quarta-feira, 29 de novembro de 2023

"Mar pode engolir parte de Santos e do Rio de Janeiro, revela estudo da ONU"

Santos, litoral sul de São Paulo
 Por g1 Santos

"A cidade de Santos, no litoral de São Paulo, corre o risco de ter parte da área próxima à costa submersa até 2050, de acordo com um estudo divulgado nesta terça-feira (28) pela Organização das Nações Unidas (ONU) e agências especializadas. De acordo com o material, a expectativa é de que 5% da população que vive próximo ao mar seja afetada.

"Até 2050, as projeções mostram que centenas de cidades costeiras altamente povoadas estarão expostas a um maior risco de inundações, incluindo terras onde vivem cerca de 5% da população de cidades costeiras, incluindo Santos, no Brasil, Cotonou, no Benim, e Calcutá, na Índia", afirmou a ONU, em nota. O Rio de Janeiro também é citado, veja mais a baixo a lista com todas as cidades.

Mar pode engolir parte da cidade de Santos, revela estudo da ONU — Foto 1: Arquivo A Tribuna Jornal 

Conforme divulgado pela Human Climate Horizons, uma colaboração entre o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e o Laboratório de Impacto Climático (CIL), novos dados apontam que a extensão das inundações costeiras aumentou nos últimos 20 anos, como resultado da subida do nível do mar.
Em função do descongelamento das geleiras do polo norte e sul.

Atualmente, mais de 14 milhões de pessoas ao redor do mundo vivem em comunidades costeiras com uma probabilidade de 1 em 20 inundações.

Confira imagens de ressacas em Santos


Cidade tem sido cada vez mais afetada pelas mudanças climáticas

De acordo com o Censo Demográfico 2022, Santos possui 418.608 habitantes, ou seja, cinco por cento são 20.930 pessoas que podem ter as residências tomadas pela elevação do nível do mar. A prefeitura da cidade informou, em nota, que vem adotando várias ações para evitar a situação. 

Ranking


No pior cenário de aquecimento e sem defesas costeiras até o final do século, o estudo prevê que cinco por cento ou mais das cidades listadas abaixo caiam permanentemente abaixo do nível do mar. Confira a lista completa:

✔Guayaquil, Equador 
  • Barranquilla, Colômbia 
  • Santos, Brasil
  • Rio de Janeiro, Brasil
  • Kingston, Jamaica
  • Cotonou, Benin
  • Calcutá, Índia
  • Perth, Austrália
  • Newcastle, Austrália
  • Sydney, Austrália

Pessoas assistir à ressaca no Mirante do Leblon — Foto: Marcos Serra Lima/G1

Prefeitura de Santos cita ações:

Em nota, a administração municipal destacou algumas ações para evitar a erosão e conter o avanço do mar. Uma delas começou em 2018, por meio de uma parceria com a Universidade de Campinas (Unicamp) com a colocação de uma barreiras submersa com 49 sacos de geotêxtil em formato de 'L' na Ponta da Praia. Os geobags, como são conhecidos, têm 275 metros de comprimento e são recheados de areia.

A prefeitura ressaltou que os dados do monitoramento demonstram tendência ao acúmulo de areia no trecho protegido pelos geobags. "O trabalho prossegue, gerando mais informações. No momento, estudos estão sendo feitos para a ampliação das barreiras", informou, destacando que o projeto-piloto usa tecnologia de baixo custo, fácil manutenção e baixíssima interferência ambiental.

"O PACs coloca em marcha a implementação de estratégias, diretrizes e metas de adaptação e mitigação para fazer frente à crise climática e às vulnerabilidades socioambientais presentes no nosso município, considerando o cenário de intensificação das mudanças climáticas apontado nos últimos estudos do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) e confirmado no Sexto Relatório de Avaliação (AR6)".

Mar invadindo faixa de areia e calçada em Santos (SP) — Foto: Prefeitura de Santos/Arquivo Carlos Nogueira

Objetivos estabelecidos pelo PAC:

  • Revisão do Plano Diretor e da Lei do Uso e Ocupação do Solo, levando em consideração as questões climáticas;

  • Criação e implementação do sistema de Índice de Risco Climático e Vulnerabilidade Socioambiental (ICVS) e mapeamento das áreas de risco;
  • Elaboração do plano habitacional para áreas de risco;

  • Cultivo de 10 mil árvores;

  • Substituição de, pelo menos, 20% da frota do serviço público de transporte de passageiros por veículos não emissores, reduzindo a emanação de poluentes e de ruídos urbanos.

As metas correspondem a oito eixos:

  • Planejamento urbano sustentável e meio ambiente;

  • Redução de vulnerabilidades e gestão de riscos climáticos (desastres naturais);

  • Inclusão e redução da vulnerabilidade social;

  • Resiliência urbana e soluções baseadas na natureza;

  • Resiliência na zona costeira, estuário, praia, rios e canais;

  • Gestão de infraestrutura, incluindo recursos hídricos, saneamento, transporte e estrutura portuária;

  • Inventário de emissores de gases de efeito estufa (GEE) e plano municipal de mitigação de GEE;

  • Governança e participação na gestão climática."

Fonte: g1/Santos e região  

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