Por Rafael Santos
"Após ter um câncer de mama detectado,
a odontopediatra Carina Lujan encontrou em simples caminhadas uma das formas de
lutar contra a doença
Atleta, Carina
Lujan sempre encontrou na corrida uma válvula de escape para os problemas
cotidianos. Até que, em abril desse ano, foi diagnosticada com câncer de mama
e, ao invés de se abater, buscou no amor da família e na atividade física com
amigos formas de lutar contra a doença.
Três vezes por
semana, Carina realiza caminhadas com a turma “As Marias”, grupo de atividade
física, de convívio e terapia para mulheres, que realizam caminhadas por
trilhas e ruas, dando apoio e incentivo umas às outras. As caminhadas fazem
parte do projeto Manhã pela Vida e não poderia haver nome melhor do que algo
que está ajudando Carina a lutar por sua própria vida.
Odontopediatra de
formação, Carina sempre foi atleta. Há 10 anos, para perder peso após duas
gravidezes, ela começou a correr e, a partir daí, fez da corrida um modo de
vida, ganhando muitos amigos e se destacando nas provas.
“Faz mais ou menos
8 anos que eu estou acompanhando alguns problemas na mama e meu médico sempre
apoiou a corrida. Eram cistos na mama que eu tinha e ele falava que,
enquanto eu corresse, eu não precisaria operar. Com isso, eu comecei a encarar
a corrida, não só como uma terapia, mas também como uma prevenção na parte de
doenças. A corrida, para mim, sempre ocupou uma parte muito importante do meu
dia a dia. Através dela, eu conseguia relaxar e solucionar problemas que
estavam me incomodando”, conta Carina
O diagnóstico
Esse ano, no mês de
abril, através da mamografia e da ultrassonografia, Carina descobriu que estava
com câncer de mama. Foi diagnosticada aqui em Poços de Caldas, mas, como sua
família é de Barretos, foi para lá fazer o tratamento.
“Desde o início eu
falava para o médico: ‘doutor, eu quero voltar a correr’ e, na hora que eu
estava entrando no centro cirúrgico, ele falava para mim: ‘olha Carina, encara
todo esse tratamento como se fosse uma maratona, cada quilômetro é uma etapa do
tratamento que você vai vencendo, cada quilômetro é uma superação para você,
até chegar na reta final, que será a última quimioterapia. E assim eu vou indo,
a quimioterapia que eu faço eu agradeço e falo: ‘completei mais um quilômetro
da minha corrida’, cada dia que acordo eu agradeço a Deus por mais um passo que
estou dando”, conta Carina, mostrando a força de quem não tem medo de encarar
seus problemas.
Manhã pela Vida
Ainda sem conseguir
correr, por causa da resistência baixa, Carina recebeu o convite de Luciana
Marinoni, idealizadora do grupo As Marias, para participar de caminhadas e isso
está sendo fundamental na luta contra essa difícil doença.
“A caminhada com As
Marias é uma fonte de energia maravilhosa. A gente se reúne toda segundas,
quartas e sextas, às 8h, na Fepasa e na hora que eu levanto eu já tomo o café
da manhã e penso ‘vamos lá, vamos começar tudo de novo, vamos começar desde o
início, vamos começar pela caminhada até chegar na corrida’. Essa semana nós
estamos indo para mais uma quimioterapia, é a terceira de um total de seis.
Optei por fazer as sessões de quimioterapia em Barretos e a recuperação em
Poços de Caldas, porque aqui em Poços eu estou perto das minhas filhas e dos
amigos, que dão uma força, que na hora que a gente está cabisbaixo chama para o
cafezinho, chama para a caminhada e assim vamos indo, um dia após o outro”,
relata Carina.
Por sua vez,
Luciana Marinoni explica que essa é a função de As Marias e do Projeto Manhã
Pela Vida, levar amor e solidariedade a quem precisa. “Eu falo que
precisamos ser a diferença e fazer a diferença na vida das pessoas. É tão
pouco o que fazemos, mas acaba se transformando em algo muito grande na vida
das pessoas. Por isso que As Marias estão aí, para mostrar que podemos correr
atrás de nossos objetivos e dar sempre mais uma chance para a vida”, pondera
Luciana."
Rafael Santos (foto) é Jornalista MTB. 54565
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é sempre bem-vinda!