"Apesar da
resistência de quadros importantes do PSB, que motivou a suspensão
momentânea do processo de fusão com o PPS, os dirigentes
socialistas pretendem fazer uma “fusão política” com a legenda
comandada pelo deputado Roberto Freire (SP) nas alianças para as
eleições municipais do próximo ano.
Carlos Siqueira (foto), presidente do PSB, é um dos principais negociadores da fusão. |
Isso
significa, de acordo com a cúpula do partido, que o PSB e o PPS
farão um compromisso de apoio mútuo em todos os estados. O objetivo
é ter candidaturas próprias da coligação nas principais cidades
brasileiras e ter, em pelo menos 15 capitais, candidaturas do PSB.
“Temos, pelo menos, 15 nomes para prefeitos”, disse o presidente
do PSB, Carlos Siqueira, um dos principais negociadores da fusão.
A ideia de
fusão, que havia sido abandonada há duas semanas, ganhou fôlego na
última reunião da executiva nacional do partido, na quinta-feira
(18), em Brasília. A maior parte dos presentes ao encontro se
ressentiu da ideia não ter sido levada a frente. “Na reunião,
muitos membros da executiva acharam que foi um erro suspender o
processo e defenderam que a fusão continuasse”, disse Siqueira, ao
IG.
Entre os que
expressaram apoio à união com o PPS estão o governo do Distrito
Federal, Rodrigo Rollembergh, o ex-deputado Beto Albuquerque (RS), o
senador Fernando Bezerra Coelho (PE), e o ex-governador do Espírito
Santo, Renato Casagrande.
“Janela
de filiação”
Outro fator
que animou os defensores da fusão foi a aprovação, em primeiro
turno na Câmara, um dia antes da reunião, da possível “janela”
para que interessados em se filiar ao partido, não deixem em suas
legendas anteriores, seus mandatos.
Pelo texto
aprovado, os políticos serão autorizados a trocar de legenda até
30 dias após a promulgação da proposta de emenda à Constituição
da reforma política.
Apesar de a
proposta depender de mais uma aprovação na Câmara (2º turno) e de
ser apreciada pelo Senado, também em dois turnos, senadores que
participaram da reunião no PSB informaram que o clima no Senado é
de aprovação.
Isso
resolveria um dos problemas que o PSB enfrentava diante da fusão. O
partido temia uma debandada dos insatisfeitos sem o ingresso de novos
quadros, já que a legislação atual poderia ser alegada para a
manutenção dos mandatos dos que decidissem sair, mas não seria
suficiente para os que poderiam entrar no partido.
Os que saíssem
poderiam alegar cláusulas já constantes na lei como a
incompatibilidade com a legenda diante da mudança de programa.
Resistências
à fusão
Agência
Câmara
O
deputado Júlio Delgado (PSB-MG) é um dos pontos de resistência à
fusão
As
resistências à fusão, no entanto, permanecem. Entre os que
resistem estão quadros importantes e históricos do partido como
Roberto Amaral, aliado de primeira hora da presidente Dilma Rousseff,
além da deputada Luiza Erundina (SP) e dos deputados, Júlio Delgado
(MG) e Glauber Braga (RJ). Outros pontos de resistência têm sido os
integrantes do partido em Pernambuco, com exceção de Bezerra.
Para Glauber
Braga, a fusão com o PPS seria um dos motivos de sua saída do
partido. Para ele, retomar essa ideia é mais um erro da direção do
partido. “Achei que deixar de fazer a fusão era uma decisão
acertada diante das resistências. Retomar esta ideia, para mim, é
um erro”, disse o parlamentar que não faz parte da executiva.
Contrários: Bancada
do PSB torce o nariz para fusão com PPS
“O
partido quer aumentar numericamente sua bancada na Câmara e no
Senado, no entanto, se esquece de que poderá haver um efeito
colateral que é a saída de muitos descontentes”, ponderou o
deputado.
Lealdade
à Freire
Entre os que
defendem a fusão com o PPS, o argumento mais comum é de que o
presidente da legenda, Roberto Freire, foi o principal aliado de
Eduardo Campos na campanha de 2014, apesar os apelos feitos por Aécio
Neves de que o PPS estivesse na coligação tucana.
Os socialistas
chegam a dizer que sem o PPS, a coligação de Campos talvez não se
viabilizaria, já que contava somente com a adesão de poucas
legendas pequenas. Campos morreu em plena campanha em um acidente de
avião e coube a Marina Silva, abrigada pelo PSB, encabeçar a chapa.
Conta a favor
de Freire ainda, no entender dos socialistas, sua posição de
continuar na candidatura de Marina, após a morte de Campos.
Planos
da legenda
Além das
candidaturas as prefeituras das principais cidades, o PSB arma uma
estratégia para pelo menos dobrar sua bancada no Senado, hoje com
seis integrantes. Um dos nomes já confirmados é o da senadora Lúcia
Vânia (GO) que deixará o PSDB para entrar no PSB.
Os dirigentes
fazem segredo dos demais nomes. “Não quero dizer para não
atrapalhar as pessoas que estão vindo”, disse Siqueira.
No entanto,
nos bastidores, as informações são de que o PSB deverá atrair
senadores também insatisfeitos com o PT, como o Walter Pinheiro (BA)
e Paulo Paim (RS).
Fonte: último segundo
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é sempre bem-vinda!