Por
Ares Saturno – Canaltech
“O periódico de saúde
Small publicou um estudo, feito por pesquisadores da Duke University,
do MIT e da Nanyang Technological University, mostrando como ondas
sonoras podem ser uma ferramenta no diagnóstico de câncer. O uso
dos sons é uma forma menos invasiva de detectar os tumores que as
práticas usualmente utilizadas, o que torna seu uso clínico viável.
Tony Jun Huang, professor
de engenharia mecânica e ciência dos materiais da Universidade de
Duke, diz o seguinte: "A biópsia é a técnica padrão para o
diagnóstico de câncer. Mas é doloroso e invasivo e muitas vezes
não é administrado até os estágios finais de desenvolvimento do
tumor".
Como funciona?
Com o novo método de
diagnóstico, as ondas sonoras são emitidas em um determinado ângulo
diretamente no fluxo sanguíneo, movendo as partículas do sangue
uniformemente. Células tumorais circulantes (CTCs) são comuns em
quem possui células cancerígenas e, com a aplicação das ondas
sonoras, pequenos fragmentos de tumor se desprendem e passam a
circular na corrente sanguínea. Com densidade maior que as células
normalmente encontradas no sangue, as CTCs são movidas pelas ondas
sonoras para um canal separado, facilitando a coleta do material para
posterior análise laboratorial.
As CTCs trazem
informações valiosas sobre os tumores, incluindo suas
características físicas, seu tipo e até mesmo dados sobre suas
possíveis mutações genéticas. Sem a técnica que utiliza as ondas
sonoras, as CTCs são extremamente difíceis de interceptar para
proceder os exames.
Segundo Huang, "Com
nossa tecnologia de separação de células tumorais circulantes,
poderíamos ajudar a descobrir, de maneira não invasiva, se o
paciente tem câncer, onde o tumor está localizado, em qual estágio
ele se encontra e quais métodos terapêuticos funcionariam melhor.
Tudo a partir de uma pequena amostra de sangue retirada do paciente".
As biópsias, mais invasivas, dolorosas e caras, poderiam passar de
meio principal de diagnóstico para exame especializado em casos que
exigissem mais dados que as CTCs podem fornecer, em casos
específicos. Isso não apenas tornaria o diagnóstico dos tumores
mais acessível e indolor, mas também faria com que os pacientes
fossem mais rapidamente diagnosticados, o que aumenta as chances de
bons prognósticos e a adesão ao tratamento.
A abordagem foi
demonstrada pela primeira vez há três anos, mas desde então os
pesquisadores estão trabalhando para desenvolver melhor a técnica.
Hoje, com uma amostra de 7,5 ml de sangue, os técnicos conseguem
fazer a análise diagnóstica em apenas uma hora, com 86% de acertos
em ambiente clínico.
Os planos dos
pesquisadores são de tornar a técnica mais acessível, diminuir o
tempo que as análises laboratoriais levam e aumentar sua eficiência,
fazendo com que o método se torne o principal meio de diagnóstico
de câncer usado no mundo.”
Fonte: The Next Web,
Small
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