Parece sintomático que materiais
naturais estejam se destacando no emergente campo de pesquisas das células-tronco.
Quando são postas sobre um disco de
Petri em laboratório, as culturas de células vão crescer no plano. Mas, no
corpo humano, elas precisam crescer em três dimensões.
É por isso que são necessários os
chamados "andaimes", suportes para que as células possam crescer de
forma adequada e se transformar em implantes, enxertos e, quem sabe, no futuro,
em órgãos artificiais.
Há poucos dias, cientistas relataram
ótimos resultados usando celulose e seda para reconstruir a
cartilagem de joelhos e quadris.
Agora, outra equipe divulgou resultados
preliminares excelentes usando um tipo altamente purificado de argila.
A argila nanoestratificada induz as
células-tronco para que se tornem células ósseas, tal como determinado pela
formação da matriz óssea (vermelho). [Imagem: Khademhosseini lab]
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Argila com nanotecnologia
Fabricada com técnicas da
nanotecnologia, o material é conhecido como argila estratificada, ou
nanoplaquetas de silicato sintético.
Os experimentos mostraram que a argila
estratificada induz as células-tronco para que elas se tornem células do osso,
sem a necessidade de fatores de indução óssea adicionais.
Os silicatos sintéticos são
constituídos por sais de ácidos silícicos, e têm sido extensivamente usados
para várias aplicações comerciais e industriais, tais como aditivos
alimentares, enchimento para vidro e cerâmicas e agentes antiespumantes.
"Com base nos excelentes
resultados preliminares, acreditamos que essas nanoplaquetas altamente
bioativas podem ser utilizadas para desenvolver dispositivos tais como matrizes
injetáveis de tecidos de reparação, enchimentos bioativos ou agentes
terapêuticos para estimular respostas celulares específicas em engenharia de
tecidos relacionada com os ossos," disse Akhilesh Gaharwar, do Hospital
Brigham and Women (EUA).
Agora os cientistas pretendem estudar
melhor a bioatividade das argilas estratificadas para tentar compreender como
elas induzem respostas tão favoráveis das células-tronco, o que poderá ajudar a
melhorar ainda mais o desempenho desse e de outros andaimes celulares.
Em última instância, o objetivo é
encurtar o tempo de recuperação dos pacientes de traumatologia e doenças ósseas
degenerativas.
Fonte: Diário da Saúde
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