PASSAGEIROS SE AGLOMERAM EM ESTAÇÃO DE TREM NA CIDADE DE SÃO PAULO. FOTO: NELSON ALMEIDA/AFP |
Dados da semana passada indicavam início de trajetória de queda
Na semana anterior, o País, pela primeira vez em quatro meses, ficou abaixo de 1, o que indicava uma desaceleração da transmissão.
A universidade reconhece sete países da América do Sul com transmissão fora de controle. O maior índice está no Equador (1,32), seguido pelo Paraguai (1,27) e Argentina (1,12). Colômbia registrou 1,05 e Bolívia, 1,02.
Segundo o relatório mais recente da Organização Mundial de Sáude (OMS), divulgado na terça-feira 25, só Uruguai e Guiana não apresentam transmissão comunitária entre os sul-americanos. Nos dois países, há apenas focos isolados.
De acordo com o Imperial College, ainda cresce o número de países com transmissão ativa: Eram 51 na primeira semana de maio e agora são 70.
Nesses quatro meses, 23 países controlaram o contágio e deixaram de ser monitorados, entre eles Itália, Dinamarca, Noruega, Coreia do Sul, Quênia e Emirados Árabes Unidos.
“A humanidade vai conviver com este vírus por mais algum tempo”
A diretora de Acesso a Medicamentos, Vacinas e Produtos Farmacêuticos da Organização Mundial da Saúde, Mariângela Simão, afirmou em entrevista à CartaCapital que a humanidade ainda vai conviver com o novo coronavírus por algum tempo.
“Ao menos até que tenhamos três coisas. A primeira, testes rápidos, baratos e que funcionem. A segunda, um medicamento. Até agora, só há um que diminui a mortalidade, a dexametasona. É ótimo que ela funcione, mas só serve aos pacientes graves no ventilador. Sobre o outro remédio, o remdesivir, ele apenas reduz os dias de internação. Precisamos de uma droga para impedir que se morra pelo coronavírus. Terceiro, uma vacina eficaz e disponível em quantidades suficientes. Essas coisas precisam caminhar juntas. Por isso as medidas de distanciamento social, uso de máscaras e cautela no relaxamento das restrições são tão importantes. O vírus continua a circular e não tem dado sinais de recrudescimento. Mas é preciso confiar nos esforços enormes para descobertas que vão ajudar a controlar esta pandemia”, disse.
Mariângela ainda falou sobre a necessidade de parcerias globais para o enfrentamento da pandemia.
“Muitos países ainda não se deram conta de que soluções nacionalistas não vão resolver esta crise. O mundo precisa de gente e bens em circulação. A cadeia de produção é globalizada. A vacina desenvolvida em um lugar, envasada em outro, produzida em outro. Esta é a realidade da economia. Soluções de país para país não vão perdurar. Precisamos de parcerias globais. Quando houver tratamento e vacina eficazes, ela precisa estar disponível em todos os países. Não apenas nos mais ricos. E também não só nos pobres. Nesta situação, mesmo os países ditos líderes não são líderes. É evidente a necessidade de cooperação internacional. Não dá para ser de outro jeito”."
Fonte: Carta Capital
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