Por Redação do Diário da Saúde
Trabalho
e câncer
O
Hospital Federal do Andaraí (HFA), no Rio de Janeiro, firmou uma
parceria com o Hospital de Câncer de Barretos, em São Paulo,
referência nacional no tratamento e na prevenção da doença, para
colher dados de pacientes e desenvolver um estudo epidemiológico
inédito no país.
Apesar
de a relação entre a ocupação profissional e o surgimento de
certos tipos de tumor ser um fenômeno já estudado há muitos anos
em todo o mundo, no Brasil as pesquisas acabam comprometidas pela
forma como são feitos os registros sobre câncer nas unidades
hospitalares.
Os
registros de pacientes que realizam tratamento no HFA serão
importantes para buscar a relação da doença com pessoas que estão
em contato frequente com algumas substâncias. Uma delas é
o amianto,
cuja produção e venda foi recentemente proibida no Brasil.
Segundo
estudos publicados pelo Inca, indicam que cabeleireiros, pilotos de
avião, comissários de bordo, farmacêuticos, químicos e
enfermeiros estão entre as profissões mais propensas ao
desenvolvimento de cânceres.
Foco
nos dados
Para
garantir a precisão adequada para uma pesquisa científica, uma
comissão foi montada para cuidar especificamente da coleta dos dados
dos pacientes em tratamento. As informações serão armazenadas em
uma plataforma desenvolvida especificamente para o estudo e serão
analisadas por uma comissão formada por integrantes do Hospital
Federal do Andaraí, do Hospital de Câncer de Barretos, da Escola
Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (Fiocruz) e do Departamento
de Vigilância em Saúde Ambiental do Trabalho do Ministério da
Saúde (DSAST/SVS).
De
acordo com Maria Lúcia Feitosa, diretora do HFA, a partir do momento
em que se constata o tumor, o médico não tem muito tempo para fazer
associações relacionadas à ocupação do paciente. "O
oncologista tem a maior preocupação em dar foco no diagnóstico
para estabelecer o melhor tratamento para cada caso. Por isso, é
necessário formar uma comissão específica para analisar os dados
coletados", explicou.
A
partir dos registros anteriores no HFA, será possível aprimorar as
informações cadastrais, que servirão de base para inovações no
tratamento ou medidas de prevenção, conforme explica a coordenadora
do setor de Registro Hospitalar de Câncer da unidade, Camila Drumond
Muzi: "Vamos melhorar o procedimento de coleta de dados e também
produzir novos trabalhos voltados para pacientes com câncer".
Fonte: Diário da
Saúde
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