sexta-feira, 12 de novembro de 2021

"Governo federal e coronavírus seguem unidos contra o Brasil"

Bolsonaro e o secretário de Cultura, Mario Frias         © Reprodução/Twitter

 

Por Felipe Machado - IstoÉ

"O povo brasileiro pode ser muitas coisas, mas não é burro. Apesar da campanha do governo federal contra as vacinas, o número de negacionistas que recusa a imunização é cada vez menor. Por uma simples razão: a maioria das pessoas, naturalmente, quer sobreviver, e percebe que o contágio só diminuiu entre a população porque a vacinação aumentou. É uma relação de causa e efeito que não depende de classe social ou escolaridade: é a realidade, nua e crua. Não há outra razão para a melhoria dos índices – nem os criativos e criminosos divulgadores de fake news do gabinete do ódio conseguiram apresentar uma “narrativa” contra esse fato. É mais ou menos como uma conta de 2 + 2, embora seja consenso geral entre as pessoas normais de que há muita gente no governo que, por problemas cognitivos ou mentais, é incapaz de compreender essa simples equação. Há muita gente do mal, também.

A verdade é que o governo federal faz de tudo para manter viva a pandemia. Não é uma questão de opinião: basta ver que a Secretaria de Comunicação Social (Secom) gastou mais com a divulgação da nota de R$ 200 que com campanhas que estimulassem a prevenção à Covid-19. A Secom gastou R$ 18,8 milhões para divulgar a inútil cédula, que só deve ter sido criada para rechear mais facilmente as malas em Brasília. Para informar a população sobre o uso de máscara e álcool gel, que reduzem os riscos de contágio em uma pandemia que já matou mais de 600 mil brasileiros, foram R$ 14,4 milhões.

Na aliança firmada com o coronavírus contra a população, o governo Bolsonaro tentou proibir a demissão de funcionários que não apresentassem o certificado de vacinação. Para isso contou com uma portaria do ministro Onyx Lorenzoni, que classificou a exigência “discriminatória”. É mais ou menos como defender que os cidadãos brasileiros têm o direito de contaminar uns aos outros. Por essa lógica estúpida, é possível considerar discriminatória a lei que proíbe bêbados de dirigir com base no “direito de ir e vir”.

A luta mais recente do governo federal a favor do coronavírus e contra o País veio do secretário de Cultura, Mario Frias, que tenta proibir a exigência do passaporte da vacina em projetos financiados pela Lei Rouanet. É claro que essa portaria será considerada inconstitucional, mas o que me incomoda é a lógica por trás de uma atitude tão chantagista e perversa como essa. Em vez de lutar para reduzir o número de infectados, o governo usa os escassos recursos intelectuais de suas equipes para inventar propostas que estimulem a disseminação do coronavírus. Não há uma medida para reduzir o número de infectados ou impedir o aumento do contágio. Isso significa que, na prática, o governo trabalha para que a pandemia continue a matar brasileiros. É gente do mal, mesmo."

Fonte: IstoÉ         

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