quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Análise cerebral dos médiuns enquanto psicografam.

Imagem: Chico Xavier psicografando Emmanuel 
Wikipedia/André Koehne

“Cientistas analisam cérebros de médiuns durante psicografia”

Psicografia científica

Cientistas brasileiros e norte-americanos usaram as mais modernas técnicas de neuroimagens para analisar o cérebro de médiuns brasileiros. Os estudos foram feitos durante sessões de psicografia, uma forma de comunicação em que o espírito de uma pessoa já falecida escreve por meio das mãos do médium.

A nova pesquisa revelou resultados intrigantes da atividade cerebral, como um estado descrito pelos cientistas como "dissociativo". Os médiuns mais experientes apresentaram uma redução na atividade cerebral, apesar do complexo conteúdo escrito produzido por eles. Os resultados foram publicados na revista científica PLOS ONE.

Ciência e mediunidade
"Já se sabe que as experiências espirituais afetam a atividade cerebral. Mas a resposta cerebral à mediunidade, a prática de supostamente estabelecer comunicação ou ser controlado por uma pessoa já falecida, tem recebido pouca atenção científica," disse o coordenador do estudo, Andrew Newberg, da Universidade Thomas Jefferson (EUA).

A partir destas primeiras constatações, novos estudos sobre o assunto deverão começar a ser feitos. Foram analisados 10 médiuns, cinco deles classificados como "experientes" e cinco como "menos experientes". Todos receberam uma injeção de um marcador radioativo (radiofármaco) para capturar sua atividade cerebral durante processos normais de escrita e durante a prática da psicografia, que envolve um estado similar ao transe.

Os médiuns foram analisados usando um exame chamado SPECT (single photon emission computed tomography, tomografia computadorizada por emissão de fóton único), que é capaz de registrar as áreas ativas e as áreas inativas do cérebro a cada momento.

O estudo mostrou que os psicografistas experientes apresentaram menores níveis de atividade no hipocampo esquerdo (sistema límbico), giro temporal superior direito e regiões do lobo frontal do cingulado anterior esquerdo e giro precentral direito durante a psicografia, em comparação com sua escrita normal, fora do transe mediúnico. 

As áreas do lobo frontal estão associadas com o planejamento, raciocínio, produção da linguagem,, movimento e resolução de problemas. Os cientistas levantaram a hipótese de que isso reflete, durante o transe mediúnico, uma ausência de foco, autopercepção e consciência durante a psicografia. Já os médiuns menos experientes apresentaram exatamente o efeito oposto, o que os cientistas sugerem estar associado ao maior esforço que eles fazem para executar a psicografia.


                                                                                                           
Avaliação neurocientífica do transe mediúnico
Os textos psicografados foram analisados pelos cientistas, que verificaram que os textos produzidos durante o transe mediúnico, apresentaram complexidades maiores do que aqueles produzidos espontaneamente pelo próprio médium para referência, que não eram oriundos de psicografia.

Os médiuns mais experientes produziram textos com maiores pontuações no quesito complexidade, que normalmente exigiriam mais atividade no córtex frontal e temporal - exatamente o oposto do que os exames verificaram. O conteúdo produzido durante as psicografias versava sobre princípios éticos, a importância da espiritualidade, e a aproximação entre ciência e espiritualidade.

"Esta que é a primeira avaliação neurocientífica já realizada dos estados de transe mediúnico revela alguns dados interessantes para melhorar a nossa compreensão da mente e sua relação com o cérebro. Estas descobertas merecem estudos mais aprofundados, tanto em termos de replicação quanto de hipóteses explicativas," concluiu o Dr. Newberg.

O estudo foi orientado pelo Dr. Newberg, e contou com a participação dos brasileiros Julio Fernando Peres (Universidade da Pensilvânia), Alexander Moreira Almeida e Leonardo Caixeta (Universidade Federal de Juiz de Fora) e Frederico Leão (Universidade de São Paulo).
Fonte: Diário da Saúde





















































Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sua opinião é sempre bem-vinda!