Distrito de Bento Rodrigues Por Léo Rodrigues - Correspondente da Agência Brasil |
"Um
decreto do governo de Minas Gerais publicado ontem (21) autorizou a
mineradora Samarco a iniciar a construção de um novo dique no
distrito de Bento Rodrigues, em Mariana (MG). A medida visa a impedir
que a lama de rejeitos que está no local volte a atingir a bacia do
Rio Doce durante o período de chuvas.
Bento
Rodrigues foi devastado após rompimento da barragem da Samarco em
novembro do ano passado. Na ocasião, 19 pessoas morreram e a
tragédia causou poluição na bacia do Rio Doce e destruição de
vegetação nativa. O episódio é apontado como a maior tragédia
ambiental do país.
Bento
Rodrigues foi devastado após rompimento da barragem da Samarco em
novembro do ano passado.
A
decisão do governo mineiro é mais um capítulo envolvendo a
construção do dique S4. A obra terá como consequência o
alagamento de parte do distrito devastado. O Ministério Público de
Minas Gerais (MPMG) já havia se mostrado contra essa solução. O
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan)
chegou a proibir a construção, alegando que a área a ser alagada
inclui uma parte de um muro colonial, anexo à Capela São Bento.
Em
julho, o Ministério Público Federal (MPF) havia
instaurado procedimento
investigatório criminal para
apurar eventual conduta ilícita do atual diretor-presidente da
mineradora Samarco, Roberto Lúcio Nunes de Carvalho. A investigação
foi motivada porque a mineradora não teria cumprido sete de 11
medidas emergenciais determinadas pelo Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e de Recursos Renováveis (Ibama). Uma dessas medidas seria
a apresentação de alternativa à construção do dique S4.
Segundo
o decreto, proprietários de terras no local deverão permitir a
entrada da equipe técnica da Samarco e dos agentes públicos
estaduais no terreno onde será feita a obra. A mineradora deverá
indenizá-los e terá a concessão de uma área de 56 hectares por
três anos.
Medida
emergencial
Em
nota, a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
(Semad) do governo mineiro informou que a obra foi apresentada pela
Samarco e por seus consultores especialistas como uma medida
emergencial para conter o carreamento de rejeitos no período
chuvoso. "Por se tratar de uma obra emergencial, o licenciamento
é feito corretivamente após a sua implantação. A implantação
não estava sendo viabilizada pela impossibilidade da empresa acessar
áreas privadas", registra o texto."
Fonte: EBC / Agência Brasil
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