Com informações da Universidade de Genebra
“Pesquisadores
identificaram mecanismos que são necessários ativar para que seja
possível que um ser humano viva sem insulina.
A
descoberta poderá abrir novos caminhos para a luta contra
o diabetes.
A
insulina é um hormônio segregado pelas células beta do pâncreas e
que desempenha um papel essencial na regulação dos substratos
energéticos, como a glicose.
Contudo,
vários milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de deficiências
de insulina, o que impede que seus organismos processem adequadamente
os alimentos.
Essa
insuficiência, causada principalmente por diabetes (tipos 1 e 2),
tem consequências fatais se não for tratada.
Para
esses pacientes, a única saída é tomar injeções diárias de
insulina.
Viver
sem insulina
Agora,
cientistas da Universidade de Genebra (Suíça) afirmam ter
identificado mecanismos que "provam que a vida sem insulina é
possível", segundo eles.
"Eliminando
este dogma, os cientistas estão agora trabalhando em alternativas
para o tratamento de insulina, que representa muitos riscos para os
pacientes," afirma nota publicada pela universidade.
Os
pesquisadores realizaram experimentos com roedores geneticamente
modificados para não produzirem insulina.
Então,
eles aplicaram leptina nas cobaias, um hormônio que regula as
reservas de gordura do corpo e o apetite.
Graças
à leptina, todos os animais sobreviveram à deficiência de
insulina.
"Com
esta descoberta, está se abrindo o caminho para criar uma
alternativa ao tratamento com insulina. Agora precisamos entender os
mecanismos através dos quais a leptina afeta o nível de glicose,
independentemente do nível de insulina," explica o professor
Roberto Coppari, coordenador da equipe.
Leptina
em lugar da insulina
Os
experimentos permitiram verificar se os neurônios envolvidos na
mediação da ação antidiabética da leptina em mamíferos
saudáveis desempenhavam um papel semelhante nos roedores que sofrem
de uma deficiência de insulina.
Os
resultados mostraram que não era esse o caso.
Na
verdade, para surpresa dos cientistas, os neurônios GABA localizados
no hipotálamo são os principais mediadores da ação da leptina
sobre o nível de glicose no contexto da deficiência de insulina.
A
influência desses neurônios sobre a glicose nunca tinha sido
considerada substancial.
Além
disso, os pesquisadores detectaram os tecidos periféricos afetados
pela leptina durante a deficiência de insulina. Eles estão
principalmente no fígado, no músculo solear e no tecido
adiposo marrom.
Graças
a esta descoberta, diz a nota da Universidade de Genebra, os
cientistas agora sabem onde procurar a resposta para um tratamento
para o diabetes sem insulina.
"Compreender
o funcionamento e o efeito da leptina sobre o corpo vai permitir aos
cientistas identificar as áreas do corpo que estão envolvidas e,
finalmente, as moléculas que formam a base de um novo tratamento,"
conclui a nota.”
Fonte: DS
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