quinta-feira, 7 de julho de 2022

"Lira desiste de votar PEC que cria benefícios em ano eleitoral" Ficou para terça-feira a votação da PEC Kamikaze

Bolsonaro e Arthur Lira

Lira encerra sessão, e votação da PEC 'Kamikaze' é transferida para terça (12)

"Presidente da Câmara avaliou que a presença de 427 dos 513 deputados colocava em risco a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição, que exige pelo menos 308 votos favoráveis."

Por Elisa Clavery, TV Globo 


"Devido ao quórum considerado insuficiente (427 dos 513 deputados presentes 

por volta das 19h30), o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) decidiu adiar 

para a próxima terça-feira (12) a votação da Proposta de Emenda 

Constitucional (PEC) que, em ano eleitoral, cria benefícios sociais para a 

parcela pobre da população e para algumas categorias profissionais.


A medidas previstas na PEC — apelidada de "PEC Kamikaze" pelo ministro 

da Economia, Paulo Guedes, que considerava o texto original "suicida" por 

representar risco às contas públicas — devem resultar em um gasto não 

previsto de R$ 41,2 bilhões e exigirão a decretação de um "estado de 

emergência" no país a fim de contornar a legislação, que proíbe a geração 

de novas despesas em ano eleitoral.




Lira disse não querer "arriscar" a votação dessa PEC com o número de 
parlamentares presentes (427). De acordo com a Constituição, a 
aprovação de uma PEC exige, pelo menos, 308 votos favoráveis. A 
oposição vinha pressionando contra a proposta por considerar que 
é uma tentativa ilegal do governo de impulsionar a pré-campanha 
à reeleição do presidente Jair Bolsonaro.

"Só para esclarecer, não vou arriscar nem essa PEC nem a próxima 
PEC [que trata do piso salarial para os enfermeiros] com esse quórum 
na Câmara hoje, 427 [deputados]. Nada mais havendo a tratar, vou 
encerrar os trabalhos", disse Lira.

Antes do fim da sessão, os deputados aprovaram um requerimento 
para encerrar a discussão da matéria, aprovado com 303 votos a favor. 
Feito a pedido do governo, o requerimento serve como "termômetro" 
para apurar a presença em votações desse tipo e, embora aprovado, 
indicou que os votos favoráveis não seriam suficientes para a 
aprovação da matéria.

O texto já foi aprovado no Senado, no último dia 30. Na 
manhã desta quinta, foi aprovada na comissão especial da 
Câmara que analisou o assunto. A oposição vê na PEC uma 
ação eleitoreira do governo. Ressalta que as medidas só valem até o fim 
do ano e, além disso, vão comprometer as contas públicas. Mesmo assim, 
no Senado, os oposicionistas votaram a favor do texto. Nesta quinta, 
Federal com ação contra a PEC.

O que a PEC prevê

Saiba o que a proposta prevê, até o fim deste ano:

°Auxílio Brasil: ampliação de R$ 400 para R$ 600 mensais e previsão de 
cadastro de 1,6 milhão de novas famílias no programa (custo estimado: 
R$ 26 bilhões);


°Caminhoneiros autônomos: criação de um "voucher" de R$ 1 mil (custo 
estimado: R$ 5,4 bilhões);

°Auxílio-Gás: ampliação de R$ 53 para o valor de um botijão a cada dois 
meses — o preço médio atual do botijão de 13 quilos, segundo a ANP, é de 
R$ 112,60 (custo estimado: R$ 1,05 bilhão);

°Transporte gratuito de idososcompensação aos estados para 
atender a gratuidade, já prevista em lei, do transporte público de idosos 
(custo estimado: R$ 2,5 bilhões);

°Auxílio para taxistasbenefícios para taxistas devidamente registrados até 
31 de maio de 2022. O valor total dessa medida será de até R$ 2 bilhões.

°Alimenta Brasil: repasse de R$ 500 milhões ao programa Alimenta Brasil, 
que prevê a compra de alimentos produzidos por agricultores familiares e 
distribuição a famílias em insegurança alimentar, entre outras destinações;

°Etanol: Repasse de até R$ 3,8 bilhões, por meio de créditos tributários, 
para a manutenção da competitividade do etanol sobre a gasolina.

Fonte: g1/Política    

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