Aspirina pode
reduzir risco de metástase e morte por câncer
Com informações da BBC
Efeitos da aspirina
No final
de 2010, a equipe do Dr. Peter Rothwell, da Universidade de Oxford, publicou um
estudo que sugeria que a ingestão de uma aspirina por dia reduzia o risco de morte por câncer,
diz estudo
Tratamento adicional
Os pesquisadores
destacam que não se trata de medidas preventivas contra o câncer, o que exigirá
novos estudos, mas como um tratamento
adicional para pessoas que já estejam com a doença.
O estudo identificou
benefícios mais relevantes em relação aos eventuais efeitos da aspirina sobre a
metástase, o espalhamento de um tumor pelo restante do corpo.
"Nós não estamos
no estágio de recomendar o uso da aspirina para todas as pessoas, mas os
protocolos médicos sobre o uso da aspirina pela população saudável de
meia-idade certamente precisam ser atualizados, a fim de levar em conta os
efeitos [da aspirina] sobre o risco e a progressão do câncer, assim como o risco
de ataques cardíacos e derrames," disse
Rothwell.
Benefícios da aspirina
O grupo não fez experimentos diretos,
mas uma revisão dos experimentos realizados por cientistas de todo o mundo -
foram revisados 51 estudos, envolvendo mais de 77 mil pacientes.
O levantamento foi subdividido em três
artigos agora publicados.
No primeiro, a ingestão diária de
aspirina detectou-se uma redução no risco de morte por câncer de 15%. Essa
redução aumentou ao longo do tempo, chegando a 37% entre aqueles que tomaram
aspirina durante 5 anos ou mais.
No segundo artigo, os cientistas relatam
os efeitos da ingestão de aspirina sobre a metástase. Foi identificada uma
redução do risco do espalhamento do câncer de 36% em um período de 6,5 anos.
Aspirina contra o câncer
Uma pequena dose diária de 75 mg aspirina reduziu
em até 20% a chance de morte por uma série de tipos de câncer.
O estudo, publicado na última
edição da revista científica The Lancet, analisou dados de cerca de 30 mil pacientes, a maioria deles da
Grã-Bretanha.
Prós e contras da aspirina
“Os resultados mostram que os benefícios da aspirina comumente compensam os
riscos associados, como aumento da possibilidade de sangramentos ou irritação
do sistema digestivo”, dizem especialistas.
Alguns estudos associam a
aspirina à redução dos riscos de ataques cardíacos ou de derrames entre as
pessoas nos grupos de risco. Outros, porém, questionam o uso da aspirina na
prevenção de ataques cardíacos.
Porém a pesquisa publicada recentemente
afirma que, ao avaliar os benefícios e os riscos do consumo de aspirina, os
médicos deveriam também considerar seus efeitos de proteção contra o câncer.
As pessoas que consumiram o
medicamento tiveram um risco 25% menor de morte por câncer durante o período do
estudo, e uma redução de 10% no risco de morte por qualquer causa em comparação
às pessoas que não consumiram aspirina.
O tratamento com a aspirina
durou entre quatro e oito anos, mas um acompanhamento de mais longo prazo de
12.500 pessoas mostrou que os efeitos de proteção continuaram por 20 anos tanto
entre os homens quanto entre as mulheres.
Após 20 anos, o consumo diário
de aspirina ainda tinha o efeito de reduzir em 20% o risco de morte por câncer.
Tipos de câncer
Ao analisar os tipos
específicos da doença, os pesquisadores verificaram uma redução de 40% no risco
de morte por câncer de intestino, 30% para câncer de pulmão, 10% para câncer de
próstata e 60% para câncer de esôfago.
As reduções sobre cânceres de
pâncreas, estômago e cérebro foram difíceis de quantificar por causa do pequeno
número de mortes por essas doenças entre as pessoas pesquisadas.
Também não havia dados
suficientes para analisar os efeitos da aspirina sobre cânceres de ovário ou de
mama, mas os autores da pesquisa sugerem que a razão para isso é que não haveria
mulheres suficientes entre as pessoas analisadas.
Mas estudos de larga escala
sobre os efeitos da aspirina sobre esses tipos específicos de câncer estão em
andamento.
Quando tomar aspirina
O coordenador do estudo, Peter
Rothwell, disse que ainda não aconselha os adultos saudáveis a começarem a
tomar aspirina imediatamente, mas afirmou que as "evidências"
científicas estão "levando as coisas nessa direção".
Segundo Rothwell, o consumo
diário de aspirina dobra os riscos de grandes sangramentos internos, que é de
0,1% anualmente. Mas ele diz que os riscos de sangramento são "muito
baixos" entre adultos de meia-idade, mas aumentam bastante entre os
maiores de 75 anos.
Segundo ele, o tempo ideal para
começar a considerar tomar doses diárias de aspirina seria entre os 45 e os 50
anos, por um período de 25 anos.
Naquele trabalho, a equipe se
concentrou, sobretudo sobre o câncer de intestino, e seus resultados mostravam
que a aspirina deveria ser tomada por longos períodos, que variavam de oito a
20 anos.
Agora, em um novo estudo,
também publicado na revista Lancet, eles argumentam que os benefícios podem vir
bem antes - de três a cinco anos.
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