Guaidó |
Por
afp.com - AFP
“O líder opositor
Juan Guaidó afirmou neste sábado (1) que o presidente venezuelano,
Nicolás Maduro, 'está derrotado' e que sua saída do poder se
aproxima, em um momento em que delegados das duas partes celebram
conversações para resolver a crise.
"Não se importam
com nosso povo, se importam em roubar os reais para ver como se
mantêm aí (...) Eles já perderam, estão derrotados", disse
Guaidó, reconhecido como presidente interino da Venezuela por meia
centena de países, durante manifestação da oposição no estado de
Barinas (oeste).
O opositor faz uma
visita às planícies venezuelanas. Na sexta-feira, esteve em
Sabaneta de Barinas, berço do falecido ex-presidente Hugo Chávez
(1999-2013), para seguir exigindo que Maduro cesse a "usurpação"
do poder.
"Digo-lhes com
propriedade: o 'quando' (o presidente vai sair) está muito perto
porque estamos determinados e decididos a continuar lutando pelo
nosso país", afirmou o líder do Parlamento, de maioria
opositora, na localidade de Socopó.
Entre vivas e aplausos
de várias centenas de pessoas, Guaidó destacou que "sobram
razões" para protestar, como a escassez de gasolina, a falta
d'água e os prolongados apagões que se aprofundam desde março no
interior do país.
"Para estar na rua
é preciso estar organizados (...) Hoje sobram razões",
assegurou mais cedo o dirigente, que neste sábado vai encabeçar
outro comício na capital de Barinas.
Diálogo e rua
Para Winston Bayona são
quase insuportáveis as quilométricas filas para abastecer com
gasolina e a escassez do combustível se aprofundou em meados de maio
nas províncias devido a uma queda no refino e à falta de divisas
para importar o que falta.
"Quase não se
aguenta mais a situação que vivemos", disse à AFP o mecânico
de 50 anos, que optou por se deslocar em moto e bicicleta para
economizar combustível.
Em uma tentativa de
resolver a crise, Guaidó - que assegurou na sexta-feira "seguir
em todos os terrenos de luta" - aceitou diálogos exploratórios
com o governo de Maduro sob a mediação da Noruega.
Entre a segunda e a
quarta-feira passadas, as partes celebraram um primeiro encontro
frente à frente em Oslo que, segundo Guaidó, terminou "sem
acordo".
Em meados de maio,
mantiveram contatos em separado com o governo do país europeu.
Elda Martínez,
bibliotecária do departamento (estado) de Barinas, vê as conversas
como uma possibilidade de resolver o conflito, desde que se mantenham
os protestos.
"Precisamos que
nosso presidente Guaidó e o ditador cheguem a um acordo para que
possamos sair desta crise, mas devemos continuar na rua", disse
Martínez, de 54 anos, à AFP.
Desde que se proclamou
presidente interino, em 23 de janeiro, depois que o Parlamento
declarou ilegítima a reeleição de Maduro, Guaidó lidera
manifestações multitudinárias nas quais chama os militares a darem
as costas ao presidente socialista.
Mas suas convocações
tiveram uma fraca repercussão desde que um pequeno grupo de
militares liderou um levante em 30 de abril.”
Fonte:
afp.com - AFP
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