Por frei Gilvander Moreira, da CPT - Comissão Pastoral da Terra e da Comissão dos Direitos Humanos
Qual a importância da democracia na luta por independência? Ditadura nunca mais! Lutar por democracia é imprescindível sempre.
Democracia, sim, e sempre, porém não apenas democracia formal, representativa
e liberal, a que garante o direito de o povo votar de dois em dois anos, mas em
regras eleitorais que garantem sempre a (re)eleição de representantes do grande capital. Só votar é muito pouco.
A Democracia funciona quando existe respeito aos direitos humanos. Por frei Gilvander
Só com eleições não garantimos democracia real e profunda, pois o poder econômico acaba decidindo a eleição e 80% dos eleitos nos Poderes Executivo e Legislativo, nos níveis municipal, estadual e federal, não representam o povo, mas as grandes empresas, os latifundiários e as empresas multinacionais.
Luta contra mineração no 27º Grito dos Excluídos, em Itabira, MG, no Palavra Ética na TVC-BH
Por isso, se criam no Congresso Nacional Bancadas do Boi, da Bala e da Bíblia, o chamado Centrão, que é um antro de políticos opressores e corruptos, que em conluio aprovam leis que reproduzem as opressões da classe dominante. Precisamos, sim, de democracia real, concreta e direta, o que passa necessariamente por Participação Popular em todos os níveis, com o povo tendo o poder de decidir em Democracia Participativa e Direta, por meio de Plebiscitos, Referendos, Conferências e Assembleias Populares, após intenso e profundo processo de estudo, discussão e diálogo sobre o que
precisa ser implementado no país como Políticas Públicas, criando as condições para conquistarmos justiça econômica, solidariedade social, sustentabilidade ambiental e respeito à imensa diversidade cultural e religiosa no seio do povo brasileiro que é constituído por grande pluralidade cultural que precisa ser respeitada.
Vote pela democracia, pela justiça, paz e pela vida! Por frei Gilvander
Atenção! Vote em candidatos da esquerda, nos quem têm história de compromisso com as lutas populares por direitos. Vote principalmente em mulheres, negros e indígenas que estão em lutas concretas pelo bem comum. Não vote em candidatos/as de direita, pois defendem o status quo, os interesses do
grande capital. Pobre votar em empresário é como galinha escolher raposa para
tomar conta do galinheiro. Opção de classe e Opção pelos Pobres são vitais.
27º Grito dos Excluídos, de Itabira, MG, no Palavra Ética da TVC-BH: Fora, Bolsonaro!
A democracia tem sido ameaçada? Por quê? Em 522 anos de colonização na
prática, povo brasileiro e toda a comunidade de vida ecológica já foram vítimas
de muitos golpes militares, civis e patronais. A 1ª Constituição Brasileira, a Imperial
de 1824, foi outorgada, imposta, sem participação do povo. Nela inscreveram
direito absoluto à propriedade capitalista, sem função social. A República iniciou
em 1889 com um golpe militar dos generais. No chamado Estado Novo teve golpe.
Fernando Francisco de Gois, outro Cristo/Servo de Deus no meio dos excluídos, em São Félix/MT agora
De 1964 a 1985, no Brasil reinou uma brutal e sanguinária ditadura militar-civil-empresarial, que concentrou mais ainda a propriedade da terra, criou e fez crescer uma gravíssima dívida externa, prendeu, torturou e assassinou muita gente boa que lutava por Justiça, expulsou do país lideranças que eram o “cérebro do povo”, impôs censura sobre a cultura, fechou cursos de Filosofia e de Sociologia, impôs as disciplinas de Moral e Cívica e OSPB (Organização Social e Política do Brasil) com apresentação mentirosa e ufanista da história do Brasil, mostrando a versão dos vencedores sobre os conflitos da história.
Fonte: globoplay
Proibiu reuniões e manifestações etc. Em 1968, houve golpe dentro do golpe. Com o AI-5 os generais ditadores fecharam o Congresso Nacional e impuseram o terror e a tortura a quem pensava diferente e lutava por justiça agrária, justiça urbana, justiça social e por direitos humanos.
Fuja de quem usa muito o nome de Deus em vão e abusa de versículos bíblicos, mas persegue os indígenas, os quilombolas, as mulheres, o povo de periferia, impõe a fome a 33 milhões de brasileiros, anda com indústria armamentista, com milicianos, homofóbicos, racistas e devastadores da Amazônia.”
Fonte: frei Gilvander Moreira, CPT - Comissão Pastoral da Terra e CPH - Comissão pelos Direitos Humanos
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Frei Gilvander Moreira escreve para o Jornal
Frei e padre da Ordem dos carmelitas; doutor em Educação pela FAE/UFMG;
e Ocupações Urbanas; prof. de Teologia bíblica no SAB (Serviço de Animação Bíblica), em Belo Horizonte, MG
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