domingo, 16 de novembro de 2014

Progressão continuada na escola deve ser revista

  • Apesar de os integrantes do corpo escolar terem manifestado, em pesquisa do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), forte rejeição ao modelo de progressão continuada, a entidade avalia que ele não deve ser descartado, mas, sim, revisto.
O estudo, que avalia a qualidade da educação nas escolas do estado paulista, aponta que 94% dos pais, 75% dos alunos e 63% dos professores criticam o sistema pedagógico formado por ciclos, nos quais os estudantes passam automaticamente para a etapa seguinte.
"Nós não temos como ser a favor desse [modelo de progressão continuada] que está aí. Ele vai ao encontro do que foi mostrado na pesquisa: quase 800 mil alunos passam sem saber da matéria", apontou a presidente da Apeoesp, Maria Izabel Azevedo Noronha.
Ela critica o foco desse modelo no ato de aprovar ou reprovar os alunos. "Ele [modelo] deve ser entendido como um conjunto de medidas que caminham para a progressão," declarou. Segundo o estudo, 46% dos alunos da rede estadual admitiu ter passado de ano sem aprender a matéria.
Izabel avalia que a mudança anunciada no ano passado pelo governo estadual, que ampliou os ciclos de dois para três, aumentando a possibilidade de reprovação, não é suficiente. "Junto com essas alterações tem que ter um conjunto de medidas para chegar a um desenvolvimento pleno desses jovens em cada ciclo", apontou. Ela destaca ainda a necessidade de compor conselhos de classe para que a avaliação dos alunos seja feita conjuntamente com professores de diferentes disciplinas.
                                                                                 
A pesquisa revela que a falta de segurança é o principal problema da rede estadual de ensino, tendo sido citada por 32% dos professores, 37% dos pais e 25% dos alunos.
A progressão continuada (11%) aparece em segunda posição entre os educadores e, em terceiro, a falta de estrutura (8%). Para os responsáveis, os alunos desrespeitosos (14%) e a falta de professores (10%) foram os itens considerados mais problemáticos.
Já os estudantes citaram os alunos desrespeitosos (23%) e a falta de interesse dos alunos (10%).
Sobre o fator que mais interfere na qualidade da educação, os entrevistados indicaram, em primeiro lugar, a qualificação e preparo dos professores. Esse item foi destacado por 39% dos professores, 34% dos pais e 40% dos alunos.
O estudo também apurou a presença de casos de discriminação nas escolas. O preconceito contra homossexuais foi citado em maior proporção por professores (36%) e alunos (35%). Entre os pais, a discriminação racial foi a mais citada, com 19%. Ao serem questionados se tinham conhecimento ou se tinham presenciado alguma situação de discriminação contra alunos, também foram relatados casos de preconceito contra nordestinos, pobres, deficientes físicos e mulheres.

Fonte:Agência Brasil

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