domingo, 31 de maio de 2015

“Aumenta incidência de AVC entre jovens”


A ocorrência do acidente vascular cerebral (AVC) - ou derrame - é mais comum na faixa etária entre 60 a 80 anos, geralmente relacionado às alterações metabólicas típicas da idade e ao maior grau de alterações cardiovasculares.

Mas o número de casos de derrames entre a população mais jovem está preocupando os médicos.
"O acidente vascular cerebral em jovens é uma coisa preocupante porque é decorrente do estilo de vida adotado, como o péssimo hábito alimentar, consumo de drogas e uso de anabolizantes," explica o Dr. Antônio Andrade, presidente da Fundação de Neurologia e Neurocirurgia Instituto do Cérebro.
Fatores de risco
Os fatores tradicionalmente considerados de risco para a ocorrência do AVC são obesidade, hipertensão arterial, fumo, consumo de álcool, diabetes e sedentarismo.
A população jovem possui determinantes diferentes e uma maior diversidade de etiologias para a doença.
Além dos anabolizantes e do consumo de drogas ilícitas, há ainda outros fatores que se constituem como agentes causadores de AVC específicos do público jovem: noites mal dormidas, estresse emocional, uso de anticoncepcionais, fatores genéticos, doenças infecciosas - ou seja, cardiopatias -, e problemas ligados a doenças valvulares.
Tratamento do AVC em jovens
Apesar de terem diferentes causas, os sintomas do AVC nos jovens não diferem muito dos de outras faixas etárias. Os mais frequentes ainda são a diminuição ou perda súbita dos movimentos faciais, braço ou perna de um lado do corpo; alteração da sensibilidade, com sensação de formigamento; alteração aguda da audição, fala, incluindo dificuldade para articular; forte dor de cabeça, além de eventuais desmaios.
Da mesma forma, o tratamento em jovens com AVC não se difere muito do tradicionalmente usado com os pacientes mais idosos. Porém, a juventude pesa como fator principal na recuperação do paciente. "Quando se tem um derrame no cérebro jovem, o melhor remédio para o tratamento é a juventude. Você acaba tendo uma recuperação mais rápida", afirma o doutor Antônio.
O médico acrescenta que, nos pacientes jovens, é necessário um "tratamento multidisciplinar, com fisioterapia e acompanhamento psicológico, pois o jovem que sofre de AVC costuma desenvolver depressão muito facilmente."
  • Derrame cerebral: conheça os tipos de AVC e seus sintomas:

Acidente Vascular Cerebral
O AVC (Acidente Vascular Cerebral), popularmente conhecido como derrame cerebral, como o que vitimou o estilista e deputado paulista Clodovil Hernandes (PR), é uma das maiores causas de internação e morte no Brasil: 151.200 pessoas foram internadas no ano passado para tratar da doença, de acordo com o Sistema Único de Saúde (SUS).
De acordo com a Academia Brasileira de Neurologia, o Acidente Vascular Cerebral decorre da alteração do fluxo de sangue no cérebro. O AVC causa a morte de células nervosas do cérebro e pode se originar de obstrução dos vasos sanguíneos ou da ruptura de um vaso, que é o Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico sofrido por Clodovil. É o mais grave e tem altos índices de mortalidade.
Infarto cerebral
O Acidente Vascular Isquêmico, ou infarto cerebral, responsável por 80% dos casos de AVC, é um entupimento dos vasos cerebrais, que pode ocorrer devido a uma trombose (formação de placas numa artéria principal do cérebro) ou embolia ( trombo ou placa de gordura originária de outra parte do corpo se solta e chega aos vasos cerebrais pela rede sanguínea).
Muitos sintomas são comuns aos dois tipos de AVC: dor de cabeça muito forte, de instalação súbita, sobretudo se acompanhada por vômitos; fraqueza ou dormência na face, nos braços ou nas pernas, geralmente afetando um dos lados do corpo; paralisia (dificuldade ou incapacidade de movimentação); perda súbita da fala ou dificuldade para se comunicar e compreender o que se diz; perda da visão ou dificuldade para enxergar com um ou ambos os olhos.
AVC isquêmico
O AVC isquêmico pode ser acompanhado ainda de tontura e perda de equilíbrio ou coordenação. Ao AVC hemorrágico podem também se associar náuseas, vômitos, convulsões, confusão mental e perda de consciência. Entre os fatores de risco do AVC, que podem ser tratados e modificados, segundo a Associação Brasileira de Neurologia, estão: hipertensão; diabetes; tabagismo; alcoolismo; consumo de drogas ilícitas; colesterol elevado; doenças cardiovasculares cardíacas, sobretudo as que produzem arritmias; sedentarismo e doenças hematológicas.
O envelhecimento também é um fator de risco do AVC e pessoas com mais de 55 anos têm maior propensão a desenvolvê-lo. A Associação Brasileira de Neurologia informa ainda que características genéticas, como pessoas de raça negra e história familiar de doenças cardiovasculares, também aumentam a chance de Acidente Vascular Cerebral”

Fonte: Diário da Saúde /UFBA

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