Novo ministro da Educação, Decoletti - ex-ministro, Weintraub 1º ministro da Educação, Velez |
Por Renata Cafardo - Estadão
“O
novo ministro da Educação, Carlos Alberto Decotelli, significa a
derrota da ala ideológica e uma vitória do grupo moderado militar.
Decotelli foi tirado do MEC justamente por Abraham Weintraub, que
deixou o cargo na semana passada, mas também havia travado embate
com os integrantes ligados a Olavo de Carvalho durante a curta e
conturbada gestão de Ricardo Velez.
Professor
da Fundação Getulio Vargas e da Fundação Dom Cabral, o oficial da
reserva da Marinha participou do grupo de militares que discutiu a
transição para o governo Bolsonaro. Entre eles estão general
Villas Bôas e vice-presidente Hamilton Mourão. Foi assim que ganhou
o cargo no Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) no
começo de 2019.
Decotelli,
especialista em gestão com pós doutorado na Alemanha, ficou nove
meses no órgão que cuida do dinheiro do MEC. Weintraub o tirou do
cargo para acomodar um indicado do DEM, Rodrigo Sérgio Dias, na
época da votação da reforma da Previdência. Dias foi exonerado
pouco tempo depois, sem nem ser avisado, para que o então ministro
colocasse no cargo Karine Silva dos Santos, concursada do próprio
fundo. Em junho de 2020, mais uma mudança, entra Marcelo Lopes,
indicado pelo Centrão.
Apesar
de ser conservador, é visto com um profissional pragmático e que
deve retomar a interlocução com Estados e municípios, perdida
desde o início do governo Bolsonaro na educação. Ele é bacharel
em Ciências Econômicas pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro
(UERJ). Enquanto esteve no FNDE tentou modernizar o órgão em
processos de prestação de contas.
Sua
visão de educação é a de que falta boa gestão para que os
sistemas funcionem de maneira adequada, ideia compartilhada por
alguns economistas, mas que não é consenso entre educadores que
acreditam que é preciso focar na aprendizagem.
No
entanto, vai embora definitivamente do cargo mais alto do MEC a ideia
da educação que precisa combater comunistas. A preocupação de
especialistas é como devem se comportar os integrantes da área
ideológica que continuam por lá, como Carlos Nadalim, secretário
de Alfabetização e ligado a Olavo de Carvalho.
"É
um claro sinal de espaço limitado do presidente, que já está
reciclando autoridades que ele mesmo demitiu porque ele não tem
capacidade de atrair quadros para o seu governo, diz o Diretor de
Estratégia Política do Todos pela Educação, João Marcelo Borges.
“O mais importante nesse momento é pacificar o diálogo,
estabilizar a crise em torno de MEC e construir conjuntamente as
soluções”, completou.”
Fonte:
microsoft notícias / Estadão
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