Método ainda pode prejudicar os rins e fígado como o passar do tempo
Por Ricardo
Nahas Médico de Esportes
“A
sabedoria do corpo humano não tem limites. O
mecanismo de controle de vida e da sobrevivência é um dos que faz
da espécie humana uma vitoriosa na adaptação ao longo dos séculos
de desenvolvimento.
Esse
controle passa pela eficiência no gerenciamento da energia utilizada
para a produção de trabalho dos deslocamentos, para obter comida,
reproduzir a espécie e vencer inimigos, isso tudo supervisionado por
um cérebro privilegiado que garante as funções vitais,
intelectuais e cognitivas.
Poupar
e estocar energia passa, então, a ser crucial para as espécies. A
reposição dos estoques e a troca do tecido gasto (catabolismo) por
um novo (anabolismo) exige repouso (sono) o que também consume
energia.
Quando
estamos acordados o principal combustível para executar as tarefas
de sobrevivência é a glicose. Sem ter ingerido alimento, durante a
fase de descanso prolongado o organismo vai buscá-la nos depósitos,
tecido adiposo estocado para esta ocasião, entre outras. O objetivo
é manter seu nível constante em todos os tecidos para as funções
diversas que estão sendo executadas.
O
cérebro devidamente suprido por esse combustível, analisando o
quadro descrito, seguramente irá somar 2 mais 2: se eu permanecer em
jejum após o despertar e fizer exercício, vou queimar gordura e
emagrecer! Correto? Não!
A
coisa pode funcionar por um curto período de tempo: com o estoque
reduzido de glicogênio pelo longo tempo sem comer, as reservas de
energia, o tecido gorduroso, são acionadas para fazer a reposição,
pois esta é a substância responsável por manter todas as funções
do corpo humano.
Mas,
e sempre temos um "mas", se você está pensando em
consumir rapidamente seu pneuzinho de gordura com esse truque, saiba
que ele tem validade. Como tudo no funcionamento do corpo humano, a
utilização dessa reserva nessas condições foi dimensionada para
uma situação de repouso, o sono, já comentado.
Ao
iniciar uma atividade física em jejum, depois de uma noite de sono
e, com a lipólise em andamento para produzir glicogênio e glicose,
em determinado momento haverá um entendimento normal e fisiológico
de que há dificuldade de se achar alimento. Neste momento, as
reservas energéticas - a gordura, passará a ser poupada e os
músculos, as proteínas, serão recrutadas para o processo de
produção de energia.
Veja
que este é um bom caminho para parecer magro, ou seja, ser um falso
magro. Ao prolongar o jejum e repetir a atividade com privação de
alimentos energéticos, os estoques de gordura serão preservados e
os músculos consumidos. Você ficará mais magro, mas mais flácido
também.
Outro
fator a ser levado em consideração é o mal estar que a atividade
em jejum traz. Tontura, fraqueza, náuseas e vômitos podem ocorrer
durante a atividade sem contar que o rendimento que terá a tendência
de cair na tentativa de poupar energia.
O
consumo forçado de proteínas para produção de energia também tem
seu lado negativo. Desenhado para ser utilizado em emergências,
prolongando a sua utilização pode sobrecarregar os rins e fígado
durante todo o processo metabólico de uso do músculo para executar
o exercício e para o consumo de energia.
Bem,
o que devemos concluir disso tudo? Mais uma vez que não existe
fórmula mágica para consumir as gordurinhas indesejadas. Tudo passa
pelo bom senso e esse nos diz que dieta equilibrada com atividade
física regular e programada é o melhor caminho."
Fonte:
minha vida
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