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Ex-presidente Bolsonaro e o governador de Minas, Romeu Zema |
Por Lilia Moritz Schwarcz, Instagram
"Negacionismo é um traço claro de obscurantismo, ou, então, de puro alpinismo político. Pois bem, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema acaba de atentar contra a saúde pública ao publicar um vídeo explicando que o cartão de vacinação não será exigido para matrícula nas escolas do estado.
Não adianta, porém, invocar o velho e surrado argumento bolsonarista. Afinal, se essa não é uma questão de liberdade individual no que se refere a adultos, o que dizer de crianças. Esses são medidas de saúde coletiva da nação.
Aliás, o próprio Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) estabelece que "é obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias".
E mais, em novembro do ano passado, o Ministério da Saúde incluiu a imunização contra Covid-19 para crianças de 6 meses até as menores de 5 anos de idade no Calendário Nacional de Vacinação.
Sendo assim, o cartão de imunização completo não é “questão de gosto”. Há todo um esforço “para sensibilizar pais e responsáveis sobre a importância desses cuidados.
A atitude é ainda condenável se lembrarmos que pesquisas mostram uma queda perigosa na cobertura vacinal no país. A taxa de proteção contra a poliomielite, por exemplo, caiu de 84,2% em 2019 para 67,7% em 2021.
Por outro lado, o Ministério da Saúde justifica a inclusão desse grupo etário em função da alta de casos de Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica, casos que vêm sendo diretamente associados à Covid e que podem levar a óbito.
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Bolsonaro e Zema |
É até possível discutir os termos jurídicos da questão, mas governantes precisariam estar mais atentos à vida das crianças do que às suas próprias carreiras políticas. No caso de Minas, e de 20 cidades de Santa Catarina que seguiram essa orientação contrária à Pasta da Saúde, sugiro aos pais que pratiquem a desobediência civil e vacinem seus filhos. A saúde brasileira agradece."
Fonte: Instagram de Lilia Moritz Schwarcz
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