Caro
leitor, imagine uma situação corriqueira: você entra numa agência bancária e, de
repente, se depara com uma funcionária usando um colete com a seguinte frase:
"Posso ajudar?" ou com um simpático e atencioso gerente à disposição. E aí você
se pergunta: será que eles querem me ajudar mesmo ou querem apenas oferecer
produtos com o intuito de bater metas e assim ajudar, de fato, ao
banco?
Com
certeza, esta pergunta não deve ser rara na cabeça dos clientes e a resposta,
todos já conhecemos. A partir disso, desenvolvemos o que chamamos de "O jogo dos
sete erros que os clientes cometem ao aceitar determinados produtos
bancários".
1º
erro: Seu gerente oferece um título de capitalização com o argumento de que se
trata de uma poupança "forçada", muito útil para quem não tem disciplina de
poupar todo mês. Ele diz que você terá que depositar apenas R$ 50 por mês e
ainda irá concorrer a prêmios.
O
erro: Ele omite que esse tipo de título é uma "furada", uma vez que se você
resgatar antecipadamente terá um prejuízo. Existem estudos que comprovam que é
mais fácil ganhar na Mega-Sena do que ser sorteado num título de
capitalização.
2º
e 3º erros: O mesmo gerente simpático também oferece uma previdência privada que
promete melhorar a sua renda quando você se aposentar. Ele diz que o cliente
pode começar com aportes mensais de R$ 50.
O
erro: Ele omite o quanto será cobrado de taxa de administração e de custo de
carregamento, bem como não estima a perda do poder de compra da renda por causa
da inflação futura.
O
outro erro: Ele não informa que, no caso de um processo judicial ou de um
divórcio, o acumulado da previdência privada será utilizada para pagar o que a justiça determinar (o que não acontece com a previdência social).
4º erro: É oferecido um seguro de proteção ao cartão magnético do cliente a um custo mensal de R$ 10 sob a alegação de proteção em caso de perda.
O erro: Omitir a informação de que, caso o cartão seja perdido, basta o cliente telefonar imediatamente para o SAC do banco e cancelá-lo.
5º erro: Ao cliente o banco oferece uma conta corrente que cobra uma mensalidade de R$ 20, sobre o argumento de que o cliente terá muitos benefícios e facilidades maiores quando precisar de algum tipo de financiamento.
O erro: Não diz ao cliente que existe uma modalidade de conta corrente gratuita, chamada Conta Corrente de Serviços Essenciais, que não invalidará a possibilidade de atendê-lo, caso precise de crédito bancário futuramente.
6º
e 7º erros: O mesmo gerente ainda oferece um cartão de crédito que cobra uma
mensalidade de R$ 12 e uma taxa de juros de 6,99% ao mês (e garante que é a
menor do mercado).
Os
erros: Ele omite que existem cartões de crédito que não cobram mensalidades e
também não diz para o cliente que a taxa de juros incidirá a partir da data da
compra e não a partir da data do fechamento.
Por
isso, caro leitor, tome os devidos cuidados ao demandar os serviços bancários e
adquira somente aquilo que você precisar. Saiba que título de capitalização
deveria se chamar título de descapitalização e que previdência privada não
previne coisa nenhuma.
Dr. Fernando Agra
Fonte: Folha de S. Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é sempre bem-vinda!