Número de brasileiros que passam fome cai 40% em 20 anos, revela pesquisa da ONU
Uma fatia bastante significativa da população brasileira que passava fome caiu de 22,8 milhões para 13,6 milhões de pessoas entre 1992 e 2013
O Brasil reduziu
em 40% o número de pessoas passam fome no País entre 1992 e 2013,
informou a Organização das Nações Unidas para Alimentação e
Agricultura (FAO) em seu último relatório sobre a segurança
alimentar no mundo divulgado nesta terça-feira (01). Nesse período,
o número de brasileiros que passam fome foi reduzido de 22,8 milhões
para 13,6 milhões de pessoas.
Ano
passado: Brasil: registra avanços no combate à fome, mostra
ONU
África: crise de
fome na Somália matou 258 mil, diz relatório
Mais: Ipea diz
que mais de 1 milhão de pessoas saíram da extrema pobreza em 2012
Relatório da ONU
mostra que uma em cada oito pessoas sofre de fome crônica no mundo
Os dados também
mostram que o número de subnutridos em proporção ao total da
população brasileira caiu 54,3%, de 15% em 1992 para 6,9% em 2013.
A redução ficou acima da média da América Latina, onde a queda na
proporção foi de 48,5%.
De acordo com a
FAO, contínuas taxas de crescimento econômico nos países em
desenvolvimento e o consequente incremento nos níveis de renda têm
melhorado o acesso à comida. Outras razões atribuídas foram uma
aceleração no ritmo de crescimento da produtividade na agricultura
e o crescente investimento público e privado no setor, o que garante
uma maior oferta de alimentos.
Mundo
De acordo com o
relatório, uma em cada oito pessoas sofre de fome crônica no
mundo .A ONU estima em 842 milhões o número de pessoas subnutridas
no período entre 2011 e 2013, menos 26 milhões do que no período
anterior (2010-2012). A grande maioria das pessoas que sofrem de fome
crônica, ou seja, que não têm alimentos suficientes para uma vida
saudável e ativa, está nos países em desenvolvimento, mas há 15,7
milhões que vivem em países desenvolvidos.
No relatório, as
agências da ONU alertam que são necessários mais esforços para se
alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. Segundo o
objetivo número 1, que visa a erradicar a pobreza extrema e a fome,
o mundo comprometeu-se a reduzir para a metade, entre 1990 e 2015, a
proporção de pessoas que sofre de fome.
As estatísticas
do relatório vêm confirmar aquilo já havia sido adiantado pela FAO
em junho, quando a organização premiou o Brasil e outros 38 países
por terem atingido a meta do milênio antes do prazo de 2015. "A
dois anos do prazo, 38 países alcançaram a meta", escrevem os
líderes das três agências responsáveis pelo relatório. "Esses
sucessos mostram que, com compromisso político, instituições
eficazes, boas políticas, uma abordagem abrangente e níveis
adequados de investimento, podemos vencer a luta contra a fome",
acrescentam.
O número total de
pessoas com fome crônica caiu 17% desde 1990–1992. Se a taxa anual
de declínio se mantiver até 2015, a prevalência da subnutrição
poderá ficar perto daqueles objetivos definidos pela ONU em 2000,
mas alcançá-los "vai requer esforços adicionais consideráveis
e imediatos", dizem ainda os autores do documento.
Na introdução do
relatório, os líderes das agências, José Graziano da Silva (FAO),
Kanayo F. Nwanze (Ifad) e Ertharin Cousin (PAM) deixam o apelo: "Com
um empurrão final nos próximos dois anos, ainda podemos
alcançá-lo".
Apesar dos
progressos, o relatório alerta que há diferenças marcadas na
redução da fome. A África Subsaariana fez progressos modestos e
continua a ser a região com a maior prevalência de subnutrição,
com uma em quatro pessoas (24,8%) passando fome. A Ásia Ocidental
não registou progressos, enquanto o Sul da Ásia e o Norte de África
revelam progressos lentos.
O Leste e o
Sudeste Asiático e a América Latina foram as regiões com maiores
progressos. No Sudeste Asiático, região com os melhores resultados,
o número de pessoas com fome diminuiu de 31,1% para 10,7% desde
1990.
Fonte: Reuters e
Agência Brasil
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