Redação
do Diário da Saúde
Vírus
contra vírus
“O
vírus Marabá ou MG1, consegue alvejar e destruir as células
infectadas pelo HIV que as terapias antirretrovirais não conseguem
alcançar.
Se
esta técnica, testada até agora apenas em laboratório, funcionar
nos seres humanos, este pode ser um caminho para uma cura definitiva
para a infecção pelo HIV e a AIDS.
Embora
os medicamentos antirretrovirais mantenham o nível de vírus HIV no
sangue em níveis baixos, atualmente não há como eliminar
totalmente as células infectadas pelo HIV dormente. Se uma pessoa
que vive com HIV parar de tomar os medicamentos antirretrovirais,
esses vírus ocultos rapidamente se recuperam e a carga viral do
paciente volta a subir.
Essas
células latentemente infectadas pelo HIV são difíceis de atingir
porque elas não se distinguem das células normais.
A
nova abordagem usa o vírus MG1 para identificá-las - seu nome é
uma homenagem à cidade de Marabá, no Pará, onde ele foi isolado
pela primeira vez em 1983.
Esse
vírus tipicamente ataca células cancerosas - é um vírus
oncolítico -
que apresentam defeitos na via do interferon, o que as torna mais
vulneráveis aos vírus. Ocorre que as células infectadas pelo HIV
dormente também apresentam defeitos nessa via.
Ataque
seletivo
Usando
uma série de modelos de laboratório de células latentes infectadas
pelo HIV, os pesquisadores descobriram que o vírus Marabá alveja e
elimina as células infectadas, deixando as células saudáveis
ilesas.
Mas
a terapia ainda não está pronta para ser testada em humanos.
"Nós
sabemos que o vírus Marabá está alvejando e matando as células
latentes infectadas pelo HIV, mas não sabemos exatamente como ele
está fazendo isso. Acreditamos que o vírus é capaz de atingir
essas células por causa de uma via de interferon danificada, mas
precisamos fazer mais pesquisas para saber com certeza," disse o
Dr. Jonathan Angel, da Universidade de Ottawa (Canadá).
Os
resultados preliminares foram publicados no Journal of
Infectious Diseases.”
Fonte:
Diário da Saúde
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