Ex-ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio e Bolsonaro |
"O presidente Jair Bolsonaro demitiu nesta quarta-feira, 9, o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio. Como mostrou o Estadão, o cargo dele era um dos que deveriam entrar na reforma ministerial inicialmente prevista para fevereiro. O mais cotado para assumir seu lugar é o presidente da Embratur, Gilson Machado. Esta é a 15ª troca de ministros feita por Bolsonaro desde o início do mandato.
Segundo o Estadão apurou com integrantes do Palácio do Planalto, a queda de Álvaro Antônio foi atribuída ao ministro-chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos. Os dois vinham divergindo internamente porque o ministério passou a ser citado como moeda de troca por apoio no Congresso. O Palácio do Planalto tenta eleger o deputado Arthur Lira (Progressistas-AL), um dos principais líderes do Centrão, na presidência da Câmara.
Com a demissão, Álvaro Antônio deve reassumir seu mandato de deputado federal por Minas Gerais. Ele é filiado ao PSL e é investigado pelo Ministério Público sob suspeita de desviar recursos de campanha por meio de candidaturas de mulheres nas eleições de 2018.
O ministro foi recebido na tarde desta quarta-feira por Bolsonaro. Há a previsão de que Gilson Machado também se reúna com o presidente ainda hoje.
Na noite anterior, os dois estiveram no lançamento do Instituto Conservador-Liberal do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente. Na ocasião, Álvaro Antônio lembrou que foi um dos primeiros a embarcar na candidatura de Jair Bolsonaro.
A reforma ministerial de Bolsonaro
Além da troca no Turismo, mais mudanças devem ocorrer em breve. O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira, deixa o governo no final do ano para assumir uma vaga no Tribunal de Contas da União (TCU). Também é aguardada a substituição de Onyx Lorenzoni no Ministério da Cidadania.
Como mostrou o Estadão, o atual ministro da Secretaria de Governo pode mudar de sala e passou a ser cotado para substituir Oliveira na Secretaria-Geral. Defensores dessas mudanças argumentam que o general, responsável pela articulação política e amigo do presidente há mais de 30 anos, está desgastado com outros integrantes do governo e também pela própria natureza da função que exerce. Entregar a ele uma pasta com menos exposição, mas mantendo o status de “ministro palaciano” é visto como uma saída de prestígio.
As mudanças estavam previstas para ocorrer em fevereiro, mas a briga entre Álvaro Antonio e o Ramos abreviou o processo. Oliveira também tem insistido que Bolsonaro anuncie seu substituto até o fim do ano. Inicialmente, foi cogitada a hipótese do secretário-executivo da Secretaria-Geral, Antônio Carlos Futuro, assumir interinamente o posto até uma definição do presidente. Agora, a expectativa é que o anúncio de Bolsonaro ocorra até o Natal."
Fonte: Estadão
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