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sábado, 14 de janeiro de 2023
"Políticos comemoram decisão do STF contra Bolsonaro" – Linha do tempo da barbárie –.
Atentados terroristas no Brasil
Por Poder 360
"Congressistas comemoraram nas redes sociais a decisão do ministro Alexandre de Moraes, doSTF(Supremo Tribunal Federal), deincluiro ex-presidenteJair Bolsonaro(PL) no inquérito sobre os atos de 8 de Janeiro, em Brasília.
No Twitter, houve quem pedisse a extradição de Bolsonaro, que está com a família nos EUA, e a responsabilização do procurador-geral da República, Augusto Aras. Políticos também utilizaram ironias com “tic-tac”, onomatopeia de contagem do tempo muito usada por apoiadores de Bolsonaro durante a campanha eleitoral.
Na 6ª feira (13.jan), Moraes incluiu Bolsonaro nas investigações sobre atos com pautas consideradas antidemocráticas que levaram aos ataques do 8 de Janeiro. Eis a íntegra (189 KB) da decisão.
Na 6ª feira (13.jan), Moraes incluiu Bolsonaro nas investigações sobre atos com pautas consideradas antidemocráticas que levaram aos ataques do 8 de Janeiro. Eis a íntegra (189 KB) da decisão.
Bolsonaro divulgou um vídeo afirmando, sem provas, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “não foi eleito pelo povo”, mas “escolhido” pelo STF e pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). No dia seguinte, a postagem foi retirada do ar.
Segundo os integrantes do MPF (Ministério Público Federal) que assinam a representação entregue à PGR, o ex-presidente teria cometido o ato ilícito de incitar publicamente a prática de crime, prevista no artigo 28 do Código Penal.
INVASÃO AOS TRÊS PODERES
Por volta das 15h de domingo (8.jan.2023), extremistas de direita invadiram o Congresso Nacional depois de romper barreiras de proteção colocadas pelas forças de segurança do Distrito Federal e da Força Nacional. Lá, invadiram o Salão Verde da Câmara dos Deputados, área que dá acesso ao plenário da Casa. Equipamentos de votação no plenário foram vandalizados. Os extremistas também usaram o tapete do Senado de “escorregador”.
Em seguida, os radicais se dirigiram ao Palácio do Planalto e depredaram diversas salas na sede do Poder Executivo. Por fim, invadiram o STF (Supremo Tribunal Federal). Quebraram vidros da fachada e chegaram até o plenário da Corte, onde arrancaram cadeiras do chão e o Brasão da República –que era fixado à parede do plenário da Corte. Os radicais também picharam a estátua “A Justiça”, feita por Alfredo Ceschiatti em 1961, e a porta do gabinete do ministro Alexandre de Moraes.
Os atos foram realizados por pessoas em sua maioria vestidas com camisetas da seleção brasileira de futebol, roupas nas cores da bandeira do Brasil e, às vezes, com a própria bandeira nas costas. Diziam-se patriotas e defendiam uma intervenção militar (na prática, um golpe de Estado) para derrubar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
ANTES DA INVASÃO
A organização do movimento havia sido monitorada previamente pelo governo federal, que determinara o uso da Força Nacional na região. Pela manhã de domingo (8.jan), 3 ônibus de agentes de segurança estavam mobilizados na Esplanada. Mas não foram suficientes para conter a invasão dos radicais na sede do Legislativo.
Durante o final de semana, dezenas de ônibus e centenas de carros e pessoas chegaram à capital federal para a manifestação. Inicialmente, o grupo se concentrou na sede do Quartel-General do Exército, a 7,9 km da Praça dos Três Poderes.
Depois, os radicais desceram o Eixo Monumental até a Esplanada dos Ministérios a pé, escoltados pela Polícia Militar do Distrito Federal.
O acesso das avenidas foi bloqueado para veículos. Mas não houve impedimento para quem passasse caminhando.
Durante o domingo (8.jan), policiais realizaram revistas em pedestres que queriam ir para a Esplanada. Cada ponto de acesso tinha uma dupla de policiais militares para fazer as revistas de bolsas e mochilas. O foco era identificar objetos cortantes, como vidros e facas.
CONTRA LULA
Desde o resultado das eleições, extremistas de direita acamparam em frente a quartéis em diferentes Estados brasileiros. Eles também realizaram protestos em rodovias federais e, depois da diplomação de Lula, promoveram atos violentos no centro de Brasília. Além disso, a polícia achou materiais explosivos em 2 locais da capital federal.
