"A vida humana é um constante caleidoscópio de mosaicos moleculares. Saúde e doença, em nível molecular e de transferência de elétrons, podem ser definidas como um estado criado pelo impacto sobre a genética individual, transformando as moléculas no ambiente interno e externo.
Saúde,
nessa visão, pode ser vista como a dinâmica molecular que preserva
a integridade estrutural e funcional de células, tecidos e órgãos.
Doença,
ao contrário, pode ser definida como eventos moleculares que causam
agressões às células e aos tecidos.
Considero
a prática clínica da medicina baseada nesses conceitos como
Medicina Ortomolecular.
A
essencial distinção aqui é que antes se tratavam as doenças
somente após diagnósticos morfológicos estabelecidos por estudos
microscópicos, que nos diziam sobre a agressão aos tecidos depois
que estes já haviam sido lesados. O estudo da dinâmica
molecular, ao contrário, nos dá uma visão do trabalho das células
e tecidos antes de a lesão ocorrer. Estamos progredindo nos
meios diagnósticos e nos planos da matéria, o que causa dificuldade
de adaptação pela resistência a tudo o que é novo, como
normalmente acontece.
O
uso de terapias nutricionais, baseadas na compreensão da dinâmica
molecular na saúde e doença (Medicina Ortomolecular), em contraste
com a terapia das drogas químicas baseadas no quadro morfológico
estabelecido de doença (Medicina de Lesão Tecidual), requer uma
rápida e profunda adaptação intelectual…
Precisa
ser bem entendida também a diferença entre correção de
deficiências na nutrição pelas terapias nutricionais e o uso de
nutrientes por seu papel metabólico. O principal bloqueio que muita
gente tem para compreender a Medicina Ortomolecular é aquele dogma
de que deve-se usar os nutrientes essenciais para corrigir
deficiências nutricionais. Essa medicina, que eu acredito e pratico,
não pode ser praticada até que essa barreira seja quebrada!
Vou
dar um exemplo: o uso da vitamina C somente para tratar escorbuto é
irrelevante para os problemas clínicos que nós vemos atualmente…
Devemos, na verdade, penar em usar esse nutriente para corrigir
processos desregulados de redução química, que causam doenças –
e não simplesmente na correção de deficiências, tais como o
escorbuto !
Quebrando dogmas
Aprendemos
medicina sob o dogma dos três D (Filosofia Osteriana): doença,
diagnóstico e drogas. É a filosofia na qual se usam todos os dados
clínicos para se chegar ao diagnóstico de uma simples doença, para
ser tratada por um único agente terapêutico.
Drogas,
sabemos, agem alterando as reações bioquímicas, inibindo,
acelerando ou até inativando esses processos. Drogas são
desenvolvidas para esse propósito.Em tratamentos de doenças agudas,
esses efeitos moleculares das drogas salvam vidas (apesar dos efeitos
secundários). Em doenças crônicas, imunes e degenerativas, drogas
xenobióticas apresentam maior potencial para efeitos colaterais,
pois são usadas por longo período de tempo, frequentemente anos.
Esse
é o momento em que o tratamento com nutrientes com conhecido
complexo estrutural e funcional em nível molecular oferece
benefícios superiores: ele mantém a saúde e não tem riscos de
efeitos colaterais. O essencial também é entender que terapia com
um único nutriente (mononutriente) não tem lugar na prática
clinica de Medicina Ortomolecular.
Há
momentos em que os médicos devem usar somente drogas químicas
sintéticas; em outras situações, devem associar drogas e
nutrientes, e há situações em que devem só usar nutrientes.
Compete
ao medico ter a “cabeça aberta” para melhor beneficiar o
paciente. Drogas químicas são essenciais para doenças agudas, mas
não são substitutos para nutrientes na reversão de desordens
crônicas moleculares! Espero que você tenha entendido um pouco mais
sobre a Medicina Ortomolecular e sua relação com a saúde e doença.
Conhecimento é tudo!"
Fonte:
Dr. Rondó - “A prevenção é a melhor medicina”
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