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Por Weslley Galzo, Estadão
"O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin, disse nesta quarta-feira, 6, em palestra nos Estados Unidos, que o Brasil pode passar por um episódio de ataques às instituições ainda mais grave do que o ocorrido na invasão ao Capitólio, a sede do Congresso norte-americano, localizado em Washington. “Nós poderemos ter um episódio ainda mais agravado do 6 de janeiro daqui, do Capitólio”, afirmou durante o evento organizado pelo instituto Wilson Center.
Em seis de janeiro de 20221, apoiadores do ex-presidente republicano Donald Trump invadiram violentamente o prédio enquanto deputados e senadores faziam a contagem oficial dos votos recebidos pelo presidente eleito Joe Biden no colégio eleitoral. O atentado deixou cinco pessoas mortas. Na ocasião, parlamentares tiveram que ser retirados do prédio, ou se esconder em salas de auxiliares, para que não fossem agredidos pelos invasores.
Como mostrou o Estadão, o TSE tem investido cifras milionárias para reforçar o esquema de segurança do prédio e dos ministros. A Corte mantém um esquema de vigilância armada e monitoramento de ameaças em constante atualização No evento em Washington, Fachin ainda apelou que os eleitores brasileiros se armem “unicamente do seu voto” e chegou a rebater as declarações recentes do presidente Jair Bolsonaro (PL) de que, caso reeleito, expandirá o acesso a armas no País. O ministro chegou a dizer que “sociedade armada é sociedade oprimida”.
Diante das investidas do governo e de ameaças dos apoiadores do atual presidente, Fachin frisou que “o Judiciário brasileiro não vai se vergar a quem quer que seja”. “Cada uma das instituições brasileiras precisa cumprir o seu papel nos limites que a Constituição atribui”, afirmou. “Instituições de estado respondem a interesses permanentes e duradouros de estado”, completou.
Ao discursar, Fachin apresentou o receituário das ações que a Justiça Eleitoral deve adotar para garantir a lisura das eleições. O presidente do TSE frisou a importância de contar com o apoio do Congresso em caso de contestação do resultado da disputa em outubro, como vem ameaçando Bolsonaro.
Segundo o ministro, diante de um cenário de crise, os parlamentares deveriam deixar de lado as divergências ideológicas para defender o Judiciário e o sistema eletrônico de votação. “Se houver a dissolução de um dos poderes, o perigo poderá ir para o outro lado da rua”, afirmou.
Fachin também disse ser importante que a população demonstre publicamente “seus anseios de viver numa sociedade democrática”, caso a crise entre os Poderes se agrave."
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Fonte: Estadão
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