.Jair Bolsonaro durante a entrevista no 'Jornal Nacional' REPRODUÇÃO REDE GLOBO |
Por Ana Lúcia Dias
O Bolsonaro em entrevista ao JN da rede Globo, nesta terça-feira, 28 além de ser grosseiro foi também machista ao perguntar com ar sarcástico se a jornalista Renata Vasconcelos recebia
a mesma coisa que o Bonner exercendo a mesma função. E que de acordo com ele, se a mulher receber
menos tendo as mesmas funções e ou cargos, ela deve denunciar ao Ministério do
Trabalho, hahaha!
Ele esquece de que o
país está com mais de 13 milhões de desempregados e que são as mulheres, bem
diferente dos tempos dele, as chefes de família que sustentam a casa, a escola das
crianças, a alimentação e os alugueis e que não tem a opção de usar o auxílio
moradia, como ele diz que agora está utilizando. Isso por que ele tem um
"baixo salário", ele e seus filhos que são políticos também. Ele e sua família fizeram da política uma profissão, não só ele, mas a maioria dos parlamentares.
"Salário
de deputado federal no Brasil: Salário
de R$ 33.763, auxílio-moradia de R$ 4.253 ou apartamento de graça para morar,
verba de R$ 101,9 mil para contratar até 25 funcionários, de R$ 30.788,66 a R$
45.612,53 por mês para gastar com alimentação, aluguel de veículo e escritório,
divulgação do mandato, entre outras despesas. Dois salários no primeiro e no
último mês da legislatura como ajuda de custo, ressarcimento de gastos com
médicos. Esses são os principais benefícios de um deputado federal brasileiro,
que somam R$ 179 mil por mês." (Fonte: Congresso em Foco - UOL)
Por Ricardo Della Coletta
"Bolsonaro mentiu ao falar de
livro de educação sexual no ‘Jornal Nacional’“Candidato do PSL mostra
publicação que seria parte do 'kit gay', mas título nunca foi comprado pelo MEC
nem foi incluído no projeto Escola sem Homofobia”
“No que talvez tenha sido o
momento mais tumultuado da sua entrevista no Jornal Nacional,
na noite desta terça-feira, Jair Bolsonaro (PSL) mostrou às câmeras por
poucos segundos um livro intitulado Aparelho
sexual e cia, cuja capa traz o desenho de um
menino de topete loiro olhando um tanto quanto assustado para o que tem dentro das
próprias calças. Seria só mais um dos incontáveis episódios polêmicos de um
candidato que tem esbravejado contra o que chama de campanha para o ensino de "ideologia de gênero" nas escolas do Brasil, não fosse
um detalhe: praticamente tudo o que o candidato falou quando se referiu à
publicação não encontra respaldo na realidade.
"Tomei conhecimento [em 2010] do que estava
acontecendo lá [num corredor da Câmara dos Deputados]. Eles tinham acabado o
nono Seminário LGBT Infantil", disse Bolsonaro, após ter sido perguntado
pela jornalista Renata Vasconcellos sobre suas manifestações prévias de caráter homofóbico. "Estavam discutindo ali,
comemorando o lançamento de um material para combater a homofobia, que passou a
ser conhecido como kit gay. Entre esse material estava
esse livro lá. Então, o pai que tenha filho na sala agora, retira o filho da
sala, para ele não ver isso aqui. Se bem que na biblioteca das escolas públicas
tem", emendou, para logo ser interrompido pelo âncora do JN William
Bonner, que o lembrou que não estava permitido mostrar qualquer material
gráfico durante a entrevista.
Bolsonaro deu a entender na sua declaração que o
livro, de autoria do suíço Philippe Chappuis (conhecido como Zep) e da
francesa Hélène Bruller, formava parte do projeto Escola sem Homofobia, que
recebeu a alcunha de kit gay e que criou uma forte polêmica no primeiro
mandato da ex-presidenta Dilma
Rousseff. Basicamente, tratava-se de um kit de apoio
para a formação de professores em temas relacionados aos direitos LGBT, como o
combate à violência e ao preconceito no ambiente escolar. A pressão de grupos conservadores,
no entanto, fez com que a então presidente vetasse a proposta, e as peças de
conscientização nunca saíram da gaveta. Logo no estreia da
administração Dilma, a bancada evangélica dava uma clara demonstração de força.
Acontece que o livro em questão nunca fez parte do
projeto Escola sem Homofobia. E mais: sequer foi adquirido ou fez parte de
algum programa do Ministério de Educação. "Ao contrário do que afirmou
erroneamente o candidato à presidência em entrevista ao Jornal Nacional na
noite de 28 de agosto, ele [o livro] nunca foi comprado pelo MEC, como tampouco
fez parte de nenhum suposto kit gay", disse, em nota, a Companhia das Letras,
editora que lançou Aparelho sexual e cia em 2007. O MEC confirmou a informação. O que há registrado
é uma compra, por parte do Ministério da Cultura em 2011, de apenas 28
exemplares da publicação para o programa Livro Aberto. Os livros foram
entregues a diferentes bibliotecas públicas do País. Segundo a pasta da
Cultura, nenhum foi distribuído para escolas.
