Presidente da Câmara dos deputados Ministro da Justiça, Sérgio Moro Rodrigo Maia (Dem) |
Por redação da veja.com
"O presidente da Câmara
dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que o ministro da
Justiça e Segurança Pública Sergio Moro tem a “estratégia
permanente” de “tentar acuar as instituições democráticas
deste país”. Maia disse que os diálogos vazados pelo site The
Intercept Brasil evidenciam essa postura de Moro, mas ressaltou que
“ao longo do tempo, ele está aprendendo que a democracia é um
valor muito mais importante do que qualquer outro tema”.
“Acho que o ministro
Sergio Moro tenta, como sempre, a estratégia permanente dele, a
estratégia de um pouco de pressão, de tentar acuar as instituições
democráticas deste país”, disse Maia, em entrevista ao jornal
Folha de S. Paulo e ao portal UOL.
Para o presidente da
Câmara, a tentativa de Moro em aprovar a possibilidade de prisão
após condenação em segunda instância via projeto de lei, e não
por meio de Proposta de Emenda à Constituição (PEC), “parece
mais uma vontade de desgastar o Parlamento do que uma vontade de
aprovar o projeto”. No grupo de trabalho que analise o texto na
Câmara, a prisão em segunda instância foi rejeitada.
Questionado sobre sua
relação inicial com Sergio Moro, Maia disse que o ministro iniciou
o governo com uma “visão distorcida” do que era o Parlamento.
“Ele achou que podia marcar a data da votação do projeto e como o
projeto iria tramitar”, disse.
Em março deste ano, Maia
subiu o tom das críticas a Moro, a quem chamou de “funcionário do
presidente Bolsonaro”. “Eu acho que ele conhece pouco a política.
Eu sou presidente da Câmara, ele é ministro, funcionário do
presidente Bolsonaro. É o presidente Bolsonaro quem tem que dialogar
comigo. Ele está confundindo as bolas. Ele não é presidente da
República, não foi eleito para isso. Está ficando uma situação
ruim”, disse o presidente da Câmara.
Maia afirmou, ainda, que
as Comissões Parlamentares de Inquéritos (CPIs) da Operação Lava
Jato e da Lava Toga, como ficou conhecida a tentativa de investigar
membros do Poder Judiciário, são “muito ruins”. Na avaliação
do presidente da Câmara, o Parlamento não pode colocar o Judiciário
“na parede” como consequência de suas decisões.
“Se houver algum
delito, algum desvio administrativo, alguma prova 100% concreta de
desvio de algum ato de algum procurador, de juiz, ou de um ministro
do Supremo (Tribunal Federal), você tem os instrumentos, ou poderia
ter no futuro uma CPI. Agora, o que estou vendo é de alguma forma
uma disputa”, disse. Para Maia, os senadores que apoiam a CPI da
Lava Toga tentam “enfraquecer o Supremo Tribunal Federal”."
Fonte: Veja.com
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