Presidente do Brasil, Michel Temer |
Por
Ricardo Brito - Reuters
“O delegado Cleyber
Malta Lopes, da Polícia Federal (PF), pediu nesta terça-feira(20) ao Supremo
Tribunal Federal (STF) a prorrogação por 60 dias do inquérito dos
portos, a única investigação em curso contra o presidente Michel
Temer, afirmou à Reuters um fonte familiarizada com as
investigações.
Caberá ao ministro do
Supremo Roberto Barroso decidir se aceita ou não o pedido da PF. O
pedido de prorrogação era esperado, uma vez que há uma série de
diligências a serem cumpridas ainda, segundo a fonte.
Essa investigação está
envolta em polêmica desde que o diretor-geral da Polícia Federal,
Fernando Segovia, disse em entrevista exclusiva à Reuters que não
tinha encontrado indícios de corrupção no inquérito dos portos e
indicou tendência de arquivamento do mesmo. Ele também destacou que
o delegado responsável pelo caso pode ser questionado pela
Corregedoria da PF e até mesmo punido pelos questionamentos feitos a
Temer, se houver uma reclamação formal da parte do presidente.
Presidente Michel Temer |
As declarações de
Segovia geraram forte reação interna de delegados da PF, entre
outras autoridades.
Na segunda-feira, após
ter sido intimado por Barroso a se explicar, Segovia disse ao
ministro do STF que não quis “em momento algum” interferir no
andamento do inquérito dos portos, antecipar conclusões ou induzir
o arquivamento do caso.
A íntegra das
declarações de Segovia ao ministro do STF não foram divulgadas. Em
um despacho no qual resumiu o encontro, Barroso relatou que o
diretor-geral da PF apresentou-lhe um ofício no qual prestou
esclarecimentos sobre a entrevista concedida à Reuters e amplamente
divulgada pela imprensa. Também apresentou a transcrição da
entrevista ao ministro do Supremo.
Presidente, Michel Temer |
Disse que “em momento
algum pretendeu interferir no andamento do inquérito, antecipar
conclusões ou induzir o arquivamento”. Também disse que “não
teve a intenção de ameaçar com sanções o delegado encarregado,
tendo também aqui sido mal interpretado”. Por último, afirmou que
“se compromete a não fazer qualquer manifestação a respeito dos
fatos objeto da apuração”.
Após o breve relato das
considerações feitas por Segovia no despacho, Barroso determinou
que a manifestação escrita dele seja juntada ao inquérito dos
portos. Ele decidiu remeter cópia das declarações à PF, onde se
encontram os autos da investigação.
O ministro do Supremo
também decidiu dar ciência das declarações ao Ministério Público
Federal, órgão responsável por conduzir as investigações.”
Fonte:
Reuters
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