A luz azul pode ser boa para o humor
Redação
do Diário da Saúde
Inúmeros
estudos têm mostrado que a luz azul pode definir o humor e
influenciar importantes respostas biológicas no ser humano,
incluindo o sono,
a fadiga e
todo o relógio
biológico.
A
influência é tão grande que mesmo pessoas
totalmente cegas detectam a luz azul,
com impactos mensuráveis sobre seus cérebros.
Agora,
pesquisadores da Universidade da Pensilvânia (EUA) isolaram as
diferentes respostas biológicas do olho humano à luz azul,
revelando um mecanismo inesperado que mais se parece com um cabo de
guerra pelo controle do olho e do organismo como um todo.
Melanopsina
O
trabalho aborda as propriedades da melanopsina, uma proteína
sensível à luz localizada no olho que estabelece nosso ritmo
circadiano - o ciclo de dia e noite, também conhecido como relógio
biológico - e a constrição normal da pupila frente a uma luz
brilhante.
A luz
entra no olho humano, criando uma imagem na retina. Há muito que se
sabe que a imagem na retina é detectada por neurônios conhecidos
como bastonetes e cones. Os bastonetes funcionam em níveis de pouca
luz e nos permitem ver à noite, enquanto os cones são mais
importantes para a visão diurna.
Recentemente,
no entanto, foi identificada uma outra classe de células da retina
que também detectam a luz. Estas células são conhecidas
como células ganglionares intrinsecamente fotossensíveis,
e contêm a proteína melanopsina. A melanopsina é sensível à luz
em comprimentos de onda intermediários.
A equipe
mediu a resposta da pupila à estimulação da melanopsina e das
células cones, sensíveis às ondas curtas (cones S), as outras
células sensíveis à luz azul que operam durante o dia.
Surpreendentemente,
eles descobriram que a melanopsina e os cones S têm efeitos opostos
e competem pelo controle da pupila frente à luz azul.
Dor
e humor
Parece
que as células com melanopsina participam de funções induzidas
pela luz mas não conscientes, como a definição de nosso relógio
biológico (circadiano), e também contribuem para o controle
automático da pupila.
O novo
estudo permitiu isolar e estudar as propriedades da melanopsina,
separando-a das células cones.
"Isto
é importante porque acreditamos que a melanopsina pode estar
envolvida em condições clínicas," disse o Dr. Geoffrey
Aguirre, membro da equipe.
"Por
exemplo, parece que o excesso de estimulação da melanopsina produz
a sensação de dor quando a luz é muito brilhante, e não ter uma
estimulação suficiente da melanopsina pode ser parte do transtorno
afetivo sazonal,
quando as pessoas ficam deprimidas quando não têm uma exposição
suficiente à luz.
"Tendo
agora isolado as respostas da melanopsina e dos cones à luz azul,
podemos estudar como o olho está envolvido nestes distúrbios,"
conclui o pesquisador.
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Fonte: Diário da Saúde
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