"A hepatite C é uma doença viral, causada pelo vírus C (HCV). A infecção, em casos crônicos, leva a uma grave inflamação do fígado que pode gerar casos de cirrose hepática e até câncer. A maioria das pessoas não sabe que tem hepatite C, pois ela só manifesta sintomas em uma fase muito avançada, geralmente muitos anos depois do contágio.

O médico Rogério Alves, que atende os pacientes da Associação Brasileira dos Portadores de Hepatite (ABPH), conta que a incorporação dos novos medicamentos no SUS trará um grande ganho na qualidade de vida de quem sofre de hepatite C. “A importância é imensa. Além do tempo de tratamento ser muito mais curto, ele tem uma chance de cura muito boa. O tratamento anterior cobrava um preço muito caro dos pacientes, com efeitos colaterais que afetam a vida cotidiana. Este tem efeitos colaterais mais leves. O novo medicamento vai ajudar muito na continuidade do tratamento e na quantidade de pessoas que poderemos tratar. Vamos conseguir que os pacientes não desistam e aumentem a possiblidade de cura”.
A transmissão da hepatite ocorre, dentre outras formas, por meio de transfusão de sangue, compartilhamento de material para preparo e uso de drogas, objetos de higiene pessoal - como lâminas de barbear e depilar -, alicates de unha, além de outros objetos que furam ou cortam na confecção de tatuagem e colocação de piercings.
Diagnosticado em 2007, Luiz Carlos Amaral, 43 anos, aguarda com ansiedade os novos medicamentos. “Desconfio que contrai a hepatite em uma transfusão de sangue que fiz em 1981. Só fui descobrir a doença muito mais tarde. Nesta época, eu já tinha complicações no fígado e no esôfago”, conta.
Atualmente Luiz Carlos é diretor comercial da ABPH de Montes Claros (MG) e não obteve o sucesso esperado na primeira tentativa de tratamento por conta de efeitos colaterais da medicação. “O tratamento foi muito difícil, tive queda de que cabelo, perda de paladar e uma queda do número de plaquetas no sangue, que foi o principal motivo de ter interrompido. O médico achou melhor eu esperar a nova tecnologia, pois o medicamento poderia até fazer mais mal. Espero com muita esperança o novo tratamento, principalmente pela diminuição dos efeitos colaterais”, conta.
Estima-se que no Brasil entre 1,4 a 1,7 milhão de pessoas podem ter tido contato com o vírus, sendo a maior parte na faixa etária dos 45 anos ou mais. Essa concentração em pessoas com mais idade ocorre porque até o início dos anos 1990 não existiam testes capazes de detectar o vírus da hepatite C em transfusões de sangue e os procedimentos de biossegurança. Por isso, o Ministério da Saúde recomenda que toda pessoa com mais de 45 anos faça o teste para detectar o vírus da hepatite C que está disponível no SUS."
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