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Por ANDRÉ LUIS DIAS CUSTODIO
O estudo teve como base o hipotálamo e contou com uma abordagem que combina técnicas cirúrgicas e neuroimagem de última geração. A proposta visou analisar o comportamento da relação conhecida como acoplamento neurovascular, processo natural do organismo causado pelo aumento da demanda de oxigênio e nutrientes que resultam no aumento do fluxo sanguíneo em determinada área do corpo. Segundo cientistas, o método vem sendo eficaz na identificação de distúrbios neurológicos e surge como um dos principais meios para o diagnóstico de atividades incomuns no cérebro.
Atualmente, especialistas em neurologia foram capazes de determinar de que forma o fluxo sanguíneo muda em resposta a estímulos sensoriais (como visuais ou auditivos) vindos do ambiente, mas pouco era conhecido sobre o impacto motivado por estímulos produzidos pelo próprio corpo. Porém, ao utilizar o sal em um novo método, resultados surpreendentes apontaram efeitos adversos, com a redução do fluxo sanguíneo após a liberação do hormônio vasopressina, regulador da concentração de sal.
“Escolhemos o sal porque o corpo precisa controlar os níveis de sódio com muita precisão. Temos até células específicas que detectam a quantidade de sal no sangue ”, diz Javier Stern, professor de neurociência e líder da pesquisa. “Quando você ingere comida salgada, o cérebro percebe e ativa uma série de mecanismos compensatórios para reduzir os níveis de sódio. As descobertas nos pegaram de surpresa porque vimos vasoconstrição, que é o oposto do que a maioria das pessoas descreveu no córtex em resposta a um estímulo sensorial."
Resultados preocupantes
A reação do sal, intitulada “acoplamento neurovascular inverso”, é um fenômeno que diminui o fluxo sanguíneo e pode causar hipóxia, situação que ocorre devido à insuficiência da quantidade de oxigênio transportada para os tecidos corporais. De acordo com o estudo, quando esses efeitos estão relacionados ao hipotálamo, é possível adquirir, a longo prazo, sintomas como dor de cabeça, sonolência, desmaios e até mesmo Alzheimer.
(Fonte: The Harvard Gazette / Reprodução)
“Se você ingerir muito sal cronicamente, terá hiperativação dos neurônios de vasopressina. Esse mecanismo pode então induzir hipóxia excessiva, o que pode levar a danos nos tecidos cerebrais ”, diz Stern. “Se pudermos entender melhor esse processo, podemos conceber novos alvos para interromper essa ativação dependente de hipóxia e talvez melhorar os resultados de pessoas com hipertensão dependente de sal.”
As descobertas surgem como um alerta para pessoas hipertensas, já que 50% a 60% dos casos da doença crônica são referentes ao aumento da pressão sistólica e diastólica nas artérias, causado pelas grandes concentrações de sal. Com isso, a equipe da universidade discute como pode redirecionar a pesquisa para a observação de outras regiões do cérebro, impulsionando a compreensão do comportamento de condições neurodegenerativas, depressão e obesidade."
Fonte: megacurioso
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