sobre a conduta de Moro e
rejeitaram uma proposta para conceder até então a liberdade
provisória a Lula.
Por
4 votos a 1, a segunda turma do Supremo já havia rejeitado o recurso
contra a decisão adotada por um juiz de um tribunal superior
envolvendo o ex-presidente.
Lula,
73 anos, que cumpre desde abril de 2018 em Curitiba uma pena de 8
anos e 10 meses de prisão, se declara inocente e afirma que Moro fez
parte de uma conspiração para impedir o retorno da esquerda ao
poder.
Os
advogados do ex-presidente alegam suspeição diante da decisão de
Moro de aceitar o cargo de ministro da Justiça no governo de Jair
Bolsonaro, que derrotou Fernando Haddad, o substituto de Lula, na
eleição presidencial de 2018.
Os
argumentos da defesa ganharam força após a publicação pelo portal
The Intercept Brasil de supostas mensagens entre Moro e os
procuradores da Lava Jato para barrar a candidatura de Lula.
Segundo
Cristiano Zanin Martins, um dos advogados do ex-presidente, já foram
apresentadas inúmeras provas de que Lula não teve um julgamento
justo, imparcial e independente.
Zanin
afirma que o ex-presidente não cometeu qualquer crime e tem o
direito de ser julgado por um juiz "imparcial", o que não
é o caso de Moro.
Em
2017, Moro condenou Lula por corrupção e lavagem de dinheiro no
caso do triplex no Guarujá, que o ex-presidente recebeu da
construtora OAS em troca de vantagens na Petrobras.
A
condenação foi confirmada pelo TRF4 e, posteriormente, pelo Supremo
Tribunal de Justiça (STJ).
Mas
a defesa de Lula alega que Moro não atuou com imparcialidade, e
agora apoia sua posição nas revelações do site The Intercept.
Moro,
que não reconhece a autenticidade das mensagens do The Intercept,
nega ter orientado os procuradores durante a operação Lava Jato.”
Fonte: AFP.com
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