Outro ponto da resposta de Bolsonaro contestado
logo após o fim da entrevista foi a menção a um suposto Seminário LGBT
Infantil. Trata-se do Seminário Nacional LGBT, realizado anualmente por
comissões da Câmara que atuam na defesa dos direitos dessas comunidades. De
acordo com o deputado Jean Wyllys (PSOL), coordenador da
Frente Parlamentar Mista pela Cidadania LGBT, Bolsonaro está se referindo ao
encontro promovido em 2012. Naquele ano, a temática escolhida para o seminário
foi "Sexualidade, Papéis de Gênero e Educação na Infância e na
Adolescência". Havia três eixos naquele seminário: Subjetividades e papéis
de gênero (É possível falar em uma infância e adolescência gay?); Educação,
sexualidade e gêneros (O que os papéis de gênero têm a ver com a prática
do bullying nas escolas?); e Infância, adolescência e
estado de direitos (Como estender as redes de proteção da infância e da
adolescência aos meninos e meninas que fogem dos papéis de gênero?). A
assessoria de Wyllys pontuou que não participaram crianças ao seminário, mas
sim parlamentares, acadêmicos que estudam o tema e membros da sociedade civil.
Em 2018, exemplifica Wyllys, a temática do seminário foi políticas para a
população LGBT da terceira idade.”
Acontece que o livro em questão nunca fez parte do
projeto Escola sem Homofobia. E mais: sequer foi adquirido ou fez parte de algum
programa do Ministério de Educação. "Ao contrário do que afirmou
erroneamente o candidato à presidência em entrevista ao Jornal Nacional na
noite de 28 de agosto, ele [o livro] nunca foi comprado pelo MEC, como tampouco
fez parte de nenhum suposto kit gay", disse, em nota, a Companhia das Letras,
editora que lançou Aparelho sexual e cia em 2007. O MEC confirmou a informação. O que há registrado
é uma compra, por parte do Ministério da Cultura em 2011, de apenas 28
exemplares da publicação para o programa Livro Aberto. Os livros foram
entregues a diferentes bibliotecas públicas do País. Segundo a pasta da
Cultura, nenhum foi distribuído para escolas.
Outro ponto da resposta de Bolsonaro contestado
logo após o fim da entrevista foi a menção a um suposto Seminário LGBT
Infantil. Trata-se do Seminário Nacional LGBT, realizado anualmente por
comissões da Câmara que atuam na defesa dos direitos dessas comunidades. De
acordo com o deputado Jean Wyllys (PSOL), coordenador da
Frente Parlamentar Mista pela Cidadania LGBT, Bolsonaro está se referindo ao
encontro promovido em 2012."
Fonte: El País
Reedição
"Lançado pelo selo juvenil da Companhia das Letras, o livro mostrado por
Bolsonaro está esgotado. Na nota que lançou na tarde desta quarta, a editora
disse que está em contato com os donos dos direitos da obra para avaliar a
possibilidade lançá-la novamente no Brasil. A Companhia das Letras afirmou
ainda que o texto original foi traduzido para dez idiomas ao redor do
mundo e vendeu mais de 1,5 milhão de cópias, tendo sendo transformado em
exposição que ficou em cartaz em Paris. O público alvo da publicação é
formado por adolescentes: no catálogo da editora, ela era sugerida para alunos
de 11 a 15 anos.
A Companhia das Letras defendeu enfaticamente o título. Segundo a
empresa, a publicação tem "sólida base pedagógica e rigor científico"
ao abordar "todos os aspectos da sexualidade". No comunicado, a
editora diz que os autores conseguem tratar de forma "leve" assuntos
importantes como paixão, mudanças da puberdade, contracepção, doenças
sexualmente transmissíveis, pedofilia e incesto. "O livro conta ainda
com uma seção chamada 'Fique esperto', que alerta os adolescentes para
situações de abuso, explica o que é pedofilia — mostrando como tal ato é crime
—, o que é incesto e até fornece o contato do Disque-denúncia Nacional de
Combate ao Abuso e à Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes e da
Secretaria Especial dos Direitos Humanos'", explica a Companhia das
Letras. "O conteúdo da obra nada tem de pornográfico, uma vez que,
formar e informar as crianças sobre sexualidade com responsabilidade é, inclusive,
preocupação manifestada pelo próprio Estado, por meio de sua Secretaria de
Cultura do Ministério da Educação que criou, dentre os Parâmetros Curriculares
Nacionais, um específico à 'Orientação Sexual' para crianças, jovens e
adolescentes", conclui a editora.”
Fonte: El País
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