domingo, 25 de março de 2012

Aspirina pode reduzir risco de metástase e morte por câncer


Aspirina pode reduzir risco de metástase e morte por câncer  
Com informações da BBC
Efeitos da aspirina
No final de 2010, a equipe do Dr. Peter Rothwell, da Universidade de Oxford, publicou um estudo que sugeria que a ingestão de uma aspirina por dia reduzia o risco de morte por câncer, diz estudo
Tratamento adicional
Os pesquisadores destacam que não se trata de medidas preventivas contra o câncer, o que exigirá novos estudos, mas como um tratamento adicional para pessoas que já estejam com a doença.
O estudo identificou benefícios mais relevantes em relação aos eventuais efeitos da aspirina sobre a metástase, o espalhamento de um tumor pelo restante do corpo.
"Nós não estamos no estágio de recomendar o uso da aspirina para todas as pessoas, mas os protocolos médicos sobre o uso da aspirina pela população saudável de meia-idade certamente precisam ser atualizados, a fim de levar em conta os efeitos [da aspirina] sobre o risco e a progressão do câncer, assim como o risco de ataques cardíacos e derrames," disse Rothwell.
Benefícios da aspirina
O grupo não fez experimentos diretos, mas uma revisão dos experimentos realizados por cientistas de todo o mundo - foram revisados 51 estudos, envolvendo mais de 77 mil pacientes.
O levantamento foi subdividido em três artigos agora publicados.
No primeiro, a ingestão diária de aspirina detectou-se uma redução no risco de morte por câncer de 15%. Essa redução aumentou ao longo do tempo, chegando a 37% entre aqueles que tomaram aspirina durante 5 anos ou mais.
No segundo artigo, os cientistas relatam os efeitos da ingestão de aspirina sobre a metástase. Foi identificada uma redução do risco do espalhamento do câncer de 36% em um período de 6,5 anos.
Aspirina contra o câncer
Uma pequena dose diária de 75 mg aspirina  reduziu em até 20% a chance de morte por uma série de tipos de câncer.
O estudo, publicado na última edição da revista científica The Lancet, analisou dados de cerca de 30 mil pacientes, a maioria deles da Grã-Bretanha.
Prós e contras da aspirina
 “Os resultados mostram que os benefícios da aspirina comumente compensam os riscos associados, como aumento da possibilidade de sangramentos ou irritação do sistema digestivo”, dizem especialistas.
Alguns estudos associam a aspirina à redução dos riscos de ataques cardíacos ou de derrames entre as pessoas nos grupos de risco. Outros, porém, questionam o uso da aspirina na prevenção de ataques cardíacos.
Porém a pesquisa publicada recentemente afirma que, ao avaliar os benefícios e os riscos do consumo de aspirina, os médicos deveriam também considerar seus efeitos de proteção contra o câncer.
As pessoas que consumiram o medicamento tiveram um risco 25% menor de morte por câncer durante o período do estudo, e uma redução de 10% no risco de morte por qualquer causa em comparação às pessoas que não consumiram aspirina.
O tratamento com a aspirina durou entre quatro e oito anos, mas um acompanhamento de mais longo prazo de 12.500 pessoas mostrou que os efeitos de proteção continuaram por 20 anos tanto entre os homens quanto entre as mulheres.
Após 20 anos, o consumo diário de aspirina ainda tinha o efeito de reduzir em 20% o risco de morte por câncer.
Tipos de câncer
Ao analisar os tipos específicos da doença, os pesquisadores verificaram uma redução de 40% no risco de morte por câncer de intestino, 30% para câncer de pulmão, 10% para câncer de próstata e 60% para câncer de esôfago.
As reduções sobre cânceres de pâncreas, estômago e cérebro foram difíceis de quantificar por causa do pequeno número de mortes por essas doenças entre as pessoas pesquisadas.
Também não havia dados suficientes para analisar os efeitos da aspirina sobre cânceres de ovário ou de mama, mas os autores da pesquisa sugerem que a razão para isso é que não haveria mulheres suficientes entre as pessoas analisadas.
Mas estudos de larga escala sobre os efeitos da aspirina sobre esses tipos específicos de câncer estão em andamento.
Quando tomar aspirina
O coordenador do estudo, Peter Rothwell, disse que ainda não aconselha os adultos saudáveis a começarem a tomar aspirina imediatamente, mas afirmou que as "evidências" científicas estão "levando as coisas nessa direção".
Segundo Rothwell, o consumo diário de aspirina dobra os riscos de grandes sangramentos internos, que é de 0,1% anualmente. Mas ele diz que os riscos de sangramento são "muito baixos" entre adultos de meia-idade, mas aumentam bastante entre os maiores de 75 anos.
Segundo ele, o tempo ideal para começar a considerar tomar doses diárias de aspirina seria entre os 45 e os 50 anos, por um período de 25 anos.
Naquele trabalho, a equipe se concentrou, sobretudo sobre o câncer de intestino, e seus resultados mostravam que a aspirina deveria ser tomada por longos períodos, que variavam de oito a 20 anos.
Agora, em um novo estudo, também publicado na revista Lancet, eles argumentam que os benefícios podem vir bem antes - de três a cinco anos.

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