segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

"Milhares protestam contra a extrema-direita na Alemanha"

                                                                                                    Imagem: redação
Por Simão Zygband, Construir Resistência

"Mais de 100 mil manifestantes foram às ruas em várias cidades da Alemanha para protestar contra as políticas de extrema-direita, a exclusão e o ódio, motivadas pela ascensão do partido AfD e outros da direita europeia.

Os manifestantes batizaram as manifestações de “Mar de luzes contra a virada à direita” e se reuniram no Portão de Brandemburgo, em Berlim.

Na cidade de Colônia, no oeste do país, reuniram-se pelo menos 40 mil pessoas.

Embora os protestos critiquem as políticas da extrema-direita nacional e europeia, eles também eram contra as medidas do presidente norte-americano, Donald Trump, bem como rejeitam a formação iminente de um governo de extrema-direita na vizinha Áustria.

Quanto à rejeição ao presidente norte-americano, vale lembrar que Elon Musk — a quem Trump nomeou para chefiar um departamento se dedicará à execução de políticas de ajustamento— é defensor ferrenho do partido de orientação nazista AfD, causando indignação a milhares de alemães.

Os manifestantes carregavam faixas e gritavam slogans como “Nós somos o firewall!”, “Todos juntos contra o fascismo!” e “Nunca mais é agora”.

Participou das manifestações, uma ampla aliança de partidos, comunidades religiosas, sindicatos, clubes e grupos como “Fridays for Future” e a iniciativa “Pais Contra a Direita”.

Em Colónia,  reuniram-se no centro da cidade, sob o lema “5 a 12 – fortes pela democracia”, em referência à aliança de grupos que participaram. Em Aschaffenburg, pelo menos 3.000 pessoas atenderam ao apelo da aliança “Aschaffenburg é colorido” no contexto de um assassinato que deixou dois mortos na última quarta-feira.

Protestaram também em Münster, Siegen, Halle, entre outros. Manifestações foram anunciadas para domingo em Hamburgo e Schweinfurt.

                                                                                  Imagem: Redação

Segundo a imprensa alemã, o partido AfD ocupa o segundo lugar nas sondagens para as próximas eleições legislativas de 23 de fevereiro, com 20 por cento das intenções de voto, atrás dos partidos conservadores União Democrata Cristã/União Social Cristã, agrupados sob o nome de “União”, que lideram com 30 por cento.

A AfD apresenta como candidata a economista Alice Weidel , que disse publicamente que dará continuidade ao “legado” de Adolf Hitler e implementará o Quarto Reich.

É uma figura contraditória, que baseia a sua campanha na rejeição da diversidade e na promoção da família tradicional, mantendo ao mesmo tempo, uma relação amorosa com outra mulher, a imigrante e produtora de cinema do Sri Lanka, Sarah Bossard, e adotou dois filhos.

Recentemente a sua campanha foi questionada por ter recebido uma doação de 999.900 euros de um doador anônimo, que posteriormente foi identificado como Horst Jan Winter.

                                                                                                                       Imagem: redação
Esta é uma possível violação da lei eleitoral, uma vez que as doações a partidos que ultrapassem a cifra de 35 mil devem ser publicadas com o nome do doador desde o primeiro momento.

Os meios de comunicação salientam que há um ano, milhares de alemães protestavam em todo o país contra as mesmas políticas de extrema-direita que hoje ameaçam atingir os mais altos cargos governamentais."

Fonte: Construir Resistência

Na Alemanha, ao menos, medidas foram tomadas. No Brasil, assistimos à extrema-direita avançar e conquistar cada vez mais espaço, enquanto permanecemos inertes diante da ascensão do fascismo.  

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