Por
Janguiê
“O
Brasil possui uma das maiores cargas tributárias do mundo. Estamos
acima da média tributária mundial, de 27,1%, e da média
latino-americana, de 28,1%. Aqui, o imposto médio sobre uma empresa
é de 34% sobre a receita anual e os impostos brasileiros sobre o
setor privado são superiores aos cobrados em países como o Chile,
México e Uruguai. E, ao contrário de outros países, o Brasil vem
apresentando um aumento nas taxas desde 1998, chegando a 32,6% em
2009, há quase 10 anos.
Uma
das principais causas para o aumento da carga tributária brasileira
está no aumento dos gastos públicos. Após a estabilização do
Real, o Brasil reduziu a emissão de moeda e, para financiar os
gastos foi preciso aumentar a carga tributária. Pagamos imposto
sobre quase tudo. Pagamos a tributação sobre sua renda, que é o
imposto de renda mais o INSS. Pagamos a tributação sobre os
patrimônios, principalmente o IPTU e o IPVA e pagamos também
tributação sobre consumo, os tributos que estão embutidos no preço
dos produtos e dos serviços, sendo estes os que mais são sentidos
pela população.
Se
colocarmos em números, em média, são 18% de tributos sobre a
renda, 3% sobre o patrimônio e 23% sobre o consumo. Chegando a um
total de 44% do rendimento apenas para tributação. O grande
problema não está no pagamento e sim na falta do retorno dos
impostos pagos pela população.
Entre
os países integrantes do G8, os Estados Unidos, Canadá, Japão e
Rússia têm impostos mais baixos que o Brasil. Estamos na última
posição, abaixo inclusive do Uruguai e Argentina, na posição dos
países que investem em serviços como educação, saúde e
segurança, em resposta aos tributos pagos pelos contribuintes. Ou
seja, somos o país que menos devolve a população em serviços
públicos o valor de impostos que se paga, conforme afirma o Índice
de Retorno de Bem Estar à Sociedade (IRBES).
Em
um contexto federativo, não há uma distribuição igualitária das
receitas tributárias, de modo que inexiste um sistema justo em favor
das unidades federativas economicamente mais frágeis ou menos
privilegiadas, o que dificulta o acesso, por parte do cidadão, aos
serviços públicos com o padrão mínimo de qualidade e que deveria
ser disponibilizado através da cobrança desses impostos.
Se
compararmos com os países europeus, lá a tributação é mais
justa, uma vez que ocorre principalmente sobre a renda, para depois
recair sobre as contribuições sociais e por último sobre o
consumo. Infelizmente, temos uma carga tributária de país europeu,
acima de 30% da renda, mas uma estrutura fiscal que privilegia mais
os ricos do que as classes média e baixa, visto que a tributação
sobre o consumo pesa mais sobre a população de menor renda, ou
seja, faz com que quem ganhe menos acabe pagando mais tributos, pois
não se tem como diferenciar tributação sobre alimentos que é pago
pelo pobre ou pelo rico, já que ela é exatamente a mesma – o que
acaba tornando o sistema tributário injusto.
Devemos
construir a consciência que os impostos têm a finalidade de
fomentar o desenvolvimento social e de financiar os serviços
públicos, e quando aplicados de forma correta – em educação,
saúde, saneamento básico e tantos outros serviços necessários à
população – proporcionam um desenvolvimento econômico-social que
nos levará ao grupo dos países desenvolvidos, onde economia e
qualidade de vida são equivalentes. Cabe a nós cobrar que as
aplicações sejam feitas de forma coerente.”
Fonte:
Blog
do Janguiê
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é sempre bem-vinda!