Redação
do Diário da Saúde
Surto
ou epidemia
“Apesar de ser ainda
tecnicamente um surto, e não uma epidemia, e retorno da febre
amarela começa a preocupar o Ministério da Saúde devido a
ocorrências fora da área inicial de suspeita, em Minas Gerais.
Um
surto é mercado pelo aumento do número de casos da doença acima do
normal em regiões específicas, mas sem espalhamento. Já a epidemia
se caracteriza quando surtos acontecem simultaneamente em diversas
regiões.
Em
Minas Gerais, até o momento, existem 206 casos suspeitos
notificados, sendo 53 mortes suspeitas da doença em 29 municípios.
O
Ministério da Saúde continua investigando outras quatro mortes com
suspeita de febre amarela vacinal, que é uma reação que pode se
desenvolver após a aplicação da vacina contra a doença.
Distrito
Federal
A
Secretaria de Saúde do Distrito Federal confirmou a morte de um
homem de 40 anos por febre amarela. Esta é a primeira morte causada
pela doença na capital do país desde 2009.
Com
este caso, já foram confirmadas nove mortes por febre amarela este
ano no Brasil. Os outros oito óbitos foram em Minas Gerais.
A
vítima morava na cidade de Januária (MG) e chegou a Brasília na
última segunda-feira já com os sintomas de febre amarela. Ele
estava internado na UTI de um hospital particular, onde morreu ontem.
O
Distrito Federal está na área em que há recomendação para vacina
contra febre amarela.
Estado
de São Paulo
No
estado de São Paulo, cinco macacos foram encontrados mortos nesta
semana na cidade de São José do Rio Preto, com suspeita de febre
amarela. Os animais estavam próximos a uma mata, no bairro Vila
Toninho.
Dois
dos macacos mortos foram recolhidos e encaminhados para o Instituto
Adolf Lutz, onde o material será analisado para confirmar se a morte
foi causada por febre amarela. No ano passado, foram encontrados 16
macacos mortos na cidade com suspeita de febre amarela em São José
do Rio Preto.
A
mata fica próxima às casas do bairro e a orientação da Secretaria
de Saúde do Município orientou os moradores a se vacinarem contra a
febre amarela. Outra recomendação é eliminar os criadouros do
mosquito Aedes aegypti, que pode transmitir a doença no
ambiente urbano.
Em
Ribeirão Preto, também no interior de São Paulo, um homem de 52
anos morreu por ter contraído febre amarela no próprio município.
O diagnóstico de febre amarela foi confirmado pelo Instituto Adolfo
Lutz.
A
vítima morava próximo a uma região de mata, onde há macacos
hospedeiros do vírus da febre amarela. A suspeita é que espécies
silvestres do mosquito Aedes aegypti, que transmite a doença,
possam ter infectado a vítima, o que aumenta a preocupação da
transmissão urbana da doença.
Rio
de Janeiro, Bahia e Espírito Santo
Os
municípios do noroeste do estado do Rio de Janeiro, oeste da Bahia e
oeste do Espírito Santo começaram a reforçar a vacinação da
população que mora próxima à divisa com o leste de Minas Gerais,
onde começaram a surgir os casos de febre amarela silvestre.
A
precaução se explica em função da proximidade com as cidades de
Minas Gerais e pelo fato de a região ser formada por uma mata
contínua, sem barreiras entre os estados.
O
Espírito Santo notificou o Ministério da Saúde sobre a existência
de seis casos suspeitos de febre amarela silvestre nos municípios de
São Roque do Canaã, Conceição do Castelo, Ibatiba e Colatina.
O
oeste da Bahia já faz parte da área de recomendação para
vacinação, mas o estado do Rio de Janeiro estava fora desta
recomendação. Na Bahia, o reforço da vacinação abrange uma área
de 45 cidades. Já no Rio de Janeiro, ao todo, a imunização vai
atender a população de 14 municípios. No Espírito Santo serão 26
cidades.
Casos
anteriores
Em
2015, foram registrados nove casos de febre amarela silvestre em todo
o Brasil, sendo seis em Goiás, dois no Pará e um no Mato Grosso do
Sul, com cinco óbitos.
Em
2016, foram confirmados sete casos da doença, nos estados de Goiás
(3), São Paulo (2) e Amazonas (2), sendo que cinco deles evoluíram
para óbito.
Atualmente,
o Brasil tem registros apenas de febre
amarela silvestre. Os últimos casos de febre amarela urbana
(transmitida pelo Aedes aegypti) foram registrados em 1942, no
Acre.”
Fonte: Diário da Saúde
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