Jô Soares |
Por RAFAEL DAMAS - Especial ao Minuto
"Nesta sexta-feira (5), morreu o apresentador e o escritor Jô Soares, aos 84 anos. Segundo a assessoria, o artista estava internado no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo"
Flavia Soares, ex-mulher do entrevistador, em seu Instagram: “Faleceu há alguns minutos o ator, humorista, diretor e escritor Jô Soares. Nos deixou no hospital Sírio Libanês, em São Paulo, cercado de amor e cuidados. O funeral será apenas para família e amigos próximos. Assim, aqueles que através dos seus mais de 60 anos de carreira tenham se divertido com seus personagens, repetido seus bordões, sorrido com a inteligência afiada desse vocacionado comediante, celebrem, façam um brinde à sua vida. A vida de um cara apaixonado pelo país aonde nasceu e escolheu viver, para tentar transformar, através do riso, num lugar melhor”, continua a publicação", disse.
""O Brasil perdeu hoje um artista único, um comediante que amava seu ofício acima de tudo, um ator fora de série. Um entrevistador brilhante. Um cidadão que amava seu país e seus amigos. Jô Soares, obrigada por tanto!”, escreveu Zélia Duncan."
Fonte: g1/SP
"O meu humor tem sempre um fundo político, sempre tem uma observação do cotidiano do Brasil", dizia.
"Os meus personagens são muito mais baseados no lado psicológico e no social do que na caricatura pura e simples. Eu nunca fiz um personagem necessariamente gordo. Eles são gordos porque eu sou gordo."
“Acho que descobri, também sem querer, a grande vocação da minha vida, a coisa que me dá mais prazer, mais alegria de fazer. Eu me sinto muito vivo ali. A maior atração do mundo é o bate-papo, a conversa”, afirmava o próprio Jô."
"Não foi por uma questão salarial, porque a contraproposta do SBT era muito alta. Voltei pela possibilidade de fazer mais entrevistas internacionais, pelas facilidades de gravação, pelo apoio do jornalismo."
Literatura e teatro
Jô Soares também foi autor best-sellers e escreveu para jornais e revistas. Nos anos 1980, escreveu com regularidade nos jornais “O Globo” e “Folha de S.Paulo” e para a revista “Manchete”. Entre 1989 e 1996, assinou uma coluna na “Veja”.
Também escreveu cinco livros, sendo quatro romances. A estreia foi "O astronauta sem regime" (1983), coletânea de crônicas publicadas originalmente em "O Globo". O romance "O Xangô de Baker Street" (1995) liderou as listas dos mais vendidos e foi adaptado para o cinema em 2001. As obras seguintes foram "O homem que matou Getúlio Vargas" (1998), "Assassinatos na Academia Brasileira de Letras" (2005) e "As esganadas" (2011).
No teatro, Jô ficou célebre por seus monólogos, todos marcados pelo tom cômico e crítico, com sátiras da vida cotidiana e política do Brasil. Os mais conhecidos foram “Ame um gordo antes que acabe” (1976), “Viva o gordo e abaixo o regime!” (1978), “Um gordoidão no país da inflação” (1983), “O gordo ao vivo” (1988), “Um gordo em concerto” (1994) – que ficou em cartaz por dois anos – e “Na mira do gordo” (2007).
Dentre os espetáculos em que trabalhou como ator nos palcos, estão ainda uma montagem de “Auto da compadecida” e “Oscar” (1961), com Cacilda Becker e Walmor Chagas. Como diretor, esteve à frente de “Soraia, Posto 2” (1960), “Os sete gatinhos” (1961), “Romeu e Julieta” (1969), “Frankenstein” (2002), “Ricardo III” (2006).
De seus mais de 20 trabalhos no cinema, Jô apareceu em alguns clássicos do cinema nacional, caso de “Hitler IIIº Mundo” (1968), de José Agripino de Paula”, e de “A mulher de todos” (1969), de Rogério Sganzerla. Além disso, dirigiu um filme, “O pai do povo” (1976).
'Hipocondríaco de doenças exóticas'
Ao Fantástico em 2012, Jô falou sobre a morte, sempre com bom humor. Relembre no vídeo abaixo:
Fonte: Fantástico
""Sou um hipocondríaco de doenças exóticas. Beriberi – eu nem sei o que é, mas tenho pavor de pegar isso”, brincou.
"O medo da morte é um sentimento inútil: você vai morrer mesmo, não adianta ficar com medo. Eu tenho medo de não ser produtivo. Citando meu amigo Chico Anysio, [uma vez] perguntaram para ele: ‘Você tem medo de morrer?’. Ele falou: ‘Não. Eu tenho pena’. Impecável"."
Fonte: g1/SP
Fonte: Facebook
"Em 16 de setembro de 2021 tive a oportunidade de conversar com você. Foi um episódio marcante em minha história e reforçou a certeza de que nossa luta está no caminho certo.
Você foi e sempre será uma referência de artista, humorista, apresentador. Uma referência de ser humano!
Faltam palavras para dimensionar o que você representou para o Brasil. Por isso, quero reforçar meu agradecimento e dizer mais uma vez: obrigado!"
Fonte: assessoria do Senador Randolfe Rodrigues
Por redação OGM
Perdemos um dos homens mais inteligentes do Brasil. Ele amava seu país e que fazia todos repensarem nas questões políticas, muitas vezes com a sutileza de seu humor. e nas suas entrevistas. Ele é uma personalidade muito importante para o jornalismo brasileiro, ele inaugurou o programa de entrevistas (Talk Show). Nossos sentimentos ao Brasil.
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