sexta-feira, 12 de abril de 2024

Servidores Públicos Federais: "Ministra garante aumento de 19% nos salários dos servidores até o término do governo Lula"

Fonte: canal gov / UOL

"De acordo com a ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck o governo federal considera a possibilidade de conceder aos servidores públicos um aumento salarial superior a 19% ao longo de quatro anos, até 2026. Fonte: Uol

Os Institutos Federais e as Universidades Federais estão em greve desde última quarta-feira,10 de abril, em todo país, a espera de merecido reajuste salarial que não se tem desde antes da pandemia de Covd-19.

Por Alexandre Martello g1 – Brasília

"Em entrevista ao programa "Bom dia, ministra" nesta quinta-feira (12), a ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck, afirmou que não concorda com a proposta de reforma administrativa do governo do presidente Jair Bolsonaro."

"Governo cria comissão para propor reforma na administração pública", cujo objetivo é promover 'modernização' do serviço público com a alteração de um decreto.

  • O governo criou uma comissão para apresentar, no prazo de 12 meses, uma proposta sobre mudanças na organização administrativa do Estado

  • O colegiado, composto por especialistas da AGU e do Ministério da Gestão, também deverá elaborar parâmetros para uma reforma administrativa

  • Segundo a pasta da Gestão, objetivo é modernizar o serviço público

  • Ministra da Gestão, Esther Dweck rechaça o uso do termo reforma administrativa

  • Ela já afirmou ser contrária à reforma proposta na gestão Bolsonaro, que classifica como 'punitivista'


A Advocacia-Geral da União (AGU) criou nesta sexta-feira (12) uma comissão para elaborar uma proposta de mudanças na organização da administração federal e estabelecer parâmetros para uma reforma administrativa. 

A comissão, que será formada por membros da AGU e do Ministério da Gestão e Inovação, tem um prazo para a apresentação de um relatório final em 12 meses a partir da data de sua instalação. 

Segundo o Ministério da Gestão, entre os objetivos do grupo está o de tornar a legislação "compatível" com a Constituição e promover uma 'modernização' do serviço público. O decreto que o governo pretende alterar foi publicado há 57 anos.  

Ministra da Gestão, Esther Dweck, evita usar o termo "reforma administrativa" para se referir à iniciativa.  

"A gente não gosta desse termo pois é carregado pela visão que teria que reduzir o Estado. Na nossa visão, não é tão verdadeiro. A gente tem que ter um estado necessário para cumprir aquilo que a população exige da gente", declarou Esther. 

A reforma administrativa é apontada por economistas como importante para melhorar a qualidade dos gastos públicos, que estão limitados, no máximo, a 2,5% ao ano de alta real pelo arcabouço fiscal, a nova regra para as contas públicas aprovada no ano passado.  

Os gastos com servidores do governo federal estão estimados em R$ 380 bilhões em 2024, ou 3,3% do Produto Interno Bruto (PIB). É a segunda maior despesa primária do governo, perdendo apenas para a Previdência Social (R$ 913 bilhões, ou 8% do PIB). 

Estudo divulgado em 2020 mostra que o Brasil gastou 13,7% do Produto Interno Bruto (PIB), no ano anterior, cerca de R$ 930 bilhões, com servidores públicos federais, estaduais a municipais. O Brasil era, naquele momento, o 7º país que mais gastava com servidores. 

Os reajustes de servidores foram contidos na gestão Bolsonaro. No início do governo Lula, foram retomados, com o aumento linear de 9% no ano passado. Neste ano, servidores negociam com o governo e pressionam por novos reajustes.  

Em 2020, a equipe econômica chefiada por Paulo Guedes propôs uma reforma administrativa, com mudanças em leis, somente para futuros servidores, propondo o fim do regime jurídico único da União, com possibilidade de outras formas de vínculo, e o término dos chamados "penduricalhos".  

A estimativa, naquele momento, era de uma economia de R$ 300 bilhões de gastos em dez anos.

Ministra é contra reforma 'punitivista'


Em entrevista ao programa "Bom dia, ministra" nesta quinta-feira (12), a ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck, afirmou que não concorda com a proposta de reforma administrativa do governo do presidente Jair Bolsonaro.  

"Tanto pela visão que ela tem um caráter punitivista dos servidores, mas principalmente de precarização do serviço público, aumento da privatização. E afeta um instrumento, que para a gente é muito importante, que é a questão da estabilidade", declarou a ministra Esther Dweck, na ocasião.   


Segundo a ministra da Gestão, Esther Dweck, a estabilidade dos servidores públicos protege o Estado brasileiro. "Permite que os servidores tenham tranquilidade para fazer seu serviço. Para eles poderem fazer o que precisa ser feito, independente da orientação política", disse. 

Ela afirmou, ainda, que as mudanças na administração pública não precisam, necessariamente, ser implementadas por meio de Proposta de Emenda Constitucional -- que altera a Constituição. 

"Estamos trabalhando, a maioria disso não depende nem de medidas legais, muito menos constitucionais. Fiz muita coisa por atos infralegais, decretos do presidente, portarias minhas, instruções normativas", disse Dweck. 

Acrescentou que algumas medidas, como a nova lei de cotas, precisam passar pelo Legislativo. "Temos vários projetos que seriam importantes para a reforma do Estado brasileiro, melhorar a capacidade de entrega para a população", afirmou a ministra.

De acordo com a ministra, há três grandes áreas de atuação do governo com foco em mudanças na administração pública. São elas:

  1. ✅Gestão de pessoas: Dweck afirmou que o Concurso Nacional Unificado é um "grande instrumento" de reforma administrativa, pois aumenta a diversidade no serviço público e inclui pessoas com "capacidade de pensar em políticas públicas".

  2. Restruturação de carreiras: a ministra disse que seria importante "alongar" as carreiras, ou seja, que os servidores demorem mais para chegar ao topo da carreira, que conta com salários maiores, e também para "ter outros critérios de progressão". Esse item também foi proposto pela equipe de Guedes, em 2020.

  3. Transformação digital e organizacional: Dweck declarou que a transformação digital, também foco da equipe de Guedes no governo Bolsonaro, tem um "potencial enorme" de acelerar processos e "facilitar a vida do cidadão". Disse, ainda, que o governo está atuando para "repensar" as organizações dentro do setor público."

Fonte: g1/Economia  

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