Por
BEATRIZ OLIVEIRA
“O
próximo horário de verão foi oficialmente extinto no final da
manhã desta quinta-feira (25). O presidente Jair Bolsonaro assinou o
decreto que determinava o fim do horário que teria início em 2019 e
terminaria em 2020. A cerimônia para assinatura do decreto que
revoga o horário de verão ocorreu no Palácio do Planalto e a
decisão já havia sido anunciada semanas atrás. “Tomei a
decisão que neste ano não teremos horário de verão”, declarou
Bolsonaro no início de abril.
Quando anunciada a intenção de acabar com o
horário de verão, o ministro das Minas e Energia, Bento
Albuquerque, informou que a pasta realizou dois estudos sobre a
questão. E que a documentação foi entregue ao presidente
Bolsonaro. Segundo o ministro, a decisão sobre o horário de verão
leva em conta os dados econômicos, além de outros fatores como
sobrecarga e picos de consumo energéticos.
O horário de verão foi
criado entre 1931 e 1932 pelo governo de Getúlio Vargas. Ele começa
normalmente no terceiro domingo de outubro e termina no terceiro de
fevereiro. Desde de 1985 ele é implementado em todo o Brasil sem
interrupções, com algumas diferenças entre os estados. O
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou em 2008 o decreto
6558, que define datas específicas para a mudança de horário.
Polêmica recente Em 2017 foi realizada uma grande discussão sobre
manter ou extinguir o horário de verão.
Naquela ocasião, a
Presidência da República recebeu um documento que mostrava como a
mudança de horário não era mais justificada pela economia de
energia elétrica. Entretanto, o governo do ex-presidente Michel
Temer manteve o modelo ressaltando que uma eventual mudança ainda
exigiria uma avaliação mais ampla. O Tribunal Superior Eleitoral
(TSE) chegou a solicitar a alteração na data de início do horário
de verão para este ano. Isso porque a alteração do horário
prejudicaria a apuração do resultado para a eleição presidencial,
caso houvesse segundo turno. Por isso a mudança no horário foi
realizada somente em novembro.
Outra mudança foi cogitada
para não coincidir com a aplicação do Enem (Exame Nacional do
Ensino Médio). Entretanto, o governo acabou recuando e mantendo o
plano original. Mudanças de hábitos.
O horário de verão foi
inventado em 1784 por Benjamin Franklin. O inventor norte-americano
teve essa ideia de alterar o horário para economizar sobre as velas
que eram utilizadas para iluminar casas e ruas. Entretanto, foi
somente durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) que esse
horário foi adotado em vários países do mundo.
A adoção do
horário de verão no Brasil chegou a evitar uma sobrecarga no
sistema elétrico no fim da tarde. Isso porque as pessoas costumavam
passar mais tempo fora de casa e os setores produtivos acabavam
encerrando o expediente ou diminuíam o volume de produção.
Entretanto,
o consumo de energia elétrica dos brasileiros acabou mudando ao
longo dos anos. O pico de consumo mudou de horário, sendo agora
localizado no meio da tarde. Entre os aparelhos que mais consomem
energia está o ar-condicionado. Além disso, o horário de verão
gerava um alívio aos cofres da União.
Mas essa economia vem
diminuindo. Segundo Dados do Ministério de Minas e Energia e do
Operador Nacional do Sistema (ONS). Para ter uma ideia, em 2013 foram
poupados R$ 405 milhões, ou 2.565 megawatts. Entretanto, em 2018
essa economia caiu para cerca de R$ 140 milhões. Outros países
que adotam o horário de verão também estão reavaliando a
política. Isso por causa da ausência de consenso sobre os reais
benefícios.
A União Europeia realizou uma consulta pública sobre o
tema em 2018, e a maioria das pessoas que participaram votaram para
terminar com a mudança de horário.”
BEATRIZ
OLIVEIRA Formada em Jornalismo pela Faculdade Paulus de Tecnologia e
Comunicação, Beatriz Oliveira escreve para o portal de notícias
Suno Research. Antes, passou pelas redações da Revista EXAME e da
TV Band.
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