terça-feira, 19 de janeiro de 2016

"O que é a Medicina Ortomolecular ?"





"A vida humana é um constante caleidoscópio de mosaicos moleculares. Saúde e doença, em nível molecular e de transferência de elétrons, podem ser definidas como um estado criado pelo impacto sobre a genética individual, transformando as moléculas no ambiente interno e externo.

Saúde, nessa visão, pode ser vista como a dinâmica molecular que preserva a integridade estrutural e funcional de células, tecidos e órgãos.

Doença, ao contrário, pode ser definida como eventos moleculares que causam agressões às células e aos tecidos.

Considero a prática clínica da medicina baseada nesses conceitos como Medicina Ortomolecular.

Considerações Moleculares
A essencial distinção aqui é que antes se tratavam as doenças somente após diagnósticos  morfológicos estabelecidos por estudos microscópicos, que nos diziam sobre a agressão aos tecidos depois que estes já haviam sido lesados. O estudo da dinâmica molecular, ao contrário, nos dá uma visão do trabalho das células e tecidos antes de a lesão ocorrer. Estamos progredindo nos meios diagnósticos e nos planos da matéria, o que causa dificuldade de adaptação pela resistência a tudo o que é novo, como normalmente acontece.

O uso de terapias nutricionais, baseadas na compreensão da dinâmica molecular na saúde e doença (Medicina Ortomolecular), em contraste com a terapia das drogas químicas baseadas no quadro morfológico estabelecido de doença (Medicina de Lesão Tecidual), requer uma rápida e profunda adaptação intelectual…

Precisa ser bem entendida também a diferença entre correção de deficiências na nutrição pelas terapias nutricionais e o uso de nutrientes por seu papel metabólico. O principal bloqueio que muita gente tem para compreender a Medicina Ortomolecular é aquele dogma de que deve-se usar os nutrientes essenciais para corrigir deficiências nutricionais. Essa medicina, que eu acredito e pratico, não pode ser praticada até que essa barreira seja quebrada!



Vou dar um exemplo: o uso da vitamina C somente para tratar escorbuto é irrelevante para os problemas clínicos que nós vemos atualmente… Devemos, na verdade, penar em usar esse nutriente para corrigir processos desregulados de redução química, que causam doenças – e não simplesmente na correção de deficiências, tais como o escorbuto !

Quebrando dogmas

Aprendemos medicina sob o dogma dos três D (Filosofia Osteriana): doença, diagnóstico e drogas. É a filosofia na qual se usam todos os dados clínicos para se chegar ao diagnóstico de uma simples doença, para ser tratada por um único agente terapêutico.

Drogas, sabemos, agem alterando as reações bioquímicas, inibindo, acelerando ou até inativando esses processos. Drogas são desenvolvidas para esse propósito.Em tratamentos de doenças agudas, esses efeitos moleculares das drogas salvam vidas (apesar dos efeitos secundários). Em doenças crônicas, imunes e degenerativas, drogas xenobióticas apresentam maior potencial para efeitos colaterais, pois são usadas por longo período de tempo, frequentemente anos.

Esse é o momento em que o tratamento com nutrientes com conhecido complexo estrutural e funcional em nível molecular oferece benefícios superiores: ele mantém a saúde e não tem riscos de efeitos colaterais. O essencial também é entender que terapia com um único nutriente (mononutriente) não tem lugar na prática clinica de Medicina Ortomolecular.



Há momentos em que os médicos devem usar somente drogas químicas sintéticas; em outras situações, devem associar drogas e nutrientes, e há situações em que devem só usar nutrientes.

Compete ao medico ter a “cabeça aberta” para melhor beneficiar o paciente. Drogas químicas são essenciais para doenças agudas, mas não são substitutos para nutrientes na reversão de desordens crônicas moleculares! Espero que você tenha entendido um pouco mais sobre a Medicina Ortomolecular e sua relação com a saúde e doença. Conhecimento é tudo!"


Fonte: Dr. Rondó - “A prevenção é a melhor medicina”

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