O anticoncepcional que aumenta o risco de contrair HIV em 40%
Um
tipo específico de anticoncepcional injetável aumenta o risco das
mulheres contraírem o HIV
Uma
análise de 12 estudos observacionais realizados na África
subsaariana, envolvendo 39.560 mulheres, revelou que o uso de um
contraceptivo injetável aumenta o risco de infecção com o HIV.
O
risco das mulheres que usaram esse mecanismo de controle da
natalidade aumentou em 40% em comparação com as mulheres que usaram
outros métodos anticoncepcionais ou nenhum controle de natalidade.
O
contraceptivo, acetato de medroxiprogesterona, é vendido sob a marca
Depo-Provera, e é administrado na forma de uma injeção de três em
três meses.
"Nós
embarcamos neste estudo por causa da inconsistência na literatura
científica sobre o tema," disse o principal autor do estudo,
Dr. Ralph Lauren, da Universidade da Califórnia em Berkeley. "Os
resultados têm implicações potencialmente grandes porque os
contraceptivos hormonais permanecem populares para as mulheres em
todo o mundo."
Anticoncepcionais
e risco de HIV
Na
análise, publicada na revista médica The Lancet Infectious
Diseases, os pesquisadores selecionaram os estudos baseados no
rigor metodológico - como se eles levaram em conta o uso de
preservativos, por exemplo.
Além
do Depo-Provera, os estudos examinaram outras formas comumente
prescritas de contracepção hormonal, como o também injetável
NET-EN (noretisterona oenatato), contraceptivos orais combinados e
pílulas somente com progestina. Nenhum desses outros métodos de
controle da natalidade parece aumentar o risco de infecção pelo HIV
para as mulheres na população em geral.
Cerca
de 144 milhões de mulheres em todo o mundo usam a contracepção
hormonal, entre as quais cerca de 41 milhões usam formas injetáveis
de controle de natalidade, em vez de tomar a tradicional pílula.
O
estudo concluiu que as mulheres que usaram o acetato de
medroxiprogesterona (Depo-Provera) apresentaram um risco 40% maior de
contrair o HIV em comparação com as mulheres que usavam métodos
não-hormonais e aquelas que não praticavam o controle da
natalidade.
O
risco aumentado foi ligeiramente inferior, 31%, entre os estudos
feitos com mulheres na população em geral, sem comportamentos de
risco específicos para a contaminação com o HIV.
Progestina
Ainda
não está claro por que o aumento do risco de contrair o HIV ocorre
apenas entre as usuárias do Depo-Provera, mas não das outras formas
de contracepção hormonal, disseram os autores da análise.
Uma
possibilidade é que o controle da natalidade com altos níveis de
progestina, a forma sintética do hormônio natural progesterona,
mude o revestimento vaginal ou altere a imunidade local, aumentando o
risco de infecção pelo HIV.
Mas
os pesquisadores enfatizam que este estudo não examinou os efeitos
fisiológicos dos diferentes métodos contraceptivos e será
necessário realizar mais pesquisas sobre os possíveis mecanismos
biológicos subjacentes.
Fonte:
Sarah Young - UC Berkeley
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