Imagem: Chico Xavier psicografando Emmanuel
Wikipedia/André Koehne |
“Cientistas analisam cérebros de médiuns durante psicografia”
Psicografia
científica
Cientistas
brasileiros e norte-americanos usaram as mais modernas técnicas de
neuroimagens para analisar o cérebro de médiuns brasileiros. Os
estudos foram feitos durante sessões de psicografia, uma forma de
comunicação em que o espírito de uma pessoa já falecida escreve
por meio das mãos do médium.
A
nova pesquisa revelou resultados intrigantes da atividade cerebral,
como um estado descrito pelos cientistas como "dissociativo".
Os médiuns mais experientes apresentaram uma redução na atividade
cerebral, apesar do complexo conteúdo escrito produzido por eles. Os
resultados foram publicados na revista científica PLOS ONE.
Ciência
e mediunidade
"Já
se sabe que as experiências espirituais afetam a atividade cerebral.
Mas a resposta cerebral à mediunidade, a prática de supostamente
estabelecer comunicação ou ser controlado por uma pessoa já
falecida, tem recebido pouca atenção científica," disse o
coordenador do estudo, Andrew Newberg, da Universidade Thomas
Jefferson (EUA).
A
partir destas primeiras constatações, novos estudos sobre o assunto
deverão começar a ser feitos. Foram analisados 10 médiuns, cinco
deles classificados como "experientes" e cinco como "menos
experientes". Todos receberam uma injeção de um marcador
radioativo (radiofármaco) para capturar sua atividade cerebral
durante processos normais de escrita e durante a prática da
psicografia, que envolve um estado similar ao transe.
Os
médiuns foram analisados usando um exame chamado SPECT (single
photon emission computed tomography, tomografia computadorizada
por emissão de fóton único), que é capaz de registrar as áreas
ativas e as áreas inativas do cérebro a cada momento.
O
estudo mostrou que os psicografistas experientes apresentaram menores
níveis de atividade no hipocampo esquerdo (sistema límbico), giro
temporal superior direito e regiões do lobo frontal do cingulado
anterior esquerdo e giro precentral direito durante a psicografia, em
comparação com sua escrita normal, fora do transe mediúnico.
As áreas do lobo frontal estão associadas com o planejamento, raciocínio, produção da linguagem,, movimento e resolução de problemas. Os cientistas levantaram a hipótese de que isso reflete, durante o transe mediúnico, uma ausência de foco, autopercepção e consciência durante a psicografia. Já os médiuns menos experientes apresentaram exatamente o efeito oposto, o que os cientistas sugerem estar associado ao maior esforço que eles fazem para executar a psicografia.
Avaliação neurocientífica do transe mediúnico
Os médiuns mais experientes produziram textos com maiores pontuações no quesito complexidade, que normalmente exigiriam mais atividade no córtex frontal e temporal - exatamente o oposto do que os exames verificaram. O conteúdo produzido durante as psicografias versava sobre princípios éticos, a importância da espiritualidade, e a aproximação entre ciência e espiritualidade.
As áreas do lobo frontal estão associadas com o planejamento, raciocínio, produção da linguagem,, movimento e resolução de problemas. Os cientistas levantaram a hipótese de que isso reflete, durante o transe mediúnico, uma ausência de foco, autopercepção e consciência durante a psicografia. Já os médiuns menos experientes apresentaram exatamente o efeito oposto, o que os cientistas sugerem estar associado ao maior esforço que eles fazem para executar a psicografia.
Avaliação neurocientífica do transe mediúnico
Os textos psicografados foram analisados pelos cientistas, que verificaram que os textos produzidos durante o transe mediúnico, apresentaram complexidades maiores do que aqueles produzidos espontaneamente pelo próprio médium para referência, que não eram oriundos de psicografia.
Os médiuns mais experientes produziram textos com maiores pontuações no quesito complexidade, que normalmente exigiriam mais atividade no córtex frontal e temporal - exatamente o oposto do que os exames verificaram. O conteúdo produzido durante as psicografias versava sobre princípios éticos, a importância da espiritualidade, e a aproximação entre ciência e espiritualidade.
"Esta
que é a primeira avaliação neurocientífica já realizada dos
estados de transe mediúnico revela alguns dados interessantes para
melhorar a nossa compreensão da
mente
e
sua relação com o cérebro.
Estas descobertas merecem estudos mais aprofundados, tanto em termos
de replicação quanto de hipóteses explicativas," concluiu o
Dr. Newberg.
O
estudo foi orientado pelo Dr. Newberg, e contou com a participação
dos brasileiros Julio Fernando Peres (Universidade da Pensilvânia),
Alexander Moreira Almeida e Leonardo Caixeta (Universidade Federal de
Juiz de Fora) e Frederico Leão (Universidade de São Paulo).
Fonte:
Diário da Saúde
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