LINHA DO TEMPO DA BARBÁRIE
SÁBADO PRÉ-INVASÃO (7.jan)
a chegada dos extremistas – ao menos 80 ônibus com apoiadores de Bolsonaro chegam a Brasília. Eles se concentram em frente ao QG do Exército, onde estão acampados os manifestantes que contestam o resultado das eleições;
interdição da Esplanada – estava interditada para carros e pessoas no sábado (7.jan). Segundo o ministro da Justiça Flávio Dino, Ibaneis decidiu no sábado liberar a via para pedestres, não atendendo a pedidos de Dino para que ela permanecesse fechada;
acampamento em Belo Horizonte – o ministro Alexandre de Moraes emite decisão determinando a desobstrução de acampamento em frente ao QG do Exército na cidade;
Força Nacional (19h) – Dino emite portaria autorizando o uso da Força Nacional na Esplanada dos Ministérios em Brasília até 2ª feira (9.jan)
DOMINGO (8.jan)
tensão de manhã – Brasília amanhece sob tensão entre os radicais acampados e a chegada da Força Nacional. Às 7h36, Dino publica no perfil do Twitter que espera não haver atos violentos e que não seja necessário a polícia atuar. O acampamento em frente ao QG do Exército conta com mais pessoas. Já se sabia, pela manhã, que os manifestantes planejavam caminhar até o Palácio do Planalto. Extremistas convocam para o ato em frente ao Congresso;
Múcio do acampamento – ministro da Defesa vai ao acampamento pela manhã e diz que o clima é “por enquanto, calmo”;
marcha ao Planalto (13h) – acampados começam a sair do QG do Exército em direção à Esplanada. Um policial militar elogia a manifestação e diz que vai “escoltá-los” para garantir a segurança dos que marcham;
concentração (13h) – o Poder360 consta cerca de 100 pessoas concentradas em frente ao Congresso, que são só revistadas. Esperam o grupo maior e pessoas que caminham do QG do Exército em direção ao local;
bloqueio é furado (15h) – extremistas rompem a barreira de proteção policial;
invasão do Congresso (15h10) – radicais de direita invadem o Congresso e começam a depredá-lo;
Flávio Bolsonaro tenta se distanciar(15h24) – o senador (PL-RJ) envia mensagem a um grupo de colegas da Casa Alta tentando afastar a responsabilidade de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), dos atos;
bombas de gás(15h30) – com um efetivo reduzido, a PM-DF tenta conter os manifestantes com bombas;
Dino se manifesta (15h43) – ministro da Justiça classifica invasão como absurda e diz que o governo do Distrito Federal prometeu reforços;
invasão do Planalto (15h50) – extremistas avançam e invadem o Palácio do Planalto, dando início à depredação e à destruição de obras de arte e outros objetos;
Força Nacional chega à Esplanada (16h25) – convocada no dia anterior pelo ministro da Justiça, a força chega quando as sedes dos Três Poderes já haviam sido invadidas;
Aras pede investigação (16h25) – o procurador-geral da República pede que a Procuradoria da República do Distrito Federal abra investigação criminal;
demissão de Anderson Torres (17h08) – o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), demite o secretário de Segurança Pública, que está nos Estados Unidos;
Valdemar: “Não representam Bolsonaro” (18h) – o presidente do PL divulga um vídeo à imprensa dizendo que os atos não representam o partido;
fogo no gramado (18h20) – extremistas colocam fogo no gramado do Congresso Nacional;
prisão de extremistas (18h20) – polícia do Distrito Federal começa a retomar prédios públicos e a prender radicais de direita;
AGU pede prisão de Torres (18h30) – a Advocacia Geral da União pede ao STF a prisão em flagrante do ex-secretário da Segurança Pública do Distrito Federal;
Ibaneis pede desculpas(19h) – governador do Distrito Federal (MDB) pede desculpas a Lula, Rosa Weber, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco;
interventor vai à Esplanada (20h15) – Ricardo Capelli, nomeado para ser interventor da segurança do Distrito Federal, vai à Esplanada depois das invasões;
depois de 6h, Bolsonaro condena invasão (21h17) – o ex-presidente posta nota em seu perfil do Twitter em que compara os atos com manifestações de esquerda. Diz que repudia acusações de Lula sobre ter responsabilidade nos atos;
PF instala gabinete de crise (21h40) – força cria grupo para coordenar ações e identificar os autores de crimes na invasão;
Lula vistoria Planalto e STF (22h) – presidente está acompanhado dos ministros Roberto Barroso, Rosa Weber e Dias Toffoli.
2ª FEIRA (9.jan)
Moraes afasta Ibaneis Rocha (0h20) – ministro do STF determina afastamento do governador do Distrito Federal (MDB) por 90 dias;
PM desocupa acampamento em Brasília — forças de segurança atuam em frente ao QG do Exército para retirar pessoas que estavam acampadas desde o final do 2º turno da eleição presidencial;
PF abre 3 inquéritos para apurar invasão aos Poderes – ministro da Justiça, Flávio Dino, diz que cada inquérito investigará as circunstâncias e a responsabilização sobre a invasão dos prédios do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do STF (Supremo Tribunal Federal);
Financiadores de atos foram identificados em 10 Estados – ministro da Justiça, Flávio Dino, não informa quais seriam os Estados e nem detalha quantos foram os que contribuíram com dinheiro ou recursos para as manifestações radicais.
intervenção na segurança do DF – Congresso valida em votação simbólica o decreto de intervenção federal no DF até 31 de janeiro;
CPI depende de investigações, diz Jaques Wagner – líder do Governo no Senado indica que CPI para investigar 8 de Janeiro só deve ser convocada na próxima legislatura, em fevereiro;
Moraes manda prender ex-ministro Anderson Torres – ministro do STF decreta a prisão do ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF. Em viagem aos EUA, Torres afirma que retornará ao Brasil para se apresentar à Justiça.
Planalto sedia 1º evento após 8 de Janeiro – as ministras Anielle Franco (Igualdade Racial) e Sonia Guajajara (Povos Indígenas) tomam posse no 1º evento realizado no Palácio do Planalto depois das invasões;
Novos atos flopam – novas manifestações extremistas organizadas pelo país têm baixa aderência."
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