O projeto elaborado pelo grupo de trabalho que atuou no âmbito da comissão foi aprovado pelo plenário e segue para análise do Senado.
“A Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 4639/16, que autoriza a produção e o uso da fosfoetanolamina sintética em pacientes com câncer mesmo antes do registro definitivo como medicamento pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Destaque para o trabalho do deputado Celso Russomanno (PRB-SP) que teve projeto de sua autoria apensado à matéria.
Para o líder do PRB, deputado Márcio Marinho (BA), é uma vitória dos parlamentares que conseguiram superar os entraves burocráticos para garantir o acesso dos pacientes ao medicamento. “O projeto abre uma porta de esperança aos doentes e suas famílias e valoriza os pesquisadores brasileiros que há mais de 20 anos vêm trabalhando na chamada pílula do câncer”, afirmou Marinho, ao destacar o trabalho do deputado Celso Russomanno (SP) pela liberação da substância.
Russomanno também apresentou proposta no sentido de liberar a fosfoetanolamina que foi apensada ao texto aprovado pela Câmara dos Deputados. Para ele, essa medida de caráter temporário e excepcional busca
permitir que pacientes possam, por iniciativa própria, ter acesso ao tratamento e que as instituições não sejam criminalizadas por distribuí-lo.
Russomanno compara ao coquetel anti HIV, AIDS, que nos anos 80 era proibido nos Estados Unidos, por não ter autorização da agência reguladora, mas era contrabandeado por pessoas que só queriam ter uma oportunidade, e hoje salva milhares de vida.”
Por Mônica Donato (Ascom Liderança do PRB)
Câmara dos deputados se mobiliza para garantir fosfoetanolamina aos pacientes de Câncer
Por Mônica
Donato
"O
deputado republicano Celso Russomanno (PRB-SP) acusou a Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) de inviabilizar o uso de
fosfoetanolamina sintética para o tratamento do câncer a milhares
de pacientes em todo o Brasil. Em audiência pública realizada ontem
(12), na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos
Deputados, o parlamentar conclamou os deputados a agirem rapidamente
para superar esse entrave burocrático.
“A
saúde é direito de todos e dever do Estado. Se a Constituição
Federal é clara nisso, e se o Parlamento tem o poder de, através da
lei, obrigar, vamos resolver o problema, inclusive no Poder
Judiciário. A doença não espera e as pessoas que estão com
câncer, como o meu pai, com 86 anos e sem condições de enfrentar
uma quimioterapia, merecem vislumbrar pelo menos uma esperança”,
expôs Russomanno.
O
parlamentar adiantou que vai pedir assinaturas ao colégio de líderes
para que o projeto de lei do deputado Weliton Prado (PL 3.454/2015),
o qual regula a fabricação, produção e distribuição da
fosfoetanolamina sintética, seja levado à votação no plenário
com ou sem a decisão da ANVISA. Segundo ele, não apenas a agência
prejudica os doentes: o colégio especial do Tribunal de Justiça de
São Paulo impediu a distribuição, obtenção e manutenção das
liminares a pessoas que buscam ter acesso ao medicamento.
O
fornecimento do medicamento se transformou em questão judicial desde
que uma portaria da USP impediu a distribuição do produto, o que
fez com que pacientes recorressem à Justiça. Mais de 700 pessoas
entraram com ações para obter o remédio, que depois teve
distribuição suspensa por decisão do Tribunal de Justiça de São
Paulo – proibição esta revertida por uma liminar concedida pelo
ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal.
O
pesquisador Gilberto Orivaldo Chierice, que desenvolveu e patenteou a
substância fosfoetanolamina quando trabalhava como professor da
Universidade de São Paulo na cidade de São Carlos (SP), disse na
audiência pública que procurou a Anvisa há quatro anos para dar
início ao processo que poderia liberar a droga para o tratamento de
câncer. “Eu patenteei este medicamento para liberar o uso e não
para ganhar dinheiro”, disse.
Já
o médico Renato Meneguelo, integrante do grupo detentor da patente,
alertou que o produto está sendo falsificado depois que sua
distribuição foi suspensa pela justiça. “Tem gente vendendo a
fosfoetanolamina, mas este produto não é vendido, é gratuito”,
informou.
De
acordo com o defensor público Daniel Macedo, sem o fornecimento do
medicamento, pessoas estão morrendo: “Os integrantes do Tribunal
de Justiça de São Paulo estão com as mãos sujas de sangue. Não
existe razão para que a substância não seja distribuída, já que
o paciente assina um termo de responsabilidade pelo seu uso”,
finalizou. “
Por
Mônica Donato Fotos: Douglas Gomes
Fonte: Agência Câmara
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é sempre bem-vinda!