domingo, 30 de junho de 2019

A QUEDA DA MÁSCARA DA OPERAÇÃO LAVA JATO

Ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro e o procurador da Lavajato, Deltan Dallagnol

Por Lucas Rafael Chianello

A chamada “operação lava jato” veio à tona durante as eleições de 2014.

Com a descoberta do pré-sal e a destinação de seus royalties à educação (75%) e à saúde (25%), fascistas e “privatas” reuniram-se numa aliança de tudo ou nada para desmantelarem políticas sócio-econômicas focadas em promover a redução das desigualdades sociais.

Ao contrário do dito e propagandeado por muitos fanáticos desinformados e irascíveis (ou desonestos intelectuais), a base política e econômica dos governos Lula e Dilma não era o socialismo/comunismo cubano ou venezuelano, mas estava muito mais próxima dos chamados Estados europeus de bem-estar social.

Porém, como somos um país da periferia do capitalismo, a mínima mudança na estrutura econômica da sociedade proporcionada pelo PT levou fanáticos irascíveis de extrema-direita unirem-se numa aliança propagandística que repetiu a chamada “Marcha da Família com Deus pela Liberdade”, a sustentação civil do golpe de 1964, ao dizer que o Brasil precisava se livrar do comunismo.

Piada de mau gosto para quem, politicamente, é minimamente informado.

E como bem diz o professor Silvio Luiz de Almeida, “Não há golpe sem a participação do poder judiciário.”

Daí porque se entende a razão pela qual, o TRF 4, sede da operação lava jato, foi treinado pelo Departamento de Justiça dos EUA, conforme revelado pelos Wikileaks, numa clara ofensa à soberania de nosso país, uma vez que uma fração jurisdicional de um Estado soberano passou a praticar julgamentos políticos para contemplar interesses estrangeiros relacionados ao petróleo.

Desde sempre a esquerda brasileira, moderada ou “radical”, sempre denunciou a atuação enviesada da operação lava jato, o que tinha como resposta o “choro de petista”, até que a máscara caiu.

Materiais revelados periodicamente pelo
Jornalista Glenn Greenwald
jornalista estadunidense Glenn Greenwald na página The Intercept mostram que o rearranjo geopolítico ocorrido no Brasil com a queda de Dilma e a prisão de Lula ocorreu numa fraude processual gigantesca em que o então juiz Sérgio Moro atuava em conluio com os procuradores da chamada força tarefa da operação lava jato.

Como sempre era denunciado, não se tratava de combater a corrupção governamental, mas sim de criar um clima que justificasse a ascensão política da extrema-direita através do discurso moralista, afinal, “o Lula tá preso, babaca...”
O problema é que agora está mais do que comprovada a tese da brilhante defesa do presidente Lula capitaneada pelo advogado Cristiano Zanin Martins: o lawfare, ou seja, a perseguição judicial para fins políticos.

O conluio entre o então juiz Sérgio Moro e os procuradores da lava jato, ainda não revelados em sua totalidade, são o maior exemplo de assalto à mínima noção de república civilizada que já tivemos.

A partir do momento em frações de um poder de Estado treinadas por uma potência estrangeira combinam resultados de julgamentos entre juiz e promotor, não se tem um processo justo e sim perseguição política.

E como, nas palavras da presidenta Dilma Rousseff, não só a direita brasileira, mas a latino americana não possui o chip da moderação, os cavernícolas do conluio e do atraso civilizatório, defensores de processos suspeitos, revelam o quanto suas vidas são um complexo de frustração: resta-lhes celebrar a prisão de alguém cuja sentença foi encomendada.

Glenn Greenwald comprova: Lula está preso?
Sim.
Injustamente, babaca!”


Articulista: Lucas Rafael Chianello é advogado e jornalista